Julieta pendurou sua bolsa no cabide e trocou os sapatos.
- Fui passear no mercado noturno.
- Acompanhada de quem?
Julieta hesitou, mas optou por não ocultar a verdade.
Diante da postura de Francisco, era provável que ele já suspeitasse de algo.
- Sozinha. Apenas encontrei o advogado Heitor no caminho de volta e ele me ofereceu uma carona até em casa.
Francisco a observou do sofá.
- Um encontro por acaso?
- Sim, por acaso.
- Que coincidência.
Ele soltou uma risada sarcástica e bateu no espaço ao seu lado no sofá.
- Vem, senta aqui e conta mais sobre essa coincidência.
Julieta sentiu a tensão no ar.
A irritação de Francisco era palpável.
Começou a explicar, com um tom amargo na voz:
- Estava esperando um carro na rua quando ele passou e me ofereceu uma carona. Sr. Francisco, não sou tão encantadora a ponto de ter alguém à minha disposição com um simples telefonema.
A expressão de Francisco escureceu, como se tinta preta a cobrisse.
Ele riu de forma gelada:
- Sra. Julieta, seria prudente