—Um quê? — a surpresa me escapa ao ouvir essas palavras; os outros estão igualmente confusos.—Meu próprio orgulho e ambição não me deixaram ver claramente a grande oportunidade que tínhamos de unir nossas famílias. Mas eu tive uma epifania, provocada por Leonor…—Aquela velha está morta há séculos… — sussurra Victoria, irada — Até quando ela continuará arruinando minha vida?—Para unir nossas famílias e, assim, resultar meu primeiro neto, gostaria de deixar meus vinhedos na França. Sua avó e eu éramos amantes de equitação e bons vinhos, seria um belo legado — termina o tabelião — Até aqui você é mencionada, Sara, é uma condição.Minha boca se abre de choque, Loren nega exausto por causa do pai, Julián começa a rir como se tivesse ouvido a maior estupidez de sua vida. E… temo, concordo com ele.—Meu marido deixou os vinhedos na França para uma criatura imaginária por ordem de um fantasma? — pergunta Victoria, com os dentes cerrados.—Assim foi… — o tabelião a olha por cima dos óculos.
Sei que meu pai me havia falado sobre as consequências dos casamentos abertos, mas não esperava uma confirmação tão precisa, constrangedora e pública. Nem que alguém silenciasse Victoria com tanta força sem sequer gritar com ela. Mas o nível de choque, pelo menos da minha parte, é lendário.Mesmo assim, deixando de lado minha própria reação e a dos advogados ou secretários com seu desconforto disfarçado, nem Richard, nem Julián, nem Loren reagem como eu estou reagindo. Era como se… eles já soubessem há muito tempo.—A falta de parentesco biológico não foi uma desculpa para ele nos apresentar como seus filhos. Seu nome está em nossas certidões de nascimento — diz Julián, lutando contra o constrangimento da situação.Posso confirmar isso, eles já sabiam, os gêmeos sabiam disso.—Pode estar, mas além das obrigações básicas com os dois, Lorenzo reforçou o testamento. Em plena lucidez, ele deixou sua vontade conosco — explica o tabelião.—Isso não é justo, ninguém pode dizer que é… — insist
—Você acha que é hora de ficar calada? Ou foi maravilhoso viver nas sombras do único e verdadeiro filho do nosso suposto pai? Porque ele nunca nos considerou seus filhos, mas nós o consideramos nosso pai. Vivemos uma mentira por sua culpa, Victoria — acusa Julián.—Não estou para essas cenas agora — Victoria se levanta, exausta — Se vocês querem me gritar o quão má mãe eu fui, vocês têm o resto de suas vidas. Hoje tenho que iniciar o processo de contestação e às 18h tenho um encontro com minha estilista.Victoria diz isso, pega os óculos de sol que havia deixado na mesa, sua bolsa e sai da sala de reuniões. Para minha surpresa e a de seus filhos, menos a de Lorenzo, que esperava por isso. Ainda espero que seja uma brincadeira de mau gosto, mas Victoria realmente foi embora, ouvimos o barulho alto da porta batendo.—Ela foi embora, de verdade, ela foi embora — digo, minha voz saindo como um fio.—Não deveríamos nos surpreender com ela… — responde Loren — Deixar seus filhos em um desastr
Meus pés correm para o estacionamento, não vejo Loren em lugar nenhum e tenho medo de que ele tenha ido embora nessa condição. Por isso, ao não vê-lo no elevador ou no corredor, vou direto para meu carro. Minha busca termina rapidamente ao encontrá-lo encostado no meu carro, esperando por mim. Posso respirar mais aliviada com isso.—Então é aqui que você está… — digo aliviada.—Eu não ia ir tão longe com você aqui — ele sorri tristemente. Com a mesma tristeza com que eu o olho.—Eu diagnostico que você precisa de um desses — comento em tom profissional.—Um quê? — ele menciona curioso.—Desses — repito, o envolvendo em meus braços, tenho que me inclinar porque não estou usando saltos altos e graças à sua altura. Loren não demora nem meio segundo para envolver minha cintura com seus braços.—Eu preciso de uns milhões desses… — ele sussurra.—É uma soma preocupante, que levará muitos anos para ser cumprida — brinco.—Eu posso esperar a vida toda por eles, por você, Sara — ele comenta com
