VIOLETA

VIOLETAPT

Romántica
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9.7
12 Avaliações
17Capítulos
2.6Kleituras
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Adicionado
Resumo
Índice

Após perder seu pai ainda criança e sob os cuidados de uma mãe ausente, Violeta, aos quatro anos de idade, se viu refém dos abusos do seu padrasto. Abuso esse que a deixou marcas com as quais ela teve que lidar até então sozinha. Aos 19 anos, num país em colapso e quase na metade do seu curso superior, ela recebe o que menos esperava: alguém que a possa ouvir.

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Jessica_silva_vbjb
história cativante ...️ parabéns a autora...
2021-08-08 20:53:55
2
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Lucy Megono
Parabéns a autora. Livro muito encantador
2021-08-06 21:54:18
2
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brunah.barros27
Ja gostei. Preciso ler ...
2021-07-29 23:41:17
1
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js_autora
Aos leitores: Não se esqueçam de avaliar o romance. Isso é muito importante para o crescimento do livro na plataforma.
2021-06-25 18:30:13
5
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Leitor19 Araujo
Eu estou apaixonado pela escrita dessa autora! É maravilhosa!
2021-05-30 09:27:50
2
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Hanna Pereira
Que livro maravilhoso!! Me emocionei muito acompanhando a tragetoria de Violeta! História de uma mulher forte, uma história muito bem escrita. Obrigada, Joelma, por trazer um tema tão nescessário de uma forma excepcional! Parabéns por essa obra incrível!
2021-05-07 20:31:00
3
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Hanna Pereira
Que livro maravilhoso!! Me emocionei muito acompanhando a tragetoria de Violeta! História de uma mulher forte, uma história muito bem escrita. Obrigada, Joelma, por trazer um tema tão nescessário de uma forma excepcional! Parabéns por essa obra incrível!
2021-05-07 20:30:59
3
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Weverton Araujo
Obra fantástica! Muito bem escrita e de uma pureza e profundidade sem igual. Discute uma temática que por muito tempo vem sendo ignorada em nossa sociedade.❤️✊🏽👏🏾👏🏾👏🏾
2021-05-07 09:48:26
3
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Larissa Oliveira
Amei esse livro! Diálogos muito bem trabalhados. História que toca a alma. Gostei muito de conhecer a Violeta e seu modo de pensar. Um exemplo de superação.
2021-05-06 09:14:55
2
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js_autora
Este livro foi escrito com muito carinho e cuidado. Estou curiosa para conhecer a opinião de vocês.
2021-04-01 23:03:40
5
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Full Rebom
muito linda amei..parabêns autora querida
2021-08-06 22:05:03
2
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Larissa Taynara Fraga Nogueira
ESTOU GOSTANDO
2021-07-07 05:08:12
2
17 chapters
Gaiola
PASSADO. Palavra confusa. Não é que eu desconheça o seu significado. É que apenas não faz muito sentido pra mim. Porque não é como se fosse realmente "algo que se passou". Ele vive. Faz parte do que sou, da mulher que me tornei. E apesar de em alguns momentos eu conseguir encará-lo de cabeça erguida, durante madrugadas como essa eu volto a me sentir indefesa, frágil, um lixo. Deslizo minhas mãos frias mais uma vez pelo meu rosto pegajoso. O suor recobre a minha pele. A vontade de entrar debaixo do chuveiro me consome, mas eu resisto. — Apenas respire, Violeta — digo mentalmente. Penso em voltar a dormir, mas o medo de tornar a sentir suas mãos ásperas em meu corpo faz a bile subir à minha garganta. Salto da cama, abro a porta do quarto e corro para o banheiro. Ponho todo o meu jantar para fora e dou descarga, com um leve receio de que minha mãe acorde. Retiro a camisa larga e ligo o chuveiro. Esfrego a minha pele com força, acompanhada  pelas gotas mo
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Berço
