Eram palavras da própria Rosana, e com certeza ela deveria conhecê-las muito bem.Rosana perdeu o controle. Ignorando o sangue que escorria de sua ferida, ela se levantou bruscamente, os olhos cheios de desespero.— Desliga isso! Desliga agora! Tudo isso é mentira! É a Florence que está me incriminando!— Eu estou disposta a fazer uma análise de voz. Isso vai provar exatamente quem disse essas palavras. — Florence declarou em alto e bom tom.— E eu também estou disposta a provar que Florence está dizendo a verdade. — Dessa vez, a voz não era de qualquer pessoa, mas de Valentina, a mesma que havia pressionado Florence a agradar Marcos.Valentina lançou um olhar frio para Bella, que tremia ao seu lado, e subiu ao palco com uma expressão implacável.— Tenho provas de que Rosana já nutria intenções inadequadas em relação ao Sr. Marcos. Por favor, olhem para a tela.O vídeo que começou a ser exibido era o mesmo que Rosana havia usado para provar sua inocência anteriormente. Nas imagens, ela
Marcos, como se tivesse encontrado uma tábua de salvação, apressou-se em concordar: — Isso mesmo, exatamente! Não é à toa que eu nem lembro dessas coisas. Deve ter sido na vez em que Florence me convidou para jantar e me embebedou para arrancar essas palavras de mim. Isso não pode valer como prova! Ao ouvir isso, Florence sentiu um aperto no peito. Sua boca se abriu levemente, mas nenhuma palavra saiu. Parecia que uma força invisível a havia paralisado. Ela havia considerado a possibilidade de Marcos negar tudo, mas não imaginava que ele admitiria o que disse, alegando que foi induzido pelo álcool. Ronaldo, com sua elegância habitual, desceu do palco e caminhou até Florence. Ele estendeu a mão para ela, com um sorriso impecável e gentil. — Flor, eu sei que você jamais roubaria a safira. Deve haver algum mal-entendido. Confie em mim, eu vou te ajudar. Era uma jogada magistral de Ronaldo, um perfeito recuo estratégico para ganhar terreno. Florence lançou um olhar furioso pa
O casal atravessou a multidão sem encontrar obstáculos e foi direto até Rosana, que ainda estava caída no chão. Assim que a viram, começaram a gritar com ela, cuspindo insultos. — Rosana! Agora entendo por que você some o dia inteiro. É pra fazer esse tipo de coisa? Que vergonha! — A mulher de meia-idade avançou e, sem hesitar, torceu a orelha de Rosana com força. Rosana gemeu de dor e, desesperada, tentou se soltar. — Mãe, me solta! Não faz isso aqui! Vamos conversar lá fora! — Lá fora? Do que você está falando? Você não pode ser usada assim de graça! Seu irmão ainda está esperando o dinheiro pra comprar uma casa e casar! Agora você está desvalorizada, mas esse homem vai ter que pagar! A mulher continuou a discursar, e seus olhos afiados se voltaram para Marcos com uma expressão de puro desprezo. — Foi você, seu velho nojento! Já passou da idade e ainda tem coragem de destruir a pureza da minha filha! Estou avisando: se você não pagar, não vai sair daqui inteiro. E não se
Ronaldo caminhou até Florence com o rosto carregado, uma expressão de quem carregava uma mágoa profunda. Ao abrir a boca, sua voz ressoou com o mesmo tom humilhado que ele usava no passado. — Flor, você também está rindo de mim por dentro? No fim, foi ele quem saiu ganhando. — Sr. Ronaldo, você tem algum tipo de mania de perseguição? — Florence rebateu com frieza. — Você... O que você acabou de me chamar? — Ronaldo a olhou, incrédulo. Florence repetiu sem hesitar: — Sr. Ronaldo. — Flor, não fala assim comigo. Eu só... — Você só viu o cachecol no meu pescoço e decidiu usar isso para atingir Lucian, né? — Florence o interrompeu friamente. — Não vem mais com essa história de que gosta de mim. Eu não aguento mais ouvir isso. Sem esperar resposta, ela se virou para sair. Ronaldo, com os olhos carregados de sombras, agarrou o pulso dela com força, impedindo-a de se afastar. — Flor, não fale assim comigo. Você sabe muito bem o que eu sinto por você. Florence tentou se so
— Entre e fale. — Não precisa. Nós dois não temos mais nada para conversar. — Florence encarou o homem com firmeza. Lucian soltou o cigarro entre os dedos, a brasa caindo ao chão, e começou a caminhar lentamente em direção a ela. Seus passos eram quase inaudíveis, e sua figura foi se tornando mais nítida enquanto saía parcialmente da penumbra. Ele parou na linha entre a luz e a sombra, onde a iluminação realçava suas feições marcantes. A combinação do jogo de claro e escuro moldava seus traços com uma intensidade que prendia o olhar. Seus olhos, profundos e penetrantes, lembravam os de um predador à espreita, pronto para atacar. Por mais que Florence tentasse manter sua postura firme, ela não conseguiu evitar engolir em seco sob aquele olhar. Lucian ergueu o pulso e olhou para o relógio. — Em alguns minutos, sua vizinha vai voltar do trabalho. Tem certeza de que quer falar sobre o que temos a tratar aqui no corredor? — Como você sabe disso? — Florence perguntou, surpresa.
