Maria Clara criou sua filha sozinha, após seu namorado sumir de sua vida sem que soubesse que ela estava grávida. Cinco anos depois, sua linda filhinha deseja conhecer seu pai, orgulhosa demais, Maria Clara decide pagar alguém para fingir ser pai de sua filha. Ela só não poderia contar que quem fosse entrar em sua vida fosse Alan, alguém que conheceu anos antes e não lembra-se disso. Agora, Isabelly tem o pai que sempre quis e Maria Clara está diante de um homem que pode roubar seu coração e desconstruir sua vida de mãe solo.
Ler maisJared entrou no apartamento e jogou a melhor amiga no sofá, fechou a porta e começou a arrastá-la em direção ao banheiro, com pouca paciência, mas ao mesmo tempo tomando cuidado para não machuca-la.
—Ai me solta. — Ela choramingou.
— Você está bêbada e imunda Maria Clara, precisa de um banho. — Ele falou em tom de voz mais doce que conseguiu.
— Eu não estou não. — Ela falou com a voz arrastada.
— Eu te encontrei pelada dentro de um Impala preto. Como é que você transa com alguém que não conhece?
Maria Clara desandou a chorar ao ouvir aquela acusação horrível, ela não lembrava de nada daquilo.
— Eu fiz o que? Eu não...
— Por sorte eu o conheço Maria. Agora, venha. Tome um banho para se recuperar, pelo amor de Deus garota que nível você chegou, hein?
Entre os protestos da moça Jared ligou o chuveiro e a deixou embaixo da água gelada.
Ele e Maria Clara se conheceram na escola e tornaram-se grandes amigos, juntos eles cursavam moda e dividiam o apartamento.
Há uma semana, Diego, o namorado de Maria Clara a abandonou e foi embora para outra cidade.
Como Maria era sempre muito durona, Jared não imaginou que ela ia se desesperar tanto a ponto de cometer uma besteira, mas ele não podia culpá-la, por mais durona que ela fosse, ela ainda era um ser humano falho e essa reação dela, era bem saudável, fazia muito tempo que Maria Clara não surtava com estilo.
Principalmente ela, que dificilmente surtava com algo, era forte. Ao invés de sofrer, batia de frente com seus problemas. Sofrer um pouquinho era saudável demais para aquela mulher de pedra, que Maria Clara havia se tornado com o passar do tempo, graças a um passado horrível que ela tinha.
Minutos depois, Maria Clara entrou no quarto dele vestida com o roupão e sentou-se na cama para que ele secasse seu cabelo. Sentia-se muito frágil naquele momento e não sabia se era o efeito do álcool, ou estava mesmo triste.
— Jared o que eu fiz? — Perguntou como uma criança.
— Você bebeu e dormiu com um cara dentro do carro dele. Bom, dormir só, não exatamente... Vocês...
— Ah não. Que vergonha... Eu não fiz isso.
— Ele estava tão chapado quanto você. Dois bêbedos malucos.
— Eu não lembro de nada. Não lembro, Jared...
— Ele também não. Vou apresentar vocês, não se preocupem com isso.
— Não! Me poupe dessa humilhação, não quero conhecer, não quero lembrar. Não quero nada disso na minha vida. Desculpe pela preocupação Jared. — Ela suspirou. — Mas está doendo tanto. Eu gostava tanto daquele traste do Diego.
Ele desligou o secador e a abraçou com força.
— Eu sei. Mas vai passar. Sempre passa.
— Eu amava Diego e ele disse que me amava também. O que eu fiz de errado?
— Não foi você. Ele é um idiota. Pare de se lastimar por ele, esquece aquele vadio.
Ela chorou outra vez. Maria Clara, que nunca chorava por nada, sempre dura feito um muro.
— Chora diva, vai ser bom. Pode chorar.
A abraçou mais forte afim de consolá-la. Maria Clara aconchegou em seus braços, sentindo-se mais calma.
***
Um mês e meio depois...
Maria e Jared saíram à tarde depois do trabalho para procurar a roupa que iam usar na formatura e enquanto faziam isso, conversavam sobre os planos que pretendiam tirar do papel depois da conclusão do curso.
— Vamos montar uma loja simples. — Ele começou.
— Simples Jared?
— Sim, depois com o tempo, vamos crescendo aos poucos. Ei, vamos tomar um café aqui, eu adoro o bolo de chocola... Que foi?
