Neamir

No meu canto, sentada com Éden entre as minhas pernas, noto que Falout não para de me encarar. Preferi ficar no andar de cima, longe dos olhos da bruxa, assim que percebi que a sua presença estava se aproximando da nossa casa.

Paro por um segundo, reparando que até o meu filho demonstra curiosidade pela minha pausa. Dou um sorriso, tentando mostrar a ele que não há problema algum acontecendo.

Acredito que me adaptei muito bem a esse lugar, se já posso chamá-lo de casa sem nem hesitar. Falout, aparentemente, notou o que senti; assim, se aproxima, ajudando Éden a brincar com os seus bloquinhos.

De ontem para hoje, nosso filho cresceu muito mais, como se fosse uma necessidade urgente, e me pergunto o quanto Éden é parecido comigo nisso, se foi algo que ocorreu depois dele perceber que um de seus pais se feriu.

Com a sua inteligência, não seria estranho perceber essas nuances. Ele pode nos identificar com facilidade, além de assimilar o que fazemos muito mais rápido do que eu gostar