Frederico entrou no carro, acomodando-se no banco traseiro. O motorista aguardava em silêncio, mas ele fez um gesto para não dar partida. Pegou o celular, observou o visor por alguns segundos e, com calma, começou a gravar um áudio.
“Liam… acabei de sair da sua mansão.”
(pausa breve)
“Conheci a sua esposa. E devo admitir… ela é encantadora. Educada, articulada, sabe exatamente o que dizer na hora certa. Talvez até demais.”
(um leve riso rouco, irônico)
“Estou… sem palavras com a forma que o amor de vocês surgiu em tão pouco tempo.”
(pausa mais longa, tom levemente mais sério)
“Curioso… ela estava sem aliança.”
(risada contida, fria)
“O rapaz da loja, devo supor que era algum amigo?”
(pausa breve, voz firme)
“De qualquer forma, foi… interessante conhecer a senhora Holt.
(suspira leve, o tom muda para algo quase paternal, mas frio)
“Espero que tudo isso seja real Liam, caso contrário, não vai ser ela quem vai pagar o preço.”
(pequena pausa)
“Vai ser você.”
(som do toque na tela — fim