Ele parou de falar quando percebeu a cara dela. Maria Clara estava com a mão na boca encarando a lanchonete.
— Meu estômago está mau só de ouvir falar em comida.
— Ai Maria Clara, de novo? Você é uma fresca isso sim. Ui hein, Deus me livre.
Maria Clara girou em frente a porta espelhada e se observou.
— Você não está parando de comer pra emagrecer, não é maluca? Eu vou bater em você se for isso.
Jared colocou a mão na cintura e bateu o pé. Maria Clara achou graça, mas logo voltou-se para sua imagem ao espelho.
— Eu estou inchada e minha menstruação atrasou. — Falou pensativa.
— Você não acha que...
Ele começou, mas ela o interrompeu já sabendo o que ele ia falar.
— E se for Jared? O que vou fazer da minha vida. E os nossos planos?
Jared revirou os olhos e a puxou pelo braço.
— Se você estiver grávida, não irá te afetar em nada. Se fosse uma doença terminal aí sim você deveria realmente se preocupar.
— Mas, Diego...
— Você tem capacidade de ser mãe solo não tem? E segundo, século 21 querida, não se necessita mais de macho para formar família. Sem contar que você tem a mim, eu estou ao seu lado para tudo.
— Ah meu Deus, Cássio vai me matar.
— Seu irmão terá que passar por cima de mim para isso. Vamos fazer um teste, não se preocupe, não é o fim do mundo.
Ela sorriu. Não precisava mesmo se preocupar afinal, ela tinha ele. Jared estaria ao seu lado para tudo, disso ela sabia, ele era seu melhor amigo, praticamente sua família.
💞Meses depois💞
Jared e Cássio entraram no quarto de hospital, Jared trazia consigo um buquê de tulipas amarelas. Ela observou os dois, Cássio era mais alto que Jared e por mais estranho que pareça, eles eram, fisicamente muito parecidos.
— Flores para mim?
— Não Diva, essas flores são para a nova integrante da família.
— Passamos no berçário Maria Clara. Ela é linda. — Cássio comentou sorrindo. — Como está?
— Mesmo? Parece com quem? Aliás estou bem.
— Com o pai.
Ela fechou a cara.
— Com o nosso pai. — Cássio se corrigiu.
— É ainda pior. — Ela revirou os olhos, lembrando do quanto detestava o próprio pai.
— Eu achei isso incrível. — Ele falou.
— Por favor Cássio, evite comentar isso perto de mim.
— Interrompendo aqui, Diva, já tem um nome para a princesinha?
Maria sorriu para isso, animada e finalmente feliz.
— Sim. Ela vai se chamar Isabelly e ela vai ser só minha. Minha e de mais ninguém. — Falou convicta.
Um mês passou um pouco lento demais para Isabelly e Maria Clara, a segunda nunca admitiu que contava os dias para a volta do seu amado.Maria Clara tirou o sábado para Izzy e a menina teve tudo o que pediu, foram passear somente as duas, tomaram sorvete, fizeram compras, foram ao cinema, shopping, parques e depois ficaram sentadas nas escadarias da Igreja Matriz terminando de comer uma pipoca colorida.— O que aconteceu com a irmã do meu pai?Izzy perguntou de repente, ninguém mais falava em Donna, ninguém sabia onde ela estava.— Não sei Izzy, ela fugiu da polícia e até agora não a encontraram.— Você acha que ela está bem?Maria Clara deu de ombros.— Na realidade não me importo muito.— Por que mãe?— Não vamos falar disse agora Izzy, não é um assunto agradável sabe.— Tudo bem, e o que você acha do namoro da Bruna e o Luciano?Isabelly perguntou sorrindo.— São perfeitos u
— Me solta!Isabelly gritou e esperneou acertando um chute nele. Ele a colocou no chão.— Cale a boca garotinha e entre no carro.— Não!— Petulante. Entra no carro agora!Com força ele começou a empurrá-la para dentro do carro, mas ela resistiu e gritou o mais alto que pode, chamando a atenção das pessoas ao redor.— Sua imbecil... Cale a boca! Garota idiota.Pegou a arma do cinto e antes que fizesse algum mal para ela alguém surgiu atrás de si e o tirou de perto da menina.Murilo socou o homem até vê-lo imóvel no chão. Passou as algemas no braço dele e correu até Izzy.Nesse meio tempo Marcela havia chegado até ela.— Você está bem Izzy?Em resposta, ela o abraçou.Quando chegou em casa Isabelly correu para os braços do pai e ignorando os da mãe, deixando Maria desconfortável, mas afastou a sensação.— Como você está filha?— Com medo.Ela se aconchegou nos braços de Alan te
