Ao chegar em casa, Alva foi tomada por uma febre alta que não cedia.
Frederico, ainda embriagado, entrou na casa e encontrou-a inconsciente, com o rosto corado de febre.
O pânico tomou conta dele imediatamente.
Sem hesitar, ele a pegou nos braços e a levou às pressas para o hospital.
Quando Alva finalmente recobrou a consciência, suas pálpebras pesadas se abriram com esforço.
Ao vê-la acordar, a enfermeira que trocava o soro exclamou, radiante:
— Sra. Castilho, graças a Deus! A senhora finalmente acordou! O Sr. Castilho estava desesperado, ficou ao seu lado o tempo todo até poucos minutos atrás, quando precisou atender uma ligação urgente. Quer que eu o chame? Ele vai ficar tão feliz em saber que você acordou.
Com a voz rouca e fraca, Alva balançou a cabeça:
— Não precisa.
A enfermeira respeitou sua decisão, trocou os medicamentos e saiu do quarto em silêncio, deixando Alva sozinha no enorme e silencioso quarto de hospital.
O silêncio era tão absoluto que ela conseguia ouvir a voz de Frederico vindo do corredor.
Sua voz, geralmente calma e controlada, estava agora repleta de uma alegria incomum.
Pouco depois, seus passos ecoaram ao se afastar, indicando que ele havia saído.
Reunindo todas as suas forças, Alva saiu da cama e seguiu os passos dele lentamente.
Desceu vários andares até que, ao virar um corredor, viu uma cena que fez seu coração gelar: Frederico estava saindo do setor de obstetrícia, amparando Ivana.
Ambos tinham sorrisos que não conseguiam conter, seus lábios curvados em pura felicidade.
Ao avistar Alva, Ivana fingiu uma surpresa exagerada:
— Sra. Castilho! Que coincidência encontrá-la aqui!
Frederico olhou para cima ao ouvir o nome de Alva e seus olhos encontraram os dela. Seu corpo ficou tenso imediatamente.
Ele soltou rapidamente a mão que segurava Ivana e, com nervosismo evidente, começou a se explicar:
— Alva, eu... eu desci para pegar seus remédios e, sem querer, esbarrei na Ivana. Ela está grávida e eu fiquei preocupado que algo pudesse acontecer, então a segurei.
As palavras saíram apressadamente, quase suplicantes, como se temesse profundamente que Alva interpretasse a cena de forma errada.
Alva olhou para o ventre de Ivana, sentindo a respiração ficar repentinamente ofegante.
Fechando os olhos, ela permaneceu em silêncio por alguns segundos antes de perguntar com uma voz suave e controlada:
— Srta. Ivana... há quanto tempo está grávida? O pai da criança não veio acompanhá-la?
Ivana acariciou a barriga com um sorriso radiante e respondeu cheia de doçura:
— Acabei de descobrir, já faz um mês! O pai do meu bebê está tão feliz que mal consegue se conter! Comprou algumas mansões para mim, transferiu 100 milhões para minha conta e hoje à noite vai soltar fogos de artifício por toda a cidade para celebrar nosso pequeno milagre!
Alva a observou em silêncio por um longo momento antes de curvar os lábios em um sorriso suave:
— É mesmo?
Ivana assentiu com um brilho de triunfo nos olhos e acrescentou animadamente:
— Sim, Sra. Castilho! Se estiver disponível, poderíamos jantar juntas hoje. Posso chamar o pai do meu bebê também.
Ao ouvir isso, o rosto de Frederico escureceu instantaneamente. Com um olhar frio e penetrante para Ivana, ele interrompeu:
— Não será necessário. Alva está ocupada e não tem tempo para isso.
Sem esperar resposta, ele envolveu Alva em um abraço quase possessivo, sua voz suave e persuasiva:
— Alva, seu corpo ainda está se recuperando. Não se sobrecarregue. Ela é apenas uma modelo de publicidade, não vale a sua atenção.
Ivana ficou pálida ao ouvir o tom de desprezo em sua voz. Seu rosto alternava entre expressões de vergonha e raiva antes de abaixar a cabeça, com os olhos cheios de lágrimas:
— Tem razão... fui arrogante demais. Como eu poderia merecer jantar com a Sra. Castilho?
Com um movimento rápido, enxugou as lágrimas e se virou como se estivesse indignada.
Frederico deu um passo à frente, como se fosse atrás dela, mas parou ao ver Alva observando tudo com uma expressão impenetrável.
Resignado, permaneceu onde estava.
Após pegar uma série de prescrições, Alva recebeu alta e voltou para casa.
Talvez pela forma rude como tratou Ivana, Frederico parecia inquieto durante todo o caminho de volta.
Assim que deixou Alva em casa, alegou ter assuntos urgentes e se trancou no escritório.
De volta ao quarto, Alva recebeu uma mensagem de Ivana acompanhada de uma foto — um exame de gravidez.
Logo em seguida, uma enxurrada de mensagens provocativas começou a chegar:
[Ivana]:
“Alva, sei que você já percebeu hoje. O bebê é do Frederico. Não se iluda achando que ele te ama tanto assim. Se realmente te amasse, como você explica minha existência?”
“Você sabe o quanto ele me deseja? Todos os anos, no seu aniversário, no aniversário de casamento de vocês, ele me procura depois que você adormece. Ele é intenso... Sempre usamos várias caixas de preservativos e, no dia seguinte, mal consigo andar.”
“Fizemos amor no Maybach dele, no escritório da presidência e até na sua cama de casal. Cada posição, cada desejo... Ele realizou tudo comigo. Sexo e amor são inseparáveis, não acha? Ele já foi tão criativo com você quanto é comigo?”
Alva leu cada palavra com uma calma que desmentia a tempestade dentro dela.
Respirando fundo, apagou a tela do celular no mesmo instante em que Frederico apareceu atrás dela e a envolveu com os braços.
— Querida, o que você estava vendo? — murmurou, encostando o queixo em sua nuca enquanto espiava a tela escura do celular.