Autora Anna Cardoso
Virando a página - Amor e vida
Este livro foi escrito com base em vivencias reais, estórias de amor, sentimentos vividos e suas dores. Ele trás a palavra amor em toda a sua totalidade. Uma palavra pequena mas com um significado intenso para cada pessoa que o sente. Seja, por alguém, um lugar, uma lembrança ou até mesmo pela vida. Uma coletânea de experiências marcantes que te levarão da sublime sensação de alegria até a mais pura tristeza. Assim é o amor na minha visão. Altos e baixos, alegria e tristeza, amor e dor.
A certeza da brevidade da vida cria novos significados para tudo que parecia mundano. Sorrircom os olhos, ir ao mercado, lavar as mãos, manter um plano.Num mundo de fácil interação e pouca conexão, parecia mais simples deixar para depois oque queríamos fazer ou falar agora. O amanhã parecia eterno, mesmo que a vida não fosse. Talvez não mais a o parque de não-diversão que é viver uma pandemia, a maior fila é a da montanha-russa de emoções. Medo, ansiedade, tristeza, novas alegrias, mesmos amores. O amor não diminui com a distância, ele transcende.
De longe, as mensagens carinhosas que antes eram ignoradas viram abraços não dados no último ano. A alma de quem ama sente a presença, mesmo que a distância desafie a Física. Se for áudio, até emociona.
De perto, o amor mais colocado à prova na descida da montanha é o próprio — há quem diga que o vírus ataca o nosso sistema mais frágil. Na agenda subitamente vazia, o amor-próprioexige o lugar dele. Quer conhecer esse ser que só se vê refletido em telas. Quer se reconectar com o que ficou escondido, trazer à tona o que poderia ser curado. Amar-se quando nada mais pode lhe distrair de si mesmo é se amar por inteiro, e o amor aos outros começa assim, dentro de si.A amorosidade evolui com o tempo. O tempero da ausência faz com que ela vá se revelando aos poucos. Mesmo nas dores mais internas há uma fagulha de carinho.
Para quem faz do amor o seu ninho, esse sentimento já não quer se limitar ao conhecido. Eledesafia o olhar cerrado de estranhos na rua, arranja desculpa para soltar um sorriso. Até a feira vira palco do seu protagonismo. Amar, afinal, é uma escolha. Ele escolhe se mostrar por inteiro.— Tem coentro lá dentro, na geladeira. A gente deixa lá dentro porque estraga fácil, moça, enem todo mundo gosta. Vou ali pegar pra você, sóum pouquinho! — o verdureiro me responde sorrindo com os mais simpáticos sinais de expressão ao redor da máscara.Sorrio de volta com os olhos, agradecendo-o pelo tempero que faltava às minhas metáforas eanalogias. Seria o coentro uma ironia? Dessas que quando a gente entende, ri?
Boa leitura