LAYLA

Seus lábios se juntam aos meus, ele me beija lentamente, desta vez não é mais agressivo ou apaixonado. Agora ele é terno e até gentil.

Eu gostaria de ir com ele, gostaria muito de poder esquecer todos os danos que ele me causou, esquecer aquelas palavras dolorosas, mas elas parecem estar tatuadas na minha alma, uma cicatriz que não sei como apagar.

Ele sai da sala, me deixando ali, sozinha no meio de uma guerra entre o que devo e o que quero fazer. A família dele arriscou tudo, arriscou a própria vida para me tirar daquele inferno, e agora é como se eu quisesse voltar ao pesadelo que meu pai me colocou, não entendo.

Estou com muita dor de cabeça para pensar em voltar para o lado dele, onde quer que eu vá, ele me seguirá. Tenho certeza disso, e seus olhos falam apenas uma coisa. Eu pertenço a ele.

Não quero chorar, mas a frustração de não saber o que fazer me atinge e me faz sentir ferrada.

Eu ainda era uma garotinha quando perdi minha mãe, quando por minha causa ela saiu em minh