Uma voz feminina, muito suave e doce, cantava uma canção. A melodia vinha de um jardim, com belas árvores pequenas e frondosas, muitas plantas de várias espécies, plantadas em vasos ou diretamente no chão. Elas eram dispostas formando caminhos com pedras achatadas de duas a duas até chegar em um lugar mais aberto, cheio de roseiras de várias cores. Lá estava a dona da linda voz. Sentada ao chão, usava um grande chapéu para lhe proteger do sol e com uma pequena pá, mexia na terra em volta das roseiras.
— “A renda de tua saia
Vale bem cinco mil réis
Arrasta mulata a saia
Que eu te dou cinco e não dez
Isso é bom isso é bom isso é bom que dói
Isso é bom isso é bom isso é bom que dói…”
— Bu!!! — Um homem veio por trás dela e a surpreendeu.
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