— Flor, eu sempre fui bom para você. Por que você não pode retribuir um pouco do cuidado que eu tive com você? Estou arriscando milhões nessa joia por sua causa. — Marcos disse, levantando-se bruscamente e avançando em direção a Florence. Ele agarrou o casaco dela com força. Florence, para escapar, rapidamente deslizou para fora do casaco, deixando-o para trás. Marcos, furioso, jogou o casaco no chão e começou a persegui-la pelo reservado. Apesar de tentar desviar, Florence acabou sendo pega e envolvida em um abraço forte. Na luta, Marcos puxou a manga da camisa de Florence, rasgando-a. Ele olhou para a pele clara dela, respirando fundo. — Flor, você tem um cheiro tão bom... Deixa eu te dar um beijo. — Me solta! Eu não vim aqui para isso! — Florence gritou, enquanto lutava para se libertar. Ela ergueu o joelho e acertou um golpe certeiro na virilha de Marcos. Diferente de Lucian, que era mais resistente, Marcos não teve tempo de reagir. Ele caiu para trás, segurando a regiã
Florence percebeu o cheiro familiar e começou a se debater, mas o braço do homem em torno de sua cintura se apertou ainda mais, praticamente a forçando contra o peito dele, fazendo com que suas costas ficassem quentes como fogo. Ela podia sentir claramente o movimento do peito dele a cada respiração. Cada subida e descida era como um aviso de perigo, fazendo o medo crescer dentro dela. De repente, uma voz baixa e ameaçadora soou ao lado de seu ouvido: — Quem te deixou vir sozinha? Você realmente acha que pode sair daqui? Florence agarrou o braço que a segurava, tentando se livrar. — Tio Lucian, por que você está em todo lugar? E por que se mete em tudo? Me solta! Atrás dela, o homem respirou fundo, mas não respondeu. No instante seguinte, ele a soltou abruptamente. Florence tentou correr, mas foi lenta demais. Lucian a puxou de volta e a jogou no sofá com força. Quando ela tentou se levantar, ele a segurou, pressionando-a contra o estofado. Sob o terno impecável, cada
Enquanto falava, Marcos lançou um olhar para Florence, cheio de ameaça nas entrelinhas. Lucian pegou a tigela de sopa e colocou na frente de Florence. Em seguida, limpou as mãos com uma toalha quente, com calma, antes de finalmente virar o olhar para Marcos. — Sr. Marcos, você tem razão. Quando a fome aperta, as pessoas realmente são capazes de qualquer coisa. Mas, se comerem a coisa errada, pode ser fatal. O rosto de Marcos ficou rígido. Ele entendeu o recado: Lucian não pretendia entregar Florence. Apesar de irritado, Marcos sabia que aquele não era o momento para bater de frente com Lucian. Ele deu um passo para trás. — Agradeço o aviso, Sr. Lucian. Não vou mais atrapalhar o jantar de vocês. Com licença. — Disse ele, antes de sair do reservado. Florence soltou um suspiro de alívio. Ela segurava a colher com força, enquanto lançava um olhar rápido para Lucian, que estava ao seu lado. — Tio, o que você está fazendo aqui? — Ela perguntou, desconfiada. — Só passei aqui par
Florence bateu na porta e entrou no escritório de Valentina, onde Bella já estava presente. Ela lançou um olhar rápido para Bella, mas não disse nada. Valentina virou-se para Bella e disse: — Pode sair. Bella ficou surpresa, mas respondeu com um “claro” educado antes de deixar a sala. Assim que a porta foi fechada, Florence abriu a boca para explicar a situação, mas foi interrompida por Valentina, que bateu com força um fichário na mesa. — Florence! Estou te avisando, você é a única responsável por essa situação. O estúdio não vai assumir nenhum centavo de prejuízo! Florence ficou paralisada com o barulho e encarou Valentina por alguns segundos antes de recobrar os sentidos. Ela respondeu apressada: — Eu vou resolver tudo, pode deixar. — Que bom que você entende. — Valentina disse em um tom alto e firme. Do lado de fora, Bella encostou o ouvido na porta, ouvindo a conversa. Um sorriso apareceu em seu rosto enquanto se afastava. Até mesmo Valentina estava contra Flor
