Miguel sentiu que ela havia parado de se debater, virou o rosto dela e viu uma alma perdida, pálida, com uma expressão entorpecida e morta...
Ele também se lembrou daquela noite, ela tinha o mesmo olhar, e então decidiu se divorciar.
O coração de Miguel afundou, como se tivesse um carvão em brasa dentro dele; a dor fazia sua expressão mudar levemente.
Passou muito tempo, e ele não se moveu.
Luiza percebeu seu estupor e, com um empurrão, o afastou e ajeitou o suéter que vestia.
O rosto dela estava marcado por lágrimas.
Miguel continuou sentado lá, apenas disse:
- Você realmente me odeia tanto assim?
- Sim! Eu te odeio, te detesto, não suporto você, não quero ver você nunca mais! - Luiza gritou tudo isso de uma só vez.
"Sempre tão autoritário, pensando que sabe de tudo, quem poderia gostar?"
A expressão de Miguel mudou, o peso no seu peito fazia com que ele mal pudesse respirar.
Não se sabia quanto tempo depois, ele partiu, sua figura exalando uma aura sombria, sem olhar para trás.
Luiza