Francisco, ao vê-la chorar, hesitou por um instante.
— O que aconteceu? Teve um pesadelo?
Ele levantou a mão para enxugar a lágrima dela.
Julieta voltou a si de repente, esquivando-se instintivamente dele.
Ela mesma secou as lágrimas.
— Já está tarde, é melhor você ir descansar.
Dizendo isso, ela colocou o computador de lado e levantou-se em direção ao banheiro.
Lavou o rosto, que ainda estava um pouco vermelho nos cantos dos olhos.
Mas o sentimento de estar à beira da morte que teve ao acordar já havia desaparecido.
Ela baixou os olhos e viu as marcas das unhas na palma da mão, respirou fundo após um momento e virou-se para sair.
De fato, essa sensação vinha ocorrendo desde aquele episódio de ter caído no mar.
Aquela sensação de estar à beira da morte e desamparo parecia um pesadelo do qual ela não conseguia se livrar.
Durante todo esse tempo, ela pensou que já tinha se acostumado.
Mas hoje, ao abrir os olhos e ver Francisco, ela quase não conseguiu distinguir entre sonho e realidade.