— Fala, quem é ele? Anda, me diz, Katerine, quem é o cara por quem você se apaixonou? Anda, fala logo.
— Não tem nenhum cara, Norberto.
— Mas por que você está terminando comigo? Você me disse que está apaixonada por outra pessoa, não é? Então quero saber quem é ele.
— Você não entendeu, Norberto. Não é ele, é ela.
— Mas como assim, “ela”?
— É sim, Norberto. Me apaixonei por outra mulher. Dá para entender? Não tem homem nenhum e sim uma garota.
— Sua vadia, você virou uma sapatão? Me trocou por uma xota? O que é? Hã? Pretende ter quantos filhos?
— Seu nojento. Saia daqui.
— Isso não vai ficar assim, Katerine. Não vai.
***
— Cuidado com o Psicopata do Vibrador. — A Âncora disse de pronto, assim que se iniciou o jornal da noite. — Um homem anda aterrorizando as homossexuais do Rio de Janeiro. Rafael?
— Isso mesmo, Cristiane. — O outro jornalista completou, quando a câmera aberta captou os dois. — Ele mata somente as mulheres homossexuais. Ele as estupra e depois as mata e, por último, introduz um vibrador em sua garganta.
— A polícia do Rio está inquieta com essa história, pois oito mulheres foram mortas nos últimos dois meses. — Cristiane olhou para suas anotações sobre a bancada, em seguida voltou-se para a câmera. — Duas foram encontradas na praia do Arpoador e quatro na Lapa, próximas à pizzaria Guanabara. As vítimas estavam saindo de uma casa noturna e foram atacadas e mortas por este serial killer. A outra foi uma universitária que estava em uma galeria de artes, no Centro.
— Segundo a polícia, a primeira vítima foi a funcionária pública Katerine de Lemos.
Norberto estava em seu apartamento, em Ipanema, assistindo ao noticiário e rindo friamente.
Estava planejando seu novo ataque. Essa noite sairia à procura de mais vítimas.
Com um gesso falso em seu braço direito, ele saiu com um taco de beisebol e alguns vibradores dentro do porta-malas. Naquela noite de sábado, foi até Copacabana e ficou em seu carro, em frente a uma casa noturna, dessas para gays, e viu a sua vítima.
Uma mulher vestida como menino estava saindo da balada e ele a abordou pedindo ajuda, alegando estar com o braço bastante machucado.
— Por favor, senhora. O meu braço está doendo muito.
Muito solícita, ela foi até ele para ajudar.
— Obrigado, eu tive um acidente de trabalho, machuquei feio o meu braço.
A mulher sorriu.
— Bem, eu fico feliz em ajudar.
Norberto empurrou a vítima para dentro de seu carro e a prendeu com algemas, levando-a para um lugar bem deserto. O lugar ficava próximo à Quinta da Boa Vista, era totalmente deserto e escuro.
Arrancou-a do carro de qualquer jeito e a atingiu com o taco de beisebol. Olhou-a friamente. Ela tentou correr, sem entender o porquê daquele homem fazer tal coisa.
Ela gritava por socorro, mas, àquela hora da noite, ninguém a ouviria. Passava das quatro da manhã e, por ser horário de verão, ainda estava muito escuro.
Entrou em pânico quando ele conseguiu pegá-la.
Ele a deitou no chão e arrancou as calças dela, enquanto abria o próprio cinto.
Norberto arriou as calças e enfiou o membro na vagina da vítima enquanto dizia: “Sinta o verdadeiro prazer, lésbica maldita. Sinta o meu pau em você, sua sapatão”.
A mulher chorava muito, implorando por sua vida, mas aquele era o seu fim.
Aquele homem não tinha coração. Sentia-se como um verdadeiro deus e nada do que ela dissesse adiantaria. Ele estava fora de si.
Ela conseguiu, com muito esforço, pegar um pouco de terra com a mão e jogou sobre ele, mas só conseguiu irritá-lo mais. Ele lhe deu uma paulada, matando-a instantaneamente. Levantou-se, vestiu suas calças, pegou um vibrador na mala do carro e o enfiou com violência na boca da mulher.
— Isso mesmo, lésbica maldita. Sinta que delícia. Purifique-se de seus pecados.
Ele achava que estava fazendo um favor à sociedade.