DO balcão, meus olhos acompanham o vai e vem dos ônibus no terminal coletivo da rua Milton Ornelas. Corpos e mais corpos descem e sobem nos transportes coletivos. A maior parte deles completamente alheios ao mundo que os cercam. Parecem não enxergar o corpo que dorme sob o banco do ponto para o Jardim Petrolar com um pedaço ínfimo de papelão sobre o dorso. E os que enxergam o chamam de preto imundo, drogado… e chutam os pés que escapam para fora do banco, fazendo-o se encolher o máximo possível. — Violeta? — chama uma voz próxima a mim, trazendo-me para a realidade da Papelaria & Livraria Lucimar. — Bom dia. Em que posso... — começo a falar a frase de costume, mas me interrompo quando percebo de quem se trata. Vinícius. Ele amplia seu sorriso largo para mim e sinto minha face repetir o mesmo gesto de forma involuntária. Estudei com Vinícius durante todo o ensino fundamental e médio. Éramos muito próximos. Diferente dos outros rapazes, ele sabia
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Naufrágio
É quase como um redemoinho; as voltas e voltas que o café faz na xícara à medida que misturo o adoçante e o leite em pó ao líquido antes preto. Abro a embalagem do biscoito sete capas e o introduzo à boca, acompanhado por um gole de café com leite. Eu odiava os finais de semana. Principalmente o sábado. Acordava cedo por costume, e como a Papelaria & Livraria não abria aos fins de semana e naquele semestre eu não tinha aula aos sábados, não tinha muito o que fazer. Eu normalmente gostava de aproveitar o sábado para dar uma geral na casa, mas só começava depois que mainha saía para trabalhar.A espuma que dominava a esponja envolvia a minha pele preta. Pela tampa da frigideira eu vislumbrava o meu reflexo embaçado; os pequenos pontinhos brancos do edredom emaranhados entre os fios do meu cabelo encrespado. — Você pagou a conta de luz ontem? — pergunta minha mãe atrás de mim, me fazendo derrubar a tampa no interior da pia com o susto. Vol
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Gangorra
“NÃO há nada de bonito na queda. Não há nada de bonito na mentira. Não há nada de bonito em existir numa vida que mais parece um monólogo entediante sem ambiguidade. Eu sei, nada disso faz sentido. Mas quem disse que precisa haver um sentido para tudo? Às vezes as coisas simplesmente são. A vida simplesmente é.” Soltei a caneta sobre a página recém-escrita, fechei o meu caderno dos medos e o guardei na primeira gaveta do guarda-roupa. Nas últimas semanas eu o tinha preenchido com pensamentos desconexos e memórias que supostamente tinha vivido com a minha mãe. Silvia dormindo comigo, Silvia contando histórias para mim, Silvia dizendo que me amava... Acontecimentos de minha primeira infância que não tenho certeza se inventei ou se relembrei devido a sua proximidade depois de anos em que mal olhara para mim. Nossa relação não tinha mudado. Ela continuava fingindo que eu era apenas um móvel da casa. Mas a forma como cuidou de mim há algumas semanas... Foi como
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Descartável
A manhã toda tinha sido uma correria só. Eu tinha ajudado a Luci a organizar uns produtos que tinham chegado na tarde anterior e tinha passado quase duas horas na fila da lotérica para pagar uma conta de água. Mal tinha tido tempo para almoçar de forma descente, e como se ainda não bastasse, eu tinha perdido o ônibus de 13h10. Quando cheguei na sala a professora de Literatura Lusófona já havia começado a aula há algum tempo. Cleo estava sentada no seu lugar de costume, a expressão abatida, e eu tinha quase certeza de que ela nem me vira entrar. Não pude fazer nala além de me sentar na carteira atrás dela e esperar que os três horários passassem o mais rápido possível. — Oxe, aonde você vai apressada desse jeito? — questionei a Cleo, tentando alcançá-la antes que ela saísse porta afora. Cleo apenas voltou seu rosto para mim, como se estivesse se controlando para não chorar. — Vem cá — chamei ao segurar sua mão e nos conduzir para o estacionamento da universidade, perto d
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Ápice
EU ainda consigo me recordar do cheiro de mofo, da aspereza do colchão velho e sujo contra a minha pele, das teias de aranha que abraçavam cada entulho jogado ali, dos meus gritos abafados pelo espaço pequeno e úmido. Depois que Marcelo foi embora, eu nunca mais entrei no quartinho dos fundos. Era como se ele estivesse trancado ali dentro, e se eu abrisse a porta, todo o pesadelo recomeçaria. Uma vozinha me incitou a continuar; a pegar a chave no armário da cozinha e abrir a porta. — Mostre que você consegue. Prove a si mesma que é forte o bastante — ela diz. Mas não. Aquele não era um bom dia para quedas, e, bem, eu já tinha feridas de mais para cuidar sozinha. Não precisava de mais uma. Eu soltei a respiração que nem percebi que estava segurando, coloquei a vassoura e a pá atrás da porta da cozinha e em seguida a fechei, voltando a fingir que aquele cômodo da casa não existia.   — Oi — digo ao atender o celular, ajeitando o laço do turb
