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Capitulo 4 - Chuva de....Açúcar?

A semana passou e o dito cujo não apareceu, nem sinal de fumaça, nenhuma sombra, nenhuma ligação e as reuniões acabaram se acumulando na minha mesa, e tenho que dizer que lidar com empresários chateados e idiotas foi o ápice da minha carreira administrativa.

Mas sábado chegou, e trouxe o aniversário de Tori, junto com uma sombra do que parecia ser o sol depois de dias de chuva. Tori não é muito de comemorar, principalmente sabendo que está completando 30 anos, então combinamos simplesmente de nos encontrar no pub Cavendish depois do trabalho, junto com Jasper é claro.

Claramente eu não poderia deixar que ela passasse o aniversário sem um pouco de doce, então encomendei um bolo pequeno com bastante confeite colorido, e combinei de buscar aos meio dia. E é por esse motivo que estou parada a dez minutos na faixa de pedestre esperando que o sinal fique vermelho, o que parece não acontecer, essa coisa deve estar quebrada só pode.

Aperto o botão pelo que parece ser a decima vez e suspiro aliviada quando o sinal vermelho aparece para os carros e o sinal verde para nós. Passo rapidamente pela faixa e caminho em direção ao estacionamento do prédio equilibrando o bolo em uma mão enquanto pesco meu celular com a outra, olho para o lado esquerdo e vejo um carro vindo lentamente em minha direção então passo apressada para o outro lado, mas não rápida o suficiente pelo visto.

Um flash do lado direito é visto pela minha visão periférica, e institivamente salto um centímetro para trás e como um pequeno inferno deslizo em uma poça de óleo de carro em direção ao chão com um tombo, o bolo voa por alguns segundos e metade do confete e chantilly vem em meu rosto e o resto em minha saia e no chão.

Um chiado de freio brusco é ouvido dos dois carros em direção um ao outro e tiro metade do doce dos meus olhos

- Cacete – uma voz grossa e brava vem do lado esquerdo, mas meu olhar irritado vai para o cara que entrou com tudo na curva ao contrário. Ele parece meio perdido olhando de mim para o outro motorista, mas volta o olhar rapidamente para o outro quando ele começa a falar de novo – Você está maluco? Essa pista do estacionamento é somente para entrar e não sair.

- Eu não sabia, sinto muito, o....

- Você por acaso é cego? Não viu a placa enorme do seu lado? Poderia machucar alguém

Tá, tudo bem, eu meio que estava sentindo pena do outro cara, mas não podia deixar de concordar com o outro cara esbravejante, ele parece ser muito sensato e....

- Ou pior, poderia bater no meu carro e aí sim, o senhor teria um problemão

O que??

Ele estava dizendo que a porcaria do carro dele era mais importante que uma vida? Mas que cretino.

- Você está brincando com a minha cara? – eu falo tentando tirar os fragmentos do que era um bolo do meu colo. Subo o olhar rapidamente e vejo um cara alto de cabelos com reflexos dourados e de óculos escuros me observando do alto – E eu aqui achando que você estava defendendo a vida quando você estava decididamente defendendo uma lataria.

- O que você disse? – sua voz saiu como um rosnado e era nessa hora que eu deveria ter ficado calada, mas só o que eu fiz foi tentar me levantar com o pouco de dignidade que me restava e olhar com cara feia para ele.

- Você ouviu muito bem, la-ta-ria

A parte de soletrar fez com que ele fumegasse ainda mais, então tirei o pedaço de bolo da minha blusa e passei os dedos melecados em minha saia, um rastro colorido ficou e eu bufei frustrada.

- Tinha que ser uma mulher a falar isso

- Tinha que ser um homem a tentar rebaixar o gênero feminino – devolvo e olho por cima do ombro franzindo a testa quando vejo o fujão dá a ré e sair de fininho – Ótimo.

- Culpa sua é claro, se fechasse a boca e me deixasse resolver eu...

- Você ia fazer o que? Multar ele? Gritar um pouco mais, talvez?

