Ofélia é quem deveria estar na matéria, e não eu. Essa frase martela na minha mente enquanto fecho a aba da página de fofocas. O brilho da tela parece zombar de mim, enquanto as mensagens continuam a chegar sem cessar. Ana, sempre curiosa, já tinha me confrontado mais cedo:
— Como você se sente caindo na graça de Damien Carter? — perguntou, com um tom que oscilava entre provocação e genuíno interesse.
Eu apenas dei de ombros na hora, mas a verdade era que eu não sabia como me sentia. Parte de mim, talvez uma parte que eu relutava em admitir, gostava da ideia de finalmente roubar o brilho que sempre pertenceu à Ofélia. Pela primeira vez, ela não era o centro de algo.
Mas essa pequena satisfação veio acompanhada de um gosto amargo. Ser observada, analisada, colocada sob holofotes que nunca pedi... era sufocante.
Tentei me concentrar no trabalho. O restaurante estava calmo naquele horário, e a vista do jardim do lado de fora sempre me ajudava a encontrar equilíbrio. O lago artificial, ce