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Quilombo
O silêncio ecoava por todo o campus. Por mais que eu tentasse, eu não conseguia acreditar… Como aquele homem pôde ganhar as eleições para presidente da república?O primeiro turno tinha sido difícil. A reeleição do governador duvidoso não me descia. E naquele momento, ter que lhe dar com o triste resultado do segundo turno das urnas era insuportável. Talvez aquele silêncio na universidade se devesse aos corpos ensanguentados que foram assassinados pelo espectro intolerante e horrendo que percorria o país... Não sabia ao certo. Mesmo os “minions” presentes no espaço se mantinham quietos. Acho que era porque eles sabiam que apesar de tudo não eram maioria ali.  Eu via a incerteza no rosto da senhora do almoxarifado. Sua aposentadoria seria reclamada no ano seguinte. Seria... Dois colegas de sala, Rômulo e William, seguravam a mão um do outro de forma discreta. Pareciam ter medo de demonstrar o amor que existia entre ambos de maneira mais expressiva, e sen
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Autorretrato
ERA novembro. 2003. E chovia. Chovia muito. O cair da chuva fazia parecer que pedras eram lançadas sobre o telhado da casa. Um trovão balançava o céu, iluminando tudo ao redor. A ventania não deixava uma folha seca pairada sobre o chão. E quase nada se ouvia além do som da natureza. Exceto, talvez, o grito de pavor que cortava os meus ouvidos. Você também consegue ouvi-lo? Marcelo tinha deixado a porta do quarto dos fundos aberta. Mainha tinha saído cedo para o trabalho, eu me lembro. Acho que antes de sair ela me deu um beijo, mas não tenho muita certeza. Da porta da cozinha eu via. O zíper que se abria com destreza, a mão que segurava o falo nojento que se enrijecia a cada vai e vem dos seus dedos, os olhos assustados que pertenciam ao pequeno corpo sobre o colchão velho e fedorento, o sêmen que escorria e profanava o ventre juvenil... Era como observar a um retrato em movimento. Você também consegue vê-lo? A menina chorava. Ela tentava empurrar aquele c
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Julgamento
TALVEZ já passasse das 19h00. Mainha chegaria do trabalho a qualquer momento. Eu tinha colocado um pouco de café na xícara, esperando que o líquido preto despertasse o meu corpo, inerte. Meus punhos, avermelhados, latejavam a cada mínimo esforço. Eu nunca tinha tido a coragem de contar sobre o meu passado para alguém. Mesmo Cleo e Dona Luci, que eram duas das pessoas que eu mais confiava no mundo, ainda assim, nunca tive coragem de contá-las. Sempre me pareceu errado conversar sobre esse assunto com alguém. Eu tinha medo de ser julgada. Medo que alguém me questionasse por eu ter me calado na época. Eu comecei a escrever no caderno dos medos aos doze anos. Trezentas páginas quase que findadas por pesadelos e mais pesadelos. Muitos deles contados e recontados em intervalos de tempo diferentes. Eu sequer o lia em voz alta. Porque dizer as palavras tornava tudo ainda mais real. “Abusada sexualmente”. “Estuprada”. “Molestada”. São termos que você utiliza para se referir
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Refúgio
MINHAS pernas doíam. Minha respiração estava descompassada. Lágrimas e suor se confundiam em minha face. A noite quente me abraçava. Acho que eu nunca tinha corrido tanto assim. Eu havia parado em frente ao colégio Modelo. Não sabia qual curso devia tomar em seguida. Recostei-me no muro, peguei o celular na bolsa e liguei para o contato que procurava. A rua estava quase deserta, mas ainda assim fiquei com medo de ser assaltada ou coisa pior. Ele tinha me atendido sem demora:— Preta, tá tudo bem? — perguntou, preocupado. Eu podia ouvir pessoas conversando e rindo do outro lado da linha. — Onde você tá? — procurei saber. Minha voz saindo mais chorosa do que deveria. — Em casa. O que aconteceu? Onde você tá? — Na frente do colégio Modelo — respondi, simplesmente. — Tô indo aí — falou antes de desligar.  Cinco minutos mais tarde, Filipe estava ao meu lado, oferecendo-me o apoio que eu precisava. Ele não me fez pergunta
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