Priscila Almeida
O telefone vibrou sobre a mesa, e eu sabia que a hora estava chegando, a ansiedade dentro de mim crescia a cada segundo que se passava. Olhei para o visor e reconheci o número. O "Amigo". Nosso relacionamento se baseava em duas coisas: eficiência e dinheiro. O que eu precisava dele, ele entregava. Nada mais, nada menos.
Peguei o telefone com mãos trêmulas e respirei fundo antes de atender.
— Já está tudo pronto? — perguntei, tentando manter a voz firme, mas o nervosismo transparecia em cada palavra.
— Quase, mas vai precisar esperar mais uns três dias — ele respondeu, com aquela voz tranquila e despreocupada que me irritava profundamente.
— TRÊS DIAS? — gritei, perdendo completamente o controle. — Você está brincando comigo? Eu já esperei tempo demais!
A frustração subiu pelo meu corpo como uma onda, e meu peito estava queimando de raiva. Tudo estava planejado há semanas, e eu não aguentava mais a espera. Precisava que isso acabasse logo. Quanto mais o tempo passava