O trajeto até meu apartamento foi silencioso, o agradecia por isso, precisava de um tempo para digerir os acontecimentos no parque.
O carro para em frente ao meu prédio, pago o motorista o deixando uma boa gorjeta pela preocupação. Antes que pudesse apertar o botão do elevador vejo um papel colado em suas porta metálicas avisando que estava em manutenção. Bufo irritada, essa porcaria estava a meses em manutenção, duvido que seria consertado.
Chego ofegante a porta do meu apartamento, subir oito andares de escada não era para qualquer um. Uma voz delicada me chama.
— Janaína, querida.
Edna, minha vizinha do final do corredor, uma senhora gentil e vaidosa que não passava dos setenta anos. Ela sempre estava vestida de forma elegante, usava sempre suas joias e perfumes caros, era como uma rainha na hora do chá.
Sorri cansada, ela se aproxima com passos elegantes como se estivesse destilando em uma passarela em Milão.
— Senhora Edna, como vai?
— Estaria melhor se esse elevador funcionasse.