Não há sofrimento na terra que o céu não possa curar.
Autor desconhecidoQuatro anos depois
Os milésimos de segundos prolongaram para dois minutos hipnóticos. Os dois pares de olhos cravejaram um no outro afincamente, a pulsação de ambos os corações erraram o compasso. Valentina tinha culminado consigo mesma de não ficar reparando nele, mas acabou notando que o homem continuava esbelto e forte, os traços faciais a fizeram relembrar de quando o viu pela primeira vez na casa dos pais.E como o encanto se desencanta facilmente ela voltou a si, sentindo a dorzinha no coração surgir. Não era mais intensa, mas o desconforto foi o suficiente para fazê-la cumprimentá-lo rapidamente e, seu filho juntamente com os outros executivos.— Olá, Theo. — O nome dele provocou uma sensação cortante na garganta. Logo, caiu em si; o olhar de todos ao redor obs
Dulce e Dramaturgo lhe vieram à memória naquela manhã de domingo. Sua presença juntamente com seus pais na igreja aonde sempre congregou, surpreendeu à todos, mas foram recebidos calorosamente. As pernas dela bambearam ao ver Theo e Paulo passando por ela e indo pro outro lado. Quando ele se ajoelhou seus olhares se cruzaram criando uma atmosfera tensa.Ambos sorriram num gesto de saudação, mas ela rapidamente abaixou a cabeça e mordeu o lábio inferior. Aquilo tudo a estava incomodando muito mais do quê podia imaginar."Senhorita Sanches,Seu escritório localiza-se no quarto andar, sala cem. O expediente é de segunda à sexta das sete horas da manhã às dezessete horas da tarde. O intervalo de almoço será de uma hora. Caso julgue necessário, poderá contratar uma secretária para lhe auxiliar. Sempre no último dia de cada mês irei comp
Desde aquele dia quando o clima transformou a atmosfera, Theo e Valentina não se viram durante uma semana. Ele só compareceria na reunião nos próximos seis dias — e embora detestasse admitir, ela sentia falta dele. A postura de macho alfa emanava do seu jeito de ser, mas não era mais do tipo grosseiro e insensível; a serenidade transmitida pelo olhar atordoava-a completamente.Era com esse tipo de homem que Valentina sempre sonhou em se casar e ser feliz enquanto vivesse. Ficava confusa quando ele a olhava intensamente sem o brilho malicioso de antes. Se o conhecesse agora, seria fácil se apaixonar. Contudo, pensar nisso trazia-lhe desconforto e nostalgia.Propôs no seu íntimo evitar aproximações que não fossem relativas ao âmbito profissional. Quando Dulce e suas amigas a visitavam nos finais de semana ela conseguia esquecer esses devaneios depr
Se eu pudesse provarQue o meu coraçãoTão sozinho imploraSempre o seu perdãoPreciso de vocêPerto de mimAlex GonzagaValentina havia terminado de tomar banho, a chuva começou a cair ferozmente do lado de fora. Era uma boa hora para assistir filme. Quando passou pela sala para dirigir-se a cozinha, afim de preparar um lanche escutou latidos desesperadores de um cachorro. Apanhando qualquer sombrinha e chaves abriu a porta deparando-se com um Akita no meio da rua e dois garotos o espancando.— Ei, parem com isso. — Gritou, correndo na direção deles fechando a sombrinha.As crianças a olharam e saíram em disparada deixando o animal
— Pai. — Paulo correu para abraçar Theo quando ele surgiu no umbral da porta. Valentina estava atrás olhando a cena e estampando um sorriso discreto nos lábios.— Você me assustou, filho. Por que está de roupão? — Respirou mais aliviado, envolvendo o garoto nos seus fortes braços. Ao afastar-se viu Hachiko deitado no tapete e de olhos bem abertos. Notou os hematomas e as quatro patas enfaixadas.— Desculpe, pai. Mas eu fiquei muito preocupado por não ter encontrado Hachiko. — Explicou, voltando a comer o restante de brigadeiro na panela. — Então, eu fugi dos seguranças e saí batendo de porta em porta perguntando por ele. Escutei alguns latidos vindo dessa rua mas quando vim olhar não tinha nada. Daí chamei a Val.— Val? — Theo sorriu bagunçando o cabelo do rapazinho.— Ela deixou eu chamá-la assim. Sinto que já somos amigos.Ela riu controlando a vontade de apertar as bochechas dele.— Ela socorreu o Hachiko de umas crianças malv
— Você o quê? — Clarice praticamente gritou no ouvido da amiga.Valentina aproveitou a noite livre para reunir suas amigas na sua casa. Detalhou os últimos acontecimentos, queria desabafar e escutar conselhos delas. Sabia o quanto era impulsiva diante da tomada de decisões, apesar de estar trabalhando neste defeito afim de substituí-lo por qualidades.— Nem eu sei o porquê de ter explodido assim...eu cismei que ele estava interessado nela.— Posso ser bem sincera com você, Val? — Jacqueline terminou de mastigar a fatia de pizza.— Fale.A loira comprimiu os lábios finos organizando as frases mentalmente.— Você está apaixonada, mas não quer admitir pois, ele te feriu no passado. Imagino que ser traída é algo imperdoável e se sentir usada nu
— Ah, não. — Resmungou Valentina depois de olhar o grande relógio dentro do aeroporto. — Já são seis e cinqüenta e cinco. Como iremos entrar na sala de embarque? Não temos uma passagem sequer.Rafael e Paulo entreolharam-se longamente realçando o famoso sorrisinho sapeca.— Não iremos. — Decretou Rafael. — Você irá.— Como?— Eu e Paulo combinamos em distrair os dois seguranças na portaria de embarque. Nessa hora, você vai correr pra lá mesmo que outros seguranças apareçam.— O que vão fazer?— Um teatro bem realista. — Disse Paulo.— Agora, finja que vai pedir informação no balcão enquanto nós encenamos, tudo bem?Valentina prendeu o ar nos pulmões, assentindo ao direcionar-se na direção indicada
A confirmação do relacionamento alastrou velozmente na mídia. Apesar de uma enxurrada de críticas, outros apoiavam a reconciliação do casal. É como os famigerados casais perseguidos pelos paparazzi. Qualquer novidade é uma bomba para eles vazarem ao público. Quem quase surtou foi Guilherme ao saber disso — fez questão de avisar Theo, caso ele magoasse sua amiga outra vez — iria providenciar uma lição inesquecível. Mal sabendo que a tortura já havia sido suficiente durante quatro anos.— Meu pai te ameaçou? — Quis saber Valentina. Os dois almoçavam juntos no intervalo. Semanalmente ele ia até ao escritório dela buscá-la para irem juntos ao restaurante no mesmo quarteirão.— Com um soco na cara. — Revelou, rindo ao vê-la arregalar os olhos.— Fala sério, Theo.&mdas