Flávia

Seis anos.

Seis anos desde que meu marido morreu, me deixando sozinha com um recém-nascido nos braços. Seis anos desde que minha vida virou de cabeça para baixo e eu acreditei que jamais conseguiria me levantar. Seis anos desde aquela tarde chuvosa em que tudo desmoronou.

Mas também… três anos.

Três anos desde que, pouco a pouco, eu me reconstruí. Três anos desde que aprendi a respirar de novo, a sorrir de novo. Três anos desde que minha vida voltou a florescer — e, finalmente, eu estava vivendo de verdade outra vez.

Quatro anos desde que Ricardo entrou na minha vida.

Três desde que ele se tornou mais do que um amigo,chefe, colega de trabalho, mais do que uma presença constante — alguém que eu aprendi a amar.

E hoje, sinceramente, já não consigo imaginar minha vida sem ele.

Agora eu lidava melhor com a morte de Bruno. Já não passava dias trancada no quarto, nem me afundava na cama. A tristeza ainda vinha, é claro — um vazio que nunca desaparecia por completo —, mas já não doía