Mesmo sendo uma caminhada de apenas alguns passos, Anne se sentiu exausta. Propositalmente de costas para o espelho, soltou a coberta que escondia seu corpo e, enquanto se vestia, o reflexo reproduzia, cruelmente, cada uma das marcas no corpo esguio e gracioso. Anthony só poderia ser um homem louco por causar aquela degradação em uma mulher.
Depois que Anne se vestiu e recuperou, mesmo que minimante, a presença de espírito, deixou a Mansão Real levada por um dos seguranças de seu algoz. Aquela pequena humilhação ainda era melhor do que caminhar até a beira da estrada e chamar um táxi, no estado em que a jovem se encontrava.
Assim que desceu do carro e chegou ao portão do prédio, Anne ouviu um grito:
― Anne! ―
A jovem se virou e viu Sarah, saindo de um veículo e andando rápido, quase correndo, em sua direção.
― Sarah... ― Anne disse, com a voz fraca
― O que Anthony fez com você? ― Sarah olhou a jovem, de cima a baixo ― O que há de errado com sua garganta? Você está