HAFIQ
Depois que entramos em casa e arrancamos as roupas molhadas e imprestáveis, eu encho a banheira pra nós dois e Tônia senta-se na outra ponta, pensativa e calada, arfando de satisfação com a massagem que eu faço em seus pés.
Observo a expressão tensa de Tônia e a sua alma tão facilmente decifrável se revela.
Antônia é uma mulher do grito, do arrebatamento. Ela é exacerbada e o seu silêncio só confirma que há algo muito sério que a incomoda.
— Hafiq, eu preciso te contar uma coisa e eu não sei por onde começar.
Massageio a sola do seu pé e puxo-lhe os dedões, o seu olhar é de súplica, em minha mente lê— se somente que o motivo da sua agonia é merda feia, então estendo a mão e ela arrasta os quadris até enganchar as pernas na minha cintura.
— Você tá me assustando Tônia, respira fundo e fala de uma vez.
As imagens que passam na minha cabeça são as mais desastrosas possíveis, Tônia jogando dinheiro em cima de d