5

Ela se cala e eu fico olhando pra ela. Pobre menina. Como alguém pode bater em uma mulher? Como alguém pode fazer mal a alguém tão meigo e delicado?

— Uma das garotas daqui me viu e me ajudou. — ela continua, com a cabeça baixa — Disse que conhecia um lugar onde eu poderia ficar sem ter que pagar nada e me trouxe. Rachel explicou as condições da minha estadia e eu não pude recusar.

— Mas você quer isso?

— Eu tenho que fazer isso.

— Não estou perguntando o que tem que fazer e sim o que quer fazer.

— Bom, não tem muita diferença. — ela dá de ombros — No final das contas não tenho muita escolha.

— Porque saiu de casa? — Ela olha pra baixo e não responde.

Ok. Acho que cruzei alguma linha com ela agora.

— Sabe, não tenho mais tempo pra transar você. — digo com a boca torcida em desgosto — Estou com raiva porque queria ter o prazer de fazer isso.

— A escolha foi sua, mas... obrigada.

— Não tem que me agradecer. Fui um idiota. Não te comi por ver que tem dores no corpo, mas outro virá depois que eu sair e fará isso por mim.

Ela entristece. Certamente outro cara não terá tamanha consideração com ela. Não sei nem porque eu estou tendo. Mas talvez eu ainda possa fazer algo sobre isso.

— Pois é. Tenho que cumprir minhas obrigações com a Rachel.

— Qual seu nome? — me vejo perguntando. O quê? Mas que porra eu estou fazendo? Eu nunca me interesso pelo nome das mulheres que eu fodo. Bom, eu ainda não a fodi, mas mesmo assim.

Porque estou fazendo isso com ela? Primeiro me recuso a transar por algum tipo de bondade descabida e agora quero saber a porra do nome dela? Foda-se isso. Estou ficando louco? Não me interesso por nada do tipo e agora me vejo diante de uma virgem intacta por escolha minha e me interessando por detalhes tão insignificantes quanto um nome? Devo mesmo estar ficando louco.

— Ellen.

— Hã? Como? — ela me tira de meus devaneios.

— Meu nome é Ellen. Obrigada por respeitar meus limites. Não acho que seria capaz de ser boa o bastante pra você. — ela me diz em tom muito sincero — Espero que Rachel não mande nenhum outro homem pra mim essa noite.

Não tenho certeza se ela queria que eu escutasse sua última sentença, porque logo depois ela muda de posição na cama desconfortavelmente ao notar que eu ouvi seu último sussurro.

— Qual seu nome? — ela pergunta olhando para baixo, certamente querendo mudar o foco da conversa.

— Nicholas. — digo e me levanto pra vestir as roupas. Ela me segue com o olhar. Sei que aprecia. Qualquer garota da sua idade já sente tesão por um homem como eu.

Ela veste a blusa de volta e dessa vez põe um short também, sem calcinha. Inferno. Estou excitado e quero tanto sentir meu pau dentro dessa menina, mas quero assim, sendo ainda apertada e intacta. Tenho que resolver isso. Não posso deixar outro homem a tocar antes de mim. Depois tudo bem, mas antes, não. Definitivamente não.

Depois de me vestir completamente vou até a porta sentindo seu olhar nas minhas costas.

— Foi um prazer conhecê-la, Ellen. E não se preocupe, nenhum homem subirá aqui hoje ou qualquer outro dia até que melhore de seus ferimentos. Eu sou o dono da sua virgindade. — ela cora — Eu roubarei isso de você e voltarei quando estiver pronta pra mim.

É serio Nicholas? Você está prometendo coisas a uma mulher e a chamando pelo nome? Belo idiota você é. Ela sorri meio tímida, meio satisfeita e eu saio do quarto. O que aconteceu ali dentro? Não me lembro de ter ficado tanto tempo nu com uma mulher nua e não ter transado com ela. Mas por alguma razão gostei do que aconteceu e me vejo com um sorriso idiota no rosto que não faço ideia de por que estou segurando.

Desço até a recepção para falar com Rachel e a encontro conversando com um cara um pouco mais velho que os que estão aqui normalmente. Eles estão no bar bebendo algo e logo que chego até eles, o homem me cumprimenta com um aceno. Rachel o dispensa e traz toda sua atenção para mim.

— Então, como foi com a pequena miss Sunshine? — ela cruza as longas pernas, vestidas com lã negra.

— Bom. — comento apenas — Muito agradável.

Louis me oferece um drink, mas eu recuso com um aceno de mão.

— Agradável? — ela parece surpresa — Apenas agradável? Achei que você se sentiria nas nuvens com ela. Não curtiu romper sua virtude?

— Não transei com ela, Rachel. Não foi possível. Ela estava muito machucada. — ira se acende de novo em mim — Você não notou nada nela quando chegou aqui?

— Não. Quando Ângela a trouxe hoje pela manhã ela estava abatida, mas não tinha sinais de ferimentos que pudessem impedi-la de fazer qualquer coisa. — ela fala num fôlego só — Além disso, não imaginei que você fosse se preocupar com isso.

— Ela está indisposta Rachel, mal pude tocá-la.

— Ela te disse que não queria sexo? — ela está preocupada apenas comigo. Claro, ela é dona de um lugar onde as mulheres são obrigadas a agradar seus clientes eu sou um cliente VIP.

Digo a ela que percebi sua expressão. Não há necessidade de dizer que ela me informou seus limites. Não quero causar problemas que prejudiquem sua estadia aqui principalmente sabendo que ela não tem pra onde ir. Mas, sem a menor consideração com a pobre menina, ela anuncia que outro cara está na fila pra fodê-la ainda hoje. Sinto meu queixo se retesando. Olho pra ele e dá pra perceber que o bastardo está salivando sem nem ao menos vê-la, é claro que quando puser seus malditos olhos nela irá devorá-la de uma vez. Isso abre uma brecha pra que eu fale com Rachel sobre meus planos para Ellen.

Aproveito-me da nossa relação de “amizade” e peço a ela que não permita que nenhum homem toque a menina lá em cima porque a quero pra mim, virgem como é. Ela não concorda de início, mas ao pôr um preço – exorbitante por sinal – e ver que eu nem sequer pestanejo em aceitar, ela acaba cedendo. Ela fala sobre o cara perto de nós que aguarda pra subir e sobre ter que dar a ele uma desculpa, mas eu não estou preocupado com a satisfação dele nem um pouco. Só me interessa saber que Ellen será minha daqui a uns dias.

— Obrigado Rachel. — me inclino pra beijá-la no rosto — Vou enviar o Robert para dar uma olhada nela amanhã e ver se precisa de remédios ou algo do tipo. Eu sei que ele não é membro, mas abra uma exceção pra ele ok.

— Tudo bem. — ela concorda — Mas Nicholas, que essa seja primeira e última vez que você me pede algo assim.

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