Quando Vitória ouviu aquelas palavras, se virou em direção à porta e, de fato, viu a sombra de Dario.
Ela ficou atônita por um momento, não esperava que ele também estivesse ali.
Percebeu que os olhos do homem estavam tão escuros quanto tinta nanquim, impossíveis de decifrar naquele momento.
Dario entrou lentamente no quarto do hospital, com o paletó pendurado de forma casual no braço. Usava uma camisa branca e calças sociais pretas, como se tivesse acabado de sair do Grupo Lopes.
Solange lançou um olhar ao neto:
— Estou falando com você. Por que não responde?
Vitória abaixou os olhos, naquele instante, não teve coragem de encarar a expressão dele. Sentia que o ar ao seu redor estava, inexplicavelmente, carregado de uma certa pressão. Solange ficou um tanto confusa: "Não foi isso que os dois combinaram?"
— Vitória, vem comigo um instante.
Antes que ela reagisse, foi puxada pelo pulso para fora do quarto.
Ele caminhava a passos largos, e Vitória mal conseguia acompanhá-lo, sendo forçada