Era tarde da noite quando Mylo voltou ao hospital.
Kelly apenas ergueu os olhos para olhá-lo por um instante e depois continuou com a cabeça abaixada, mergulhada em profundo medo, sem desejo algum de se aproximar dele novamente.
Mylo engoliu em seco e se retirou.
Ele caminhou pelo corredor vazio, o som de seus sapatos ecoando claramente. Ao abrir a janela no final do corredor, o vento noturno soprou com força, atingindo seu rosto e causando uma sensação dolorosa, dissipando também o cheiro de perfume que ele carregava.
Passos soaram atrás dele, ele sabia que era Matheus.
Mylo tremia enquanto acendia um cigarro, o brilho da fumaça brilhando na escuridão da noite, lembrando-lhe os momentos brilhantes que ele havia passado com Kelly nessas noites...
Sua voz soou fraca:
- Ela era deslumbrante quando a vi pela primeira vez. Eu me esforcei para tê-la. Mas no fundo do meu coração, eu sabia que nunca a desposaria. E até agora, continuo achando isso! Porque é impossível, porque é irreal! Mathe