- Você é insuportável

- Obrigada

Resmungo um palavrão e me abaixo pegando a caixa rosa do bolo, puxando uma respiração ando rapidamente até a entrada do prédio e vou direto para o banheiro. Ignoro os olhares piedosos e maldosos por onde passo e entro fechando a porta, jogando a caixa no lixo pego vários papeis e começo a desabotoar a camisa três quartos preta, a blusa é colocada do lado da pia e começo a esfregar o papel em meu corpo tirando o açúcar.

Minutos depois olho para a saia e vejo que a marca colorida vai ter que ficar, então passo o papel para tirar o excesso e pego minha camisa da pia esfregando em alguns pontos debaixo da água e secando logo em seguida no secador automático. Abotoou e meus ombros caem aliviada quando termino, puxo mais alguns papeis, mas paro quando meu celular apita com uma mensagem.

Sônia: Onde você está? O senhor Campbell acabou de chegar

Puta merda, logo hoje? Sério isso?

Eu: Já estou indo, não se preocupe

Passo rapidamente a mão nos cabelos, arrumando e corro para fora do banheiro. Entro no elevador e quando chega ao andar desejado insiro o cartão, desbloqueando a entrada.

- Ah, aí está ela – Dou um sorriso tenso para Sônia e sigo com passos rápidos para a minha mesa, mas paro quando ela acena com a cabeça para o lado mandando sutilmente eu entrar na sala dele. Inspiro pelo nariz e sigo para a porta, mas estanco quando vejo quem está sentado atrás da longa mesa – Campbell conheça a senhorita Jones, sua nova secretária.

Mas é claro que tinha que ser o idiota do carro.

.............................

- Srta. Jones, é um imenso.... Prazer – Posso escutar o seu tom sarcástico do outro lado da cidade, mas só o que eu faço é sorrir inocente.

- O prazer com certeza é meu sr. Campbell

- Bom, feita as apresentações vou deixar vocês a sós, eu tenho um montante de coisas a fazer – hahaha, estava mais para “vou fugir enquanto é tempo” do que coisas para fazer – Eu já apresentei o escritório a ela, e disse quais eram suas obrigações, por isso não se preocupe – ela se vira nos seus saltos quinze e some rapidinho pela porta – Até mais.

Fecho os olhos por segundos antes de puxar uma respiração e me virar de novo para Campbell, minha pulseira gira de um lado para outro, acompanhando os meus movimentos dos dedos.

- Precisa de algo sr. Campbell?

- Na verdade preciso saber uma coisa – Forço os meus olhos a focar nele, mesmo quando meus instintos me pedem para dar o fora dali o mais rápido possível. A postura dele está relaxada na cadeira de couro, os braços apoiados na mesa e sua expressão é nada mais do que curiosa – Alguém mexeu em minha mesa enquanto estive fora?

- Sim – pigarreio para tirar o gorro da garganta e estico ainda mais minha postura – Eu mexi, pelo menos acho que fui a única. Os papeis estavam bagunçados então coloquei-os em ordem, estão todos em cima da sua mesa – Vejo seus olhos se estreitando e termino de responder a sua pergunta – Sinto muito se não devia, não me foi passo nenhuma regra quanto a sua sala.

- Não estou recriminando, só perguntei por curiosidade

- Certo

Sinto seus olhos em mim, então forço os meus músculos a relaxarem enquanto devolvo o olhar. Cabelos escuros com reflexos dourados, um anel cinta no seu dedo indicador e me chama atenção por alguns segundos, mas subo o olhar quando seus olhos escuros e observadores parecem ver as mínimas manchas de onde o bolo encostou.

- Posso ir? – eu falo e me impeço de revirar os olhos quando sinto minha voz falhar um pouco.

- Pode é claro – sem entoação, sem emoção, nada. Me viro de volta para a porta e já estou quase a ultrapassando quando ele volta a falar – Tem açúcar no seu pescoço

- O que? – minha cabeça gira rapidamente em direção a ele enquanto minha mão passa freneticamente pelo pescoço e sinto as pequeninas pedrinhas de açúcar com os dedos, suspiro e fecho a porta resmungando um obrigada.

Mas assim que a porta se fecha mostro o dedo do meio para a porta que nos separa. Ouço o que parece ser um engasgo de um riso contido e reviro os olhos com tanta força que penso que meus olhos possam ter saído das orbitas.

Mauricinho.

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