SOU LÉSBICA SIM!
A carreira do pai de Donna acabara de ir para o buraco. Ele estava se candidatando a deputado — Como podemos ter um homem público preconceituoso? Abandonou a filha! Não o quero no meu partido —declarava o líder do partido pelo o qual estava se candidatando — Corte a verba da campanha. Ligue para os nossos líderes de partido e peça para que façam o mesmo. Não podemos ter os Adams como inimigos.
Donna sentia pena do pai —Anne… — ela olhava a revista que exibia a foto do seu pai —Ele vai me odiar. Foi expulso de todos os partidos. Faça algo!
—Que diferença faz? Uma pitada de ódio a mais… Vamos! Ele não pensou nos seus sentimentos. Piedade não!
Ela pensava na mãe—Mamãe é totalmente submissa a ele.
—É hora de sua mãe ter personalidade, você não acha? Donna, na vida não se pode admitir injustiça. Vamos para a aula e esqueça esse assunto. Caso sua mãe precise de algo, podemos ajudá-la.
—Não agrida os direitos das pessoas. Também não deixe que ninguém as ofenda — a senhora Meg conversava com as meninas— Respeite para ser respeitada.
Anne era respeitada por uma legião de fãs de várias idades. O mundo passava a respeitar mais os homossexuais. O casamento gay já não era mais um mito. As pessoas viam que eram capazes de reivindicar seus direitos.
A entrevista de Anne havia colocado o pai de Donna no fundo do poço —Estou arruinado! O partido não quer me apoiar mais na campanha. Aquela lésbica filha da p**a! O que vou fazer da minha vida? Estou falido!
Donna conversava com Meg— Saiu no jornal que o meu pai abandonou a política. Deve estar uma fera comigo. Anne não deveria ter falado nada —Donna imaginava o sofrimento de sua mãe.
—O que o seu pai fez não foi legal Donna. Amo minha filha e vou apoiá-la sempre — a senhora Meg observava Anne se aproximar.
— Alguém morreu? —Anne indagou sentando ao lado de Donna.
—Anne não quero que faça mais declarações em público.
Anne se irritou — Você está querendo me censurar? Tenho opinião própria Donna e ninguém vai me programar ou controlar minhas opiniões. Seu pai teve o que mereceu! Se quiser conviver comigo, me aceite!
—Suas declarações acabaram com a vida do meu pai!
A senhora Meg a olhou — Donna…
Anne a interrompeu:
—Mamãe, com sua licença — ela segurou o braço de Donna com força, levando-a para a sala de ginástica que ficava ao lado da piscina— Você está louca? Ele é um infeliz!
—Não fale assim. Ele me ama!
—Te ama? Ele disse em público que não tem filha. Eu, amo você! Ele a rejeitou!
Donna saiu deixando Anne falando —Não aguento mais!
Anne a seguiu falando em voz alta — Nunca mais me deixe falando sozinha! Se quiser mandarei o motorista levá-la ao aeroporto. Vá procurar seu papaizinho!
A senhora Adams disse:
—Chega, meninas! Donna seja maleável e entenda que agora você faz parte da família. Amanhã iremos a Paris cedo e vocês precisam se entender.
Anne seguiu para o quarto procurando manter sua raiva longe dos pensamentos — O que você quer, mamãe?
-Apenas ficar ao seu lado — afagou os cabelos da filha.
—Mamãe preciso ver Valentina, peça para preparar o carro.
Valentina não via Anne há meses e ficou surpresa ao vê-la —Anne Adams! Quanto tempo! Anne fechou a porta passando a chave — Preciso de você.
—Em que posso ajudar? — ela não a encarava nos olhos — Já estou de saída.
Anne aproximou-se a beijando na boca — Ótimo! Vamos ao seu apartamento.
—Não podemos—sua boca foi calada com um beijo —Devo estar completamente louca!
Valentina dirigia com o pensamento na loucura que estava fazendo —Anne… — ficou em silêncio até seu apartamento —Quer algo? Uma água!
—Quero você! -Anne a conduziu para o quarto pequeno e confortável. Tirou suas roupas admirando seu corpo — Preciso de você! —após meia hora, Anne se levantou tomou banho, observando a timidez de Valentina por baixo do lençol —Me esperando?
—Pensando! — ela levantou vestindo um roupão colorido indo para cozinha. Sentiu Anne abraçá-la por trás, com as mãos dentro do roupão — Está na hora da senhorita ir embora — sentia sua respiração ofegante ao seu ouvido— Você é uma adolescente com os hormônios à flor da pele, eu já não sou mais uma adolescente… sei que estou errada. Não estou respeitando minha ética profissional.
Anne se afastou dizendo:
—Tenha uma boa tarde. Dane-se sua ética!
Valentina achou melhor deixá-la partir — Não posso continuar à disposição dela assim. Como sair dessa sem que ela faça algo? — andava de um lado para outro.
Anne seguiu em direção ao elevador — Por favor, chega de arrependimentos — entrou apertando o botão que dava acesso à garagem onde seu motorista a esperava.
Donna olhava o relógio impaciente — Por que está demorando tanto, Scott?
—Não se preocupe senhorita, a jovem Anne está chegando — se afastou murmurando — Mal agradecida!
Anne desceu do carro seguindo direto para o quarto— Scott a piscina está aquecida?
—Sim!
Ela se despiu seguiu direto para a enorme piscina que tinha em seu quarto— Não quero ser incomodada por ninguém — podia sentir seu desejo sedento de prazer — Preciso de horas nadando— murmurou ao entrar na piscina, ignorando a presença de Donna.
Scott colocou um roupão ao lado da piscina —Ela pediu para não ser incomodada — disse para Donna que estava sentada parada diante a janela.
Ela aproximou da piscina olhando Anne nadar de um lado ao outro— Podemos conversar? — sentou-se a borda da piscina.
—Estou em um momento sagrado, Donna — continuou dando suas braçadas impecáveis.
—Me desculpa. Fui incompreensiva com você.