HAFIQ
DOIS MESES DEPOIS
— Ah, inferno, você me mata Habibi, me dá a sua boca.
— Venha pegar, preguiçoso.
Eu corro em volta da mesa ao redor de Antônia, ela sabe que essa luta é perdida, agarro a sua cintura e a jogo em cima da mesa, deixando cair uma pilha de papéis.
Puxo a sua cabeça para trás, os seus cabelos entremeiam-se macios em meus dedos, agora eu tenho total acesso aos lábios carnudos da minha onça, eles se encaixam perfeitamente nos meus e eu vou pegá-los pra mim.
Nossos beijos são como se não houvesse amanhã e a sensação às vezes é essa mesma.
Desde que eu tive que receber em minhas mãos a dura tarefa de conduzir esse país e tomei para mim as rédeas das decisões mais urgentes do governo, a minha vida virou de cabeça para bai