Maria Clara entrou no quarto de Alan, dessa vez Izzy não dormia lá, ele estava sentado na cama, com as mãos escondendo o rosto.— Alan? Podemos conversar?Ela fechou a porta.— Eu não preciso agora.— Numa boa eu quis dizer.Ela caminhou até a cama, sentou ao lado dele e tirou suas mãos do rosto dele.Os lindos olhos verdes dele estavam marejados.— Alan, olha para mim, me diz o que está acontecendo. Seja o que for, eu vou te ajudar.— Você não consegue.— Por favor, nunca mais repita essa frase e também, basta me dizer o que está havendo.Ele ficou em silêncio.— Alan você tem que se abrir comigo.— É difícil de falar sobre isso.— Tudo bem. Amanhã eu vou marcar um horário com a minha terapeuta, e você vai. Pronto, problema resolvido.— Para você parece fácil não é? Parece que nunca sofreu na vida.— Eu já sofri muito sim e hoje em dia eu prefiro evitar isso a todo custo. Eu recomendo
Maria Clara levantou-se de manhã e desceu para tomar café. Jared estava a mesa com cara de poucos amigos.— Bom dia.— De bom não tem nada.— Noite péssima?— Noite terrível. Ai minha Nossa senhora da ressaca que me ajude.Maria Clara sorriu.— Meu Deus...— Aliás, você viu isso?— O quê?Jared passou o celular para ela aberto em uma notícia. Maria pegou e leu.Pela tarde será o enterro do filho do empresário Sandro Monteiro, Diego caiu de oito andares e morreu no local...Maria virou-se para Jared.— Diego morreu?— Você viu? Deus é pai, não padrasto.— Estou chocada.— Você não vai sofrer por isso não é?— Não é isso Jared. É que... Meu Deus, eu não sei explicar.Ele balançou a cabeça.— Tudo bem. Quer um dia de folga?— Não, claro que não. Eu estou bem só... Com dor de cabeça. Eu tenho que terminar com Murilo.— O que? Foi isso mesmo que eu ouvi? Você disse que nunca
Maria Clara encarou Jared. Os dois estavam dentro do escritório dela.— Você convidou ele para ficar aqui? Isso não pode ser bom.— Pensa bem, isso vai ajudar na hora de ele nos perdoar. Ele está tendo a chance de ficar perto da Izzy em tempo integral, como antes não teve.— O que eu quero dizer é, ele e eu... No mesmo lugar.— Sossega a periquita mulher. Você está namorando, favor não se iludir com ele. Deixa o Alan em paz. Pelo menos até você terminar com o Murilo.— Eu não vou terminar com o Murilo. Eu gosto dele...Jared franziu a testa.— Ele é diferente Jared.— Diferente de quem?— De todos. Ele é compreensível, ele é gentil, ele é da polícia ou seja, confiável...— O cara perfeito, retirado diretamente de um livro. Sacooo...— Ele é totalmente ao contrário de Alan, que é tosco, mandão, teimoso e briguento...— Ai... Como você pode achar isso ruim. Alan é intensidade, oito ou oitenta, já esse
Maria Clara levantou de manhã, tomou banho e desceu até a cozinha. Era sábado e tudo o que ela queria era descanso, ela necessitava disso.Não havia dormido bem à noite.Jared era o único que estava na cozinha, sentado plenamente ainda vestido com um roupão lilás.— Bom dia.— Bom dia! Acordou cedo hoje.— Digo o mesmo de você.Ela sentou-se na cadeira ao lado e começou a servir-se.— Olha espero que esteja preparada para o dia de hoje.— Ah por favor, não começa.— Começo sim. Cássio ligou para cá há pouco procurando por você.— E o que é que ele queria tão cedo?— Alan está preso.— O que?— Ele foi encontrado dentro do Impala e no meio da rua.— Ele foi preso só por isso?— Estava bêbado. E deu na cara do Murilo.Maria Clara suspirou e Jared sorriu.— O policialzinho frouxo já se sentiu ofendido.— Não fala assim do Murilo. Se Alan foi preso fo
Último capítulo