— Vamos abrir uma garrafa de vinho? — Cléo sorri exageradamente e pede, assim que entro na cozinha, com uma garrafa de Cadão Douro na mão.
— Vinho? — alinho minha camisete — Não. Devolve isso. Não vou te deixar beber no meio da semana.
— Só uma taça, Lio. — estende a garrafa na minha direcção — pode gerir a garrafa, se quiser.
Pego a garrafa e finjo ler o rótulo por um tempo, só para que ela se vire e eu tenha espaço de devolver a garrafa.
— Desde quando você toma vinho?
— Depende. — vira de costas e fica na ponta dos pés para alcançar duas taças no armário, então me viro, devolvo a garrafa a garrafeira da sala e volto.
— Depende de quê?
— De quem pergunta. — quando termina de lavar as taças, se vira e olha para minhas mãos vazias — Eu já devia saber. — suspira e deixa seus ombros caírem.
— D