Tupã encontrava-se sentado em seu trono esculpido num imenso tronco de árvore de cor avermelhada, com pequenos brotos e fungos espalhados por sua superfície. Ao seu lado estavam suas armas e um globo mágico transparente, o qual ele mesmo o construíra. Dentro do globo agitava-se incontrolavelmente um ser de forma fantasmagórica como se fosse constituído de fumaça e água unidas de maneira sobrenatural.
Jaci aproximou-se de seu esposo, tocou-lhe o braço com suas suaves mãos e suplicou-lhe:
— Por favor, solte-o! Não aguento vê-lo dessa maneira.
Tupã levantou-se abruptamente e afastou-se de Jaci, segurando o globo mágico em suas mãos. Virou-se para ela e com um tom de voz agressivo diz:
— Sabe que não posso fazer isso. Ele está disposto a tudo para lhe conquistar. Não vou permitir esse ato hediondo.
— Talvez as coisas se resolvam sozinhas. Dê-lhe uma chance!
— Não Jaci! Já disse que não. Monã teve o que merecia, e assim permanecerá até que abandone essa ideia estapafúrdia.
— Se é assim… Ficará em seu trono a vigiá-lo enquanto me assiste partir. Lembre-se que essa foi a sua escolha.
Jaci deu-lhe as costas e caminhou a passos largos afastando-se, enquanto o deus guerreiro dos trovões a observava partir furiosa com suas ações.
Escolhas Jaci. Escolhas que não tenho como recusar. Pensava Tupã enquanto retornava ao seu trono.