XV

Eva estava sentada na varanda da Pousada desfrutando de alguns instantes de descanso após o almoço. Mantinha-se relaxada e seu olhar permanecia fixo em algum ponto distante, mas apenas olhando sem ver nada especificamente. Nesses momentos de meditação por contemplação o eu interior e secreto aflora e fica sensível aos apelos do espírito; é o devaneio, o prelúdio do sonho que percebe as intuições d’O Todo.

Vera aproximou-se com seu passo curtinho devido à idade arrastando as chinelas; vinha com um trabalho de tricô inacabado e enrolado nas mãos com a intenção de continuá-lo sentadinha ali naquele recanto agradável.

Era uma velhinha simpática! Seus olhos de um azul profundo, marca da sua descendência suíça, contrastavam com a alvura do cabelo preso em um coque atrás da nuca. Os óculos sem aro fi

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