O Preço de Ser Acusada: De Amiga a Cunhada
O Preço de Ser Acusada: De Amiga a Cunhada
Por: Fernanda Costa
Capítulo 1
— Berenice, volte rápido, seu dormitório foi destruído!

Segurando o teste de gravidez, corri do hospital de volta para o alojamento.

Assim que entrei na escadaria, um cheiro nauseante invadiu minhas narinas.

— Joguem, despejem toda a lavagem de comida na cama dela! Vamos tirar o cheiro fétido dessa vagabunda! Eu a considerava minha melhor amiga, e ela teve a audácia de seduzir meu namorado.

Jandira Moura estava de braços cruzados na porta, falando com fúria.

No segundo seguinte, porém, se virou para a câmera e começou a chorar copiosamente.

— Meu namorado era monge em São Feliciano. Passei três anos ao lado dele até conseguir conquistá-lo e fazê-lo abandonar seus votos monásticos por mim. Mas minha "amiga" Berenice... ela nunca soube se colocar no seu lugar! Sempre que ele vinha me buscar, usava blusas de alcinhas minúsculas e shorts tão curtos que deixavam metade do traseiro de fora, olhando para ele com olhos cheios de desejo. E ainda usou truques baixos para engravidar dele...

Ao ouvir isso, uma das garotas que estavam destruindo o quarto explodiu de indignação:

— Jandira é boazinha demais! Como amigas, temos que proteger o amor dela!

— Isso mesmo, proteger o grande amor de Evaristo e Jandira!

— Proteger o grande amor de Evaristo e Jandira!

Elas gritavam diante do celular, levantando a bandeira da "justiça", mas o que faziam era puro vandalismo.

Foi então que recebi um link de transmissão ao vivo enviado por um amigo.

Ao abrir, li o título: [Vagabunda seduz monge de São Feliciano, é flagrada e perde o bebê.]

No topo da tela, havia uma foto minha em preto e branco.

Aquilo foi a gota d'água.

Dei um chute na porta do dormitório. O ambiente ficou em silêncio por um instante, mas logo explodiu em risadas ainda mais sarcásticas.

— A amante voltou! Se eu fosse você, teria morrido de vergonha antes de pisar aqui de novo.

Jandira limpou lágrimas inexistentes do rosto e virou seu perfil mais delicado para a câmera, parecendo frágil e digna de pena.

— Berenice, eu sei que, como sua amiga, deve ser difícil para você me ver em um relacionamento melhor, com um namorado bonito e rico... Mas isso não justifica você ter subido na cama dele...

O namorado dela?

Tentei lembrar, mas não me vinha ninguém à mente.

Então, perguntei sinceramente:

— Quem é seu namorado?

Os olhos de Jandira se arregalaram de choque.

— Você... você não sabe quem é Evaristo, o monge de São Feliciano?

"Evaristo? Não é aquele irmão preguiçoso do Zéfero? Então eu e Jandira acabamos casando na mesma família?"

— Já o vi algumas vezes de longe, mas nunca conversamos.

Respondi com honestidade.

Mas, para Jandira, minha sinceridade soou como desculpa esfarrapada.

Ela mordeu o lábio, sem dizer nada, os olhos ficando vermelhos, como se estivesse profundamente injustiçada.

Os termos "amante", "monge de São Feliciano", "melhor amiga" e "perder o bebê" eram tão chocantes que a live começou a atrair cada vez mais espectadores.

Todos me xingavam e tomavam o lado de Jandira.

Alguns, manipulados pela situação, começaram até a atacar minha família.

[Isso deve ser coisa de família! Aposto que a mãe dela também era uma vadia que seduzia homens, por isso essa garota cresceu sem pai!]

[Quem é a mãe dela?]

Quando percebi que estavam prestes a expor minha família, agarrei o celular e o joguei no chão.

— Meu celular! Custou mais de dez mil!

O aparelho se espatifou em pedaços.

Assenti calmamente.

— Eu pago. — Antes que a garota pudesse sorrir de satisfação, apontei para o estrago ao meu redor. — Mas primeiro vocês vão pagar pelos meus prejuízos.

A cama, antes impecável, agora exalava um cheiro horrível. Minhas roupas caras estavam todas cortadas em tiras, e meus cosméticos e produtos de skincare estavam jogados pelo chão, cheios de pegadas.

Na mesa, com meu batom da Hermès, haviam escrito as palavras "amante" e "vagabunda".

Meu olhar escureceu.

— Minhas roupas foram feitas sob medida, custam milhões. O batom já foi usado, mas ainda vale algumas centenas. Tudo isso terá que ser ressarcido.

Ao ouvir a palavra "ressarcido", as garotas se entreolharam, hesitantes, e olharam para Jandira em busca de orientação.

Jandira, no entanto, estufou o peito, indiferente.

— Como ela poderia ter comprado essas coisas? Tudo foi presente do meu namorado.

A Jandira diante de mim era uma estranha.

Eu me lembrava claramente de termos comprado aquelas coisas juntas, mas agora ela dizia, sem piscar, que foram presentes do namorado dela.

— Só estou pegando de volta o que é meu, como a verdadeira namorada. Não tenham medo, qualquer coisa, eu assumo a responsabilidade.

"Então ela realmente acreditava que eu queria roubar o homem dela?"

Com esse aval, o grupo ficou ainda mais ousado e até arrombou meu armário trancado.

— Vamos ver que segredos sujos ela esconde aqui dentro!

Eu sabia que conversar não adiantaria mais. Peguei o celular para chamar a polícia.

Antes que conseguisse discar, uma mão masculina e bem delineada tomou meu telefone.

Os olhos de Jandira brilharam, e ela se jogou, manhosa, nos braços do recém-chegado.

— Evaristo, você finalmente veio.

— Alguém está mexendo com a minha mulher?

Com um rosário entre os dedos de uma mão e a outra segurando Jandira pela cintura, Evaristo fazia sua grande entrada de "protetor da amada".
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