O pescoço de Florence ardia. Lucian havia mordido com força desta vez, como se quisesse puni-la. Ela não ousou emitir nenhum som. Respirava fundo, cerrando os punhos enquanto suportava a dor. Lucian, então, abriu os dedos dela, entrelaçando os seus. A mordida no pescoço se transformou em uma leve pressão que a deixou momentaneamente confusa. Por alguns segundos, Florence ficou perdida, mas foi o som das batidas na porta que a trouxe de volta à realidade. — Solta! — Ela disse, tentando se desvencilhar. — Onde está o cachecol? — Eu joguei fora. — Florence, você sabe muito bem o que acontece quando alguém mente para mim. — A voz dele era baixa, mas carregada de uma ameaça clara e inegociável, enquanto ele sussurrava próximo ao ouvido dela. — Está na bolsa. — Florence respondeu em um tom quase inaudível. A mentira recém-descoberta fez com que um leve rubor subisse de seu pescoço ao rosto, realçando ainda mais a marca da mordida. A pele avermelhada contrastava com seus lon
Agora, com as provas contundentes da armação de Marcos, os pequenos gestos entre Rosana e Daphne começaram a fazer todo sentido.De repente, o perfil de Florence passou a receber diversos comentários de internautas solidários: [Ouvi dizer que você e Rosana eram grandes amigas. Que facada pelas costas, hein? É melhor você cortar laços com ela.] [Analisei a sequência dos acontecimentos. Sem a ajuda de alguém próximo a Marcos, seria impossível trocar a joia. Abra o olho!] [Florence, eu já queria te alertar que Rosana costuma se encontrar com Daphne em segredo. Tome cuidado.] Ao ler esses comentários, Florence quase soltou uma risada. Lucian colocou a xícara de café sobre a mesa e perguntou com um tom indiferente: — Está se divertindo tanto assim? Florence rapidamente reprimiu o sorriso. Ela havia esquecido que ele ainda estava ali. Como ele sempre defendia Daphne, era bem provável que pensasse que ela estava por trás de toda aquela confusão. — Tio, se você acha que sou eu
O mordomo olhou para Theo sem entender. — Não acabamos de retirar as pessoas que estavam vigiando ela? Florence não tentou nenhuma jogada para engravidar nem está perseguindo o Sr. Lucian. Theo cruzou os braços e respondeu com frieza: — Lucian é meu filho. Eu o conheço. Ele mentiu. O mordomo imediatamente assentiu com a cabeça, hesitou por um instante e disse: — Hoje, na festa de comemoração do Grupo Nunes, surgiram alguns rumores. Alguém viu Ronaldo e Florence discutindo e se empurrando. Theo soltou uma risada fria. — Desde a primeira vez que ela veio para Águas Serenas, eu senti que ela traria problemas. No fundo, sempre detestei aquela garota. E, claro, ela não me decepcionou. O mordomo abaixou a cabeça e sussurrou com cautela: — Se Florence realmente... Theo estreitou os olhos, com um olhar feroz, e interrompeu: — Faça exatamente o que eu mandei antes. — Sim, senhor. …No dia seguinte, Florence despertou meio desorientada. Por um momento, ela se perguntou