A luz fraca da manhã filtrava-se pelas cortinas fechadas, sombras no quarto. A escuridão ainda dominava o ambiente, abafando a luz do dia que tentava invadir. Eu estava deitado na cama, com a cabeça pesando de maneira insuportável, a sensação de estar à deriva, em algum lugar entre o sono e a realidade. Ao meu lado, a mulher com quem eu havia passado a noite estava encolhida sob as cobertas, completamente alheia ao meu movimento. O cheiro de álcool e perfume barato ainda pairava no ar, mas não foi isso que me fez ficar em silêncio. Era a sensação de desconforto, algo que não se explicava, mas que estava se arrastando comigo, como uma sombra indesejada.
A noite de sábado tinha sido um reflexo do que eu procurava: uma fuga. Mas, como quase tudo na minha vida, ela não havia trazido o alívio que eu imaginava. Eu estava distante de tudo o que importava. As risadas, a música alta, os corpos dançando freneticamente, estavam ali apenas para me manter ocupado, para desviar minha atenção de al