Cap: 5
— Minha aliança? — murmurou ela, analisando a peça de ouro com um diamante legítimo. Em seguida, encarou a cama com medo e suspirou aliviada. Não havia ninguém ali.
Ela queria acreditar que tudo havia sido um sonho. Não poderia ter passado a noite com um estranho, de jeito nenhum. Suas mãos tremiam de medo enquanto ela analisava tudo ao redor. Não encontrava nada que comprovasse o que acontecera. Foi até a sala, esperando encontrar algum indicio. Apesar da dor de cabeça latejante, notou que um dos porta-retratos, com uma foto dela e de sua amiga Zara, estava faltando.
— Então eu realmente fiz isso! — resmungou, tapando a boca com as mãos ao mesmo tempo que se perguntava porque a sua foto tinha sido levada por aquele estranho.
Ela Seguiu até a cozinha e, ao ver um copo com água e um bilhete embaixo dele junto de um envelope, leu a nota: "Você com certeza deve precisar desse dinheiro mais do que eu."*
— Ah! Desgraçado! — exclamou Lavínia, amassando o envelope. — O que ele pensa que eu sou? — murmurou, sentindo a cabeça latejar como se fosse explodir. Antes que pudesse pegar o copo de água, sua amiga Zara entrou apressada.
— Você está com problemas! — Zara anunciou, aflita, indo em direção a Lavínia.
— O que foi? — perguntou Lavínia, confusa.
— Sua mãe chegou... e ela viu aquele homem saindo do seu quarto! — avisou Zara, desesperada. Lavínia quase caiu para trás, levando as mãos à cabeça.
— O que ela faz aqui? A mamãe não pode sair assim! — Lavínia asseverou, indo se trocar. Rapidamente ficou pronta e seguiu com Zara, como se estivessem indo para um funeral.
— Ela está no salão onde aconteceu a festa. Desculpa, Lavínia...
As duas hesitaram ao abrir a porta, mas, assim que o fizeram, encontraram a mãe de Lavínia de pé, com uma expressão imparcial.
— Quem era aquele homem? — a mãe perguntou, antes mesmo de elas dizerem "bom dia".
— É alguém sem importância! — Zara tentou responder.
— Não é isso! Ele não é sem importância, ele... nós... — Lavínia balbuciava, sem conseguir responder direito.
— Estamos nos conhecendo já faz alguns meses! — ela disse, desconcertada, enquanto Zara a olhava, petrificada.
— Você já está em um novo relacionamento? — sua mãe perguntou surpresa. — Pensei que ainda estivesse com aquele desgraçado.
— Mas isso já acabou faz tanto tempo... — Lavínia desviou o olhar, balbuciando. — Enfim, eu sinto muito que tenha presenciado essa situação. Que tal tomarmos café juntas? — ela sugeriu, tentando mudar de assunto, mas a mãe voltou a ficar séria.
— Eu vim para falar sobre seu pai. Ouvi boatos de que você quer demiti-lo!
— Mãe... vamos conversar a sós, no meu quarto! — Lavínia pediu, desconfortável, ao ver que alguns funcionários haviam entrado para limpar a sala.
Após uma longa conversa com sua mãe, Lavínia saiu do quarto com Zara, ambas cansadas da discussão.
— O que você vai fazer? Você literalmente disse que está namorando o cara que nem sabe o nome! — Zara a repreendeu.
— Não há problema nisso. Quais as chances desse cara aparecer de novo? E você não vai mais contratar esses tipos de serviços. — Lavínia disse, indiferente.