Florence lançou um olhar breve para Rosana, murmurou um “hm” em resposta e seguiu com ela até a área de descanso do saguão. As duas se sentaram e pediram duas taças de suco ao garçom. Florence mexia o suco com o canudo de forma distraída, enquanto Rosana continuava a falar incessantemente. — Flor, aceita logo. Não adianta lutar contra esses caras ricos. Se você fugir, com o poder da família Nunes, eles vão te encontrar até no fim do mundo. Estamos falando de uma joia que vale milhões! Nem se você fosse vendida daria esse valor. Mas, se você... Bom, se você mesma der um jeito, pode não ser tão ruim assim, entende? Na vida passada, Rosana havia feito exatamente isso: fingia estar preocupada, mas, na verdade, usava um discurso manipulador para destruir a confiança de Florence aos poucos. Cada palavra servia para torná-la mais submissa e insegura. Mas, nesta vida... Florence parou de mexer o suco e levantou os olhos, encarando Rosana diretamente. — Rosana, então você acha que
Dentro da toalha havia, surpreendentemente, um cartão de acesso a um quarto! Rosana respirou fundo, tentando controlar a onda de ciúmes e raiva que ferviam dentro dela, mas quanto mais respirava, mais difícil era esconder sua inveja. Por que todos os homens pareciam ficar obcecados por Florence? Até mesmo Lucian, um homem tão inalcançável, parecia interessado nela. Por quê? Florence observou o cartão em suas mãos, fingindo uma expressão de preocupação. — Parece que o Sr. Lucian sabe sobre a minha situação. Cláudio disse que eu deveria ir ao quarto para falar com ele. Ele quer me ajudar a resolver o problema. O que você acha? Acho que qualquer pessoa no meu lugar escolheria o Sr. Lucian, né? — Você, obviamente, deve escolher o Sr. Marcos! — Rosana respondeu de forma quase automática. “Sua vagabunda, você não passa de uma mulher feita para um cara como o Marcos, um sapo asqueroso!” Rosana gritou em pensamento, mas não disse isso em voz alta. Sua voz, no entanto, saiu aguda,
Florence sentiu um frio percorrer sua espinha e desviou imediatamente o olhar. “Ele não deve saber de nada… Não pode saber.” Enquanto seus pensamentos se misturavam, a voz de Marcos ecoou pelo salão. — Agradeço a todos por comparecerem à nossa festa de comemoração do Grupo Nunes. Tenho certeza de que nosso futuro será ainda mais brilhante. Todos levantaram a cabeça para ver Marcos de pé no alto de uma escada, olhando para os convidados de cima. Somente naquele momento os presentes entenderam o verdadeiro propósito da enorme torre de champanhe no centro do salão. Aquilo não era apenas um gesto de hospitalidade, mas um claro ato de ostentação. A maioria dos convidados, sendo pessoas experientes no mundo dos negócios, manteve a compostura. Mesmo que alguns estivessem incomodados, ninguém deixou transparecer. Apenas observavam, enquanto Marcos gargalhava no topo da escada. Logo abaixo, estava Ronaldo, o estrategista por trás do sucesso do Grupo Nunes. Ele observava o salão co
A respiração de Lucian acompanhava cada palavra, quente e impetuosa, aquecendo o rosto de Florence. Ela virou o rosto de lado, tentando evitar o olhar dele. No fundo, sabia que ele havia percebido tudo. Ele sabia do plano dela, cada detalhe. Florence deu um passo cauteloso para o lado, tentando escapar da pressão que a presença dele exercia. Mas, ao se mover, uma de suas mãos encontrou o obstáculo de um braço que a bloqueava. Sem saída, ela ficou parada, imóvel, esperando que o elevador chegasse logo ao andar desejado. Lucian, como se lesse os pensamentos dela, inclinou-se ainda mais. Sua respiração, quente e poderosa, fluía sobre o rosto dela, percorrendo sua pele até o espaço abaixo de seu nariz. Florence sentiu seu corpo inteiro ser invadido pela presença dele. Cada inspiração a cercava, cada movimento o aproximava mais. O calor subiu pelas costas dela, deixando uma camada de suor frio. Em um momento de distração, ela sentiu os dedos de Lucian deslizando pelos fios de cabe