— Olha o que você fez, se comportou muito mal.— Isso deve ser um sonho…— Oh, Deus. Você sonhava em me engravidar? Safado pervertido — rio.Ele não fica parado dessa vez, me pega pelos quadris e me vira, ficando por cima de mim. Começa a me beijar de novo com voracidade, minhas pernas abraçam seus quadris enquanto Loren me penetra com força, tanta força que prevejo o que vai acontecer.E acontece, com um som profundo ele atinge o orgasmo dentro de mim. Sinto-o se descarregar em meu interior, nem preciso dizer que é maravilhoso e delicioso. Gosto de vê-lo aproveitar, embora ele não pareça tão satisfeito quanto eu, o que é uma grande ironia.— Me desculpa, merda… — lamenta-se.— Você não tem nada do que se desculpar — digo acariciando seu cabelo — Não se conseguir me satisfazer de outra forma… por que você não desce?Eu o seduzo com minha expressão e rosto, ele vai cumprindo aos poucos, enquanto beija meus seios, meu estômago, minha barriga e… termina de fazer o trabalho lá embaixo. Tal
— Porque eu acabei de descobrir com Richard! — exclamo, isso sim surpreende Loren. — Ele disse que Emma é meia-irmã dele, o que transforma Victoria numa hipócrita de última categoria. Como ele ia se casar com a meia-irmã dos seus meios-irmãos? E eu era a incestuosa porque, segundo aquela senhora, eu e você poderíamos ser irmãos numa alucinação dela?— Por que Richard diria isso a você? — pergunta Loren, muito interessado.Olho para ele com carinho e compaixão; sei o que Loren disse naquela sala, que eles não eram irmãos, mas o conheço melhor que ninguém. Acaricio seu rosto.— Porque eu sei que aqueles dois mimados gostam de você e te veem como irmão.Ele não parece convencido.— Você os ouviu, eles só se importam com dinheiro. Mesmo assim, ofereci o dinheiro a eles antes da leitura do testamento; eles decidiram me ignorar e continuar me atacando. Estou cansado, que impugnem tudo o que quiserem — explica ele, mostrando o quanto está magoado com a situação.Me inclino para beijar sua boc
Na minha cabeça toca uma melodia apocalíptica, no rosto dos meus pais se forma uma expressão apocalíptica, e meu apartamento se transformou no próprio inferno. As coisas a partir daqui perdem o rumo. Loren se vira para ver Leonel e Clara; o primeiro que me ocorre é me agarrar às suas costas e me esconder atrás dele.— ¡SARA BROWN! — meu pai grita.— ¡NÃO ESTÁ! — respondo, agarrada tão forte a Loren que meus braços doem.— ¿¡O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO COM ESSE GAROTO!? — meu pai grita.Como só vejo as costas de Loren, vejo sua cabeça girar de um lado para o outro para ver a bagunça de nossas roupas, incluindo até nossa roupa íntima. Então, Lorenzo diz algo terrível.— ¿Isso não é evidente, sogro? — ele menciona.Loren queria ver o mundo queimar, e, consequentemente, meu pai não iria decepcioná-lo. Ele quer se lançar sobre nós, mas minha mãe intervém, segurando-o com força para evitar uma desgraça; eu ainda estou abraçando Loren e escondendo meu corpo com o corpo dele, só que com a cabeça i
— ¿Esquece você que tem um casamento marcado com Emma Bianchi? Eu não esqueço — repreende Leonel.— As mudanças de data devem ter lhe dado uma pista, esse casamento não vai acontecer — afirma ele.— Se não vai acontecer, porque ainda está de pé. Não era mais fácil fazer as coisas em ordem? Não lhe basta os rumores que correm sobre minha filha por sua culpa? Você a transformou em sua amante — acusa Leonel.Loren aqui não pode falar, sente-se bastante envergonhado disso, ficou sem resposta. Tenho que intervir.— Pai… você realmente vai cair na mesma coisa que as pessoas fofoqueiras? Já te disse, aquele casamento com Emma era um acordo entre os pais deles, eles não chegaram a ter um relacionamento real — explico.— Em nenhum momento a tivemos, nem qualquer tipo de contato íntimo ou emocional. Era um acordo comercial a 100% — acrescenta Lorenzo com grande insistência, como para se libertar de sua culpa.Diante disso, minha mãe contém o sorriso, diante desse assunto tão sério. Ela até tem q