O REENCONTRO

–– Entendeu mal. – Não completo a frase, vendo a perplexidade nos olhos da minha filha, afinal eu jamais tentei me desculpar com alguém e aquela era a primeira forma que encontrei de fazer aquilo.

– Não! – diz molhando os lábios. – Sabemos que entendi perfeitamente bem, e como eu dizia. – Seu tom sai com desdém. – Nunca pretendi usar outro sobrenome que não fosse Blanck, o que aliás uso tomada de orgulho. Saiba o senhor que vir de origem humilde não é vergonha para ninguém! Já ser esnobe.

Ela fala passando por mim e inalo seu maldito perfume, coisa que acendeu todo o resto do meu corpo. Aquilo é uma mulher? Ou uma bruxa? Encaro seus lindos olhos escuros e ela vai até Jordana, abraça minha filha ficando mais próxima de mim. Por Deus, podia agarrar ela e fodê-la ali mesmo.

Chacoalho a cabeça diante da loucura que pensei. Presto mais atenção nela, reparo em cada detalhe sem que as duas percebam. April é mais baixa do que Jordana, tem uma cintura fina, o quadril perfeito com pernas certamente torneadas, seios fartos, abdômen bem definido; discretamente salivo para provar aquela boca carnuda e suspiro irritado por querer o que é impossível para mim!

Como assim?! Eu não posso ter tudo que quero?!

Incomodado com aquilo dentro de mim, olho fixo em seus olhos e noto o quanto ela não abaixa a guarda quando encara meu olhar, mostrando altivez.

–– Jordana, eu vou mofar aqui ou vai fazer a gentileza de mostrar em qual suíte irei ficar hospedado? – pergunto sem paciência.

– Vamos lá, papai. – Ela diz sorrindo. – Já vi que vai ser uma babá bem rabugenta. – Minha filha ri.

– Acaso tenho vocação para tal profissão? – questiono impaciente.

– Nem pensar! – Ela responde rápido. – O senhor acabaria sendo demitido por mim mesma. – Volta a rir.

Vejo April levar as mãos na boca a fim de conter uma gargalhada; mesmo lutando contra, sorrio de canto para o que a faz ficar sisuda. Sem entender sigo minha filha, essa acaba me colocando na suíte da mãe dela e olho aquilo tudo.

– Você está brincando comigo – afirmo com raiva. – Isso aqui parece um safári, não vou dormir no meio de tapetes com pele de onça. – Olho aquilo. – Que merda é essa? Definitivamente Bridget enlouqueceu! – exclamo.

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