Capítulo 13

Peter Snow

— Peter filho, você acha mesmo que possamos está em perigo?

— Sim mãe. Creio que até Vicktória possa estar.

— Você viu a foto que saiu na mídia de vocês dois?

— Mal tive tempo para comer hoje Lena. — Não contarei para ela que, na verdade, eu já vi e passei um bom tempo apreciando.

— Então, irmão você precisa ver. Vocês ficam tão bem juntos maninho.

— Não começa Lena.

— Cara, se não quer garanto que tem quem queira.

Fecho meus punhos e encaro Rainer. Se ele estiver mesmo cogitando essa possibilidade, acabo com sua raça.

— Que pena mano, ela não está interessada. Você não faz o tipo dela. — Fala Lena e ainda estou encarando Rainer pronto para fazê-lo voar se for preciso.

— Como assim? Sou o tipo de todas.

— Você sabe voar Rainer? — Pergunto ainda o encarando.

— Voar? Porque eu saberia?

— Mais uma gracinha sua e arremesso você pela sacada. Não esqueça que estamos um pouco longe do chão.

— Ninguém arremessará ninguém. Rainer, já chega! — Nossa mãe fala Rainer murcha em seu canto.

— Só queria que ele assumisse.

— Você não sabe de nada.

— Sei sim, você mantém todo mundo longe porque pensa que todos vão te largar, mas você já deveria ter percebido que mesmo você tentando nos manter longe, sempre damos um jeito de nos manter por perto. — Rainer responde e apenas engulo o caroço que se formou em minha garganta.

— Vamos jantar em paz, não é hora nem lugar para brigas de macho alfa.

Termino minha refeição, mesmo com a fome tendo passado, sei que preciso me alimentar.

— Dadi faça um prato para Vicktória e guarde, assim quando ela terminar aquilo que está fazendo ela pode comer. — Digo me levantando indo ao banheiro.

Não sei o que ficaram falando, mas pude ouvir minha mãe chamando a atenção de Rainer.

Escovo meus dentes e volto para a sala, encontrando Vicktória ainda focada em seu notebook. Não sei se ela conseguirá encontrar algo aí, mas não quero jogar água fria em sua vontade de ajudar, nem tão pouco quero que ela pense que estou acreditando que ela não seja capaz.

Não falo nada para não a desconcentrar, apenas olho e vejo número e números em algumas janelas abertas, seus dedos se movimentam rápido pelo teclado e não entendo nada do que ela possa estar fazendo.

Concluo que será melhor deixá-la em paz, então resolvo pegar meu notebook no escritório e sentar-me ao seu lado, assim, enquanto ela faz sua busca, eu leio alguns relatórios. Não atrapalho seu serviço e ainda me mantenho ao seu lado.

Minha família volta para a sala, mas ambos ficam na sua. Rainer pega seu notebook e sei que verá algum dos seus processos, já Lena e Raiff ficam mexendo em seus telefones celulares.

Faço de conta que estamos só eu e Vicktória e aproveitando seu cheiro doce de morangos que acredito vir dos seus cabelos, me perco na leitura dos relatórios voltando a me concentrar quando ouço a Lena chamar.

— Vick, pararemos por hoje, né? Já que você está quase capotando no seu notebook.

Olho e vejo que realmente Vicktória está meio que fechando os olhos.

— Ela está cansada. Chegou de Chicago e não descansou, hoje acordou cedo e ainda está acordada até essa hora.

— Eu consegui. O sistema foi hackeado de fora, achei a assinatura agora dá para descobrir quem é, o homem é bom, mas sou mais eu. Vou…

— Amanhã Vicktória, amanhã você termina isso aí que está fazendo. — Digo me levantando, tirando suas mãos do notebook e afastando o mesmo dela.

Eu mesmo estou com sono e olha que estou acostumado a dormir pouco, isso quando durmo.

— Acho que criarei um e-mail só para bundas gostosas…

Olho para trás para vê-la me olhando e todos estão rindo de sua cara, o que não me aguento, pois, também quero rir da minha Vick grogue. Contudo, ela se vira para Rainer e Raiff e fala o mesmo, então percebo que não se trata só da minha bunda. Cerro meus punhos encarando os dois e ainda rindo os bastardos levantam as mãos.

— Definitivamente ela precisa dormir — Diz Raiff — Hibernarei por aqui mesmo maninho.

— Vocês todos podem ficar, já está tarde e aqui tem quarto suficiente para todos.

— Pois é, para um rapaz que gosta de ser sozinho, você mora em um lugar até grande.

Coloco meu notebook e o de Vicktória em meu escritório antes de voltar e encontra-la esfregando os olhos com Lena ao seu lado.

— Estou cansada. Desculpa.

Ela não tem pelo que se desculpar.

— Você precisa comer algo antes de ir dormir. Não pode dormir com fome.

— Acho que não consigo.

Mesmo com sua relutância, levo ela até a cozinha de onde tiro seu prato de comida já aquecido do micro-ondas, pegando seu suco e me sento ao seu lado.

— Coma. Tenho certeza que você está apenas com o almoço.

— Humrrum.

— Você não pode ficar sem comer.

— Só preciso dormir.

— Coma pelo menos um pouco, prometo que você logo estará deitadinha em uma cama e poderá dormir à vontade. Tome pelo menos o suco.

Mesmo com relutância ela ainda come um pouco e toma seu suco. Fico ao seu lado até vê que ela não vai mais conseguir ficar em pé, então levo-a para o quarto.

— Onde estão todos?

— Foram se deitar — abro a porta do quarto e entro com ela. — Sua mala está aqui no closet, os lençóis estão limpos, pode se deitar ou se quiser tomar um banho, o banheiro é esse aqui. — Mostro onde fica o banheiro, mas ela já está deitada encolhendo as pernas ficando em posição fetal, se embrulhado feito uma gatinha no meio da cama.

Sorrio para seu estado sonâmbulo e ajudo com suas roupas, tentando não olhar demais para aquilo que tanto desejo.

Anos de perversão me transformaram em um homem que não consegue cuidar de uma garota sem que a deseje.

Com cuidado tiro seu sutiã sem precisar tirar sua blusa e deixando ela apenas de camiseta e calcinha puxo as cobertas por cima de seu corpo beijando seus cabelos antes de me afastar.

— Boa noite meu anjo. Durma bem.

Apago a luz e saio indo para meu quarto logo ao lado, arrastando meus pés, pois também estou exausto.

Só quero poder dormir essas poucas horas que faltam para amanhecer, de preferência sem nenhum pesadelo.

Tiro minha roupa vestindo apenas uma calça de pijama, puxo as cobertas e me deito fechando meus olhos e pensando apenas nela. No seu cheiro, no seu toque… E o sono vai me dominando.

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