Capítulo 3
Lucas, o Alfa mais forte da Alcateia Pedra Negra.

Os rumores dizem que ele é frio e sem coração, como um iceberg para todos.

Nenhuma mulher consegue ganhar sua afeição.

Sua alcateia e a nossa, a Alcateia Sombra da Lua, eram inimigas há gerações.

Ele também foi meu primeiro amor…

aquele que eu tentei tanto esquecer.

Anos atrás, eu quase me tornei companheira dele, o homem que eu verdadeiramente amava, o homem que eu queria mais do que qualquer coisa.

Mas nos separamos.

E agora, ele estava aqui.

Bem diante da minha cerimônia de acasalamento…

Seu poder irradiava uma intensidade de arrepiar os ossos enquanto ele se encostava em um antigo carvalho.

Com apenas uma palavra ou um olhar, ele poderia me despedaçar.

Uma risada abafada escapou da garganta de Asher.

— Ella, querida, ele? Você escolheu ele?

— Ele não toca uma loba há anos! Não desde que sua primeira companheira o abandonou. — As palavras de Asher carregavam um leve desprezo.

Abandonado? É isso o que eles acreditam?

Meu coração doía.

Meu olhar nunca deixava Lucas.

Aquele rosto, tão severo e ainda assim cheio de tristeza, assombrava meus sonhos há sete longos anos.

Desde que nosso vínculo de companheiro foi rompido.

Nesta noite, encorajada pela traição de Asher e por muita hidromel forte, finalmente ousei olhar nos olhos dele novamente.

Minhas garras cravaram fundo nas palmas das mãos.

Eu não sabia o que ele faria.

Talvez, para o Lucas diante de mim agora, eu fosse apenas uma estranha que uma vez o machucou, e ele seria ainda mais cruel por causa disso.

Ou talvez ele estivesse aqui especificamente para testemunhar minha humilhação.

Talvez ele quisesse usar a vergonha de Asher para me esmagar sob os pés dele…

Lucas ergueu a cabeça, curvou o pé e usou a ponta de sua pesada bota de couro para levantar meu queixo, forçando meu rosto para cima.

Seu cheiro ainda era indomado e selvagem, dominando meus sentidos, me fazendo tremer.

Seu maxilar se apertou, seu olhar era mais frio que um rio congelado.

— Tem certeza, loba? — Sua voz era baixa, cheia de fúria mal contida.

Me inclinei contra a pressão de sua bota, tomada pelo medo e por emoções mais primitivas surgindo dentro de mim.

— Tenho certeza, Alfa.

Ele se levantou, sua aura de dominância se intensificando.

Eu podia sentir o ar se solidificar ao nosso redor enquanto todos se tensionavam, temendo uma explosão a qualquer momento.

Os rumores diziam que ele uma vez jogou um Ômega bajulador nas corredeiras por estar em seu caminho, o deixando se afogar.

Até Asher entrou em pânico, colocando Selena no chão e avançando com os braços abertos.

— Lucas! Ela é minha companheira pretendida! Não a machuque!

— Ela não conhece seu temperamento, suas preferências. Ella, se levante! Eu te disse, ele não tem interesse em fêmeas mais. E você não tem interesse em ninguém além de mim. Pare com esse ato. Volte para sua tenda com suas acompanhantes.

Talvez tenha sido a expressão possessiva "minha companheira pretendida" que tenha quebrado o último resquício de contenção.

Lucas rosnou, empurrando Asher para trás, o fazendo tropeçar.

Os olhos de Lucas agora queimavam como fogo, fixos em Asher.

— Quem disse que eu não tenho interesse nesta loba?

Antes que eu pudesse reagir, senti meu mundo inclinar.

Eu estava no ar, jogada sobre o ombro de Lucas como um troféu.

Sua voz, profunda e ressonante em meu ouvido, carregava anos de ressentimento e pura posse.

— Ella da Sombra da Lua. Você veio até mim desta vez.

Enquanto caminhávamos em direção à borda da clareira, todos os lobos congelados de choque, Asher finalmente encontrou sua voz.

— Lucas da Pedra Negra! Qual é o significado disso?

Lucas.

Seu nome.

A marca gravada na minha alma.

Ele parou na borda das árvores, virando a cabeça.

Sua voz não tinha misericórdia.

— Exatamente o que parece, Pinheiro Prateado.

A voz de Asher estava rouca de incredulidade.

— Você não pode estar falando sério! Ela é minha Deusa da Lua! Minha companheira!

Sua companheira.

Essas palavras, mesmo agora, arranhavam meu coração.

Lucas lançou a Asher um olhar de desdém.

Então ele voltou seu olhar para mim, cheio de apreciação predatória.

Ele me ergueu mais alto, me segurando possessivamente, então mergulhou na floresta escura.

Asher avançou, agarrando o braço de Lucas.

— Lucas! Nós crescemos juntos, compartilhamos os mesmos terrenos de caça!

Seu olhar implorava a mim, ainda pendurada sobre o ombro de Lucas.

— Um Alfa não toma a companheira de outro, Lucas. Você conhece a antiga lei! Você não pode quebrar as regras!

Lucas nem sequer interrompeu o passo.

Ele apenas flexionou o corpo, sacudindo o aperto de Asher, então desferiu um golpe com a palma no peito de Asher, o fazendo cair para trás sobre uma Selena confusa, que vinha logo atrás.

Asher caiu nos braços de Selena, formando um abraço desajeitado; a atmosfera já não era íntima como no início, mas cheia de constrangimento.

O sussurro de Lucas cortou a floresta como um vento de inverno.

— Então você deveria saber melhor, Pinheiro Prateado.

— A lua está alta. Aproveite sua liberdade!
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