70. Não vou deixar - Parte 1
Falout
— Você está aqui — murmura Rosian, adentrando no cômodo e tomando meu colo como seu assento. Ele olha brevemente para o sujeito dormindo, que foi colocado para descansar por sua magia.
— Onde mais eu poderia estar quando estão aqui? — pergunto, ouvindo seu sorriso com alegria. É como se ele adentrasse pelos meus ouvidos, fazendo parte de uma mágica.
É estranho pensar que suas risadas esporádicas costumavam me irritar. Depois de ser mantido em cativeiro, qualquer coisa que se assemelhasse a alegria me incomodava.
Sabendo disso, Rosian me provocava. Ele tem olhos muito atentos para o que ocorre ao seu redor. Estando ali, tão perto dele, não há como manter segredos.
Ele se culpa por ter criado o feitiço que Devian usa para manipular os traços dos seres sobrenaturais. Esquece-se de que, se não o fizesse, acabaria morto.
E não seria o único, já que nos tornaríamos apenas testes falhos, mortos pelas mãos daquele ser que, acima de tudo, quer moldar as pessoas à sua visão de perfeição,