Após jantar com Patrícia, vendo seu sorriso feliz, papai finalmente decidiu como se estivesse concedendo uma graça: — Fábio, vá liberar a Débora, e certifique-se de que ela se limpe antes de sair, para não enojar ninguém.
Papai tinha uma expressão magnânima, como se me deixar trancada por uma semana fosse um grande favor.
Fábio recebeu a ordem e imediatamente providenciou o que fazer.
Patrícia estava ao lado, parecendo gentil e obediente, puxando a mão do papai enquanto pedia com carinho.
— Papai, quando a irmã Débora sair, não seja tão severo com ela.
— Afinal, ela é sua filha biológica, ao contrário de mim... Já estou muito satisfeita com o que o senhor faz por mim.
Os olhos do papai estavam cheios de carinho e satisfação.
Ele acariciou os cabelos de Patrícia com ternura.
— Não fale de biológica ou não, você também é minha filha, minha princesinha.
— Patrícia, você é tão bondosa; eu realmente fui muito indulgente com ela.
— Pode ficar tranquila, ela nunca mais vai te incomodar.
— Ela já tem a mente distorcida, trancou você de propósito no depósito, nem consigo imaginar o quanto você deve ter ficado assustada.
O tom do papai estava carregado de raiva e decepção, como se eu fosse uma vilã terrível.
Ouvindo aquelas palavras, a ironia nos meus lábios era impossível de esconder.
A história de Patrícia ser trancada no depósito era algo que ela mesma havia armado.
Papai e João Nunes eram dois tolos que nem percebiam que estavam sendo enganados.
Uma semana antes.
Patrícia apareceu de repente no meu quarto, cheia de sarcasmo e provocação.
— Ouvi dizer que você quer se mudar para o alojamento?
— Que ideia mais tola, pensando que assim vai chamar a atenção do papai.
— Você não acredita que com uma palavra minha, eu posso fazer o papai e o João te odiarem para sempre?
— Sem você, eu seria a única herdeira desta casa, tudo seria meu.
Eu não queria perder tempo discutindo com ela, simplesmente fechei a porta.
Mas ela foi direto para o depósito, e depois de dez minutos começou a bater na porta do depósito.
Após a aula extracurricular de João, ele libertou Patrícia do armário de armazenamento.
Assim que saiu, Patrícia imediatamente ligou para o pai.
— Papai, estou com tanto medo.
— Eu sei que a irmã Débora não gosta de mim, mas ela me trancou no armário, fiquei realmente apavorada.
— Sei que não sou sua filha biológica, e talvez seja por isso que a irmã Débora me detesta, mas o armário é tão escuro e assustador.
— Papai, é melhor me levar para o orfanato. Se eu não estiver em casa, a irmã Débora não ficará mais zangada.