O Cajado do Dragão
O Cajado do Dragão
Por: Thiago Pacheco
Introdução

Uma breve descrição de onde se passa a história

            A habilidade de contar histórias foi há muito tempo esquecida. Poucos são aqueles que ainda contam histórias de ninar aos filhos, envolvendo-os em mundos mágicos, histórias fantasiosas ou ainda histórias de impérios de outrora e aventuras de magia. Escrevo este relato não só para resgatar este costume como para transmitir e propagar uma aventura que se passou em um mundo distante que logo será apresentado.

            Como testemunha de muitos fatos que ocorreram nesta história, posso assegurar que uma cópia autenticada de meu relato, e dos depoimentos da maioria dos envolvidos, pode ser encontrada nos diversos acervos da Ordem dos Sábios, assim como na Biblioteca Real do Palácio de Thalian I (Palácio Real). É provável que, futuramente, poderá ser encontrada também na Biblioteca de Nassíria, na Ukrania.  

Entretanto, é claro, devemos tomar o cuidado para que esta história não se perca entre os anais pertencentes aos diversos acervos da Ordem dos Sábios que, mesmo sendo os guardiões da magia, em breve se esquecerão do conteúdo dos livros que guardam.

            Antes de começarmos este relato é melhor que eu situe vocês não só no mundo que veremos a seguir, como nos acontecimentos recentes mais importantes para esta história.

            Nascar é o principal reino onde tudo acontece. É um reino de florestas e terras prósperas, com várias cadeias de colinas e montanhas. Também é chamado de Reino das Florestas. Seu clima é temperado, com um inverno forte e verão moderado.

O Rio Élfico é um dos únicos rios que passam por Nascar. Às suas margens, surgiu a capital de Nascar, Thalian. O nome do rio vem do fato de ter sido o principal meio de transporte dos elfos da região, já extintos há muito tempo. Não existe mais um único elfo em reino nenhum. O mesmo aconteceu com os ogros, mortos há muitos anos. Essa idade é uma era de homens, era do esplendor de suas virtudes e desgraça de sua maldade e corrupção. É um tempo onde a sabedoria é encontrada apenas em alguns sábios, senhores que preservam o conhecimento em segredo.

Nascar comercializa ferro, madeira, equipamentos, cereais e carne com todos os outros três reinos. Sua capital é Thalian, situada ao centro do reino; bem desenvolvida e crucial para toda a economia do continente. Nascar era governada pelo rei Nichol VI até que o mago Rarion, com o controle de um povo chamado Sax, tomou o poder e se tornou um tirano.

            Outro reino, situado ao noroeste de Nascar, é a Ukrania, que faz fronteira com as montanhas de Nascar e ocupa o outro lado do continente. Seu clima é desértico, como se fosse verão em todas as estações. Ukrania comercializa muito trigo, equipamentos e ouro. Muito ouro. O rio que corta Ukrania é o Rio Danilo que é fundamental para a fertilização do solo. Às margens do Danilo se encontra a capital de Ukrania, Nassíria, a cidade dourada. O rei de Ukrania é Salydin II, um justo homem que domina com punhos de ferro suas terras e, atualmente, impede bravamente a entrada das tropas do tirano Rarion vindas de Nascar.

            Ukrania já entrou em guerra com Nascar e Akma diversas vezes, mas perdeu ambas as guerras, pois, apesar de soldados bem treinados, não é um país muito desenvolvido e, ao tentar se aventurar no mar controlado pelo reino de Akma e nas florestas de Nascar, foi derrotada na maioria das batalhas que travou fora de seus domínios.

            Nascar, entretanto, já tentara invadir a Nassíria para conseguir seu ouro, mas não conseguiu ultrapassar os limites desérticos e as tropas ukranianas bem adaptadas ao clima, o que mostra que as defesas de Ukrania, em seu terreno, são favoráveis.

            Istaredes fica ao sudeste de Nascar e é o terceiro reino do continente. Atualmente, esse reino está dominado por Rarion, que matou o antigo monarca Gomes I e usurpou o trono.

            Istaredes conta com uma região pantanosa, cortada pelo rio Pimos e o rio Caral, e quatro ilhas. Inicialmente o reino possuía apenas a maior das ilhas, mas, durante um período de expansão de domínios, as outras três ilhas foram dominadas. O pântano foi aderido aos limites de Istaredes depois que o rei Sazo XI decidiu ter terras continentais para melhorar o comércio. As atividades comerciais não sofreram melhoras, pois o real motivo do rei era cobrar tributos das tribos que habitavam o pântano.

            O quarto reino, Akma, é uma afastada ilha ao noroeste de Ukrania. Também é chamado de Reino das Praias, tem um clima tropical e vive basicamente da pesca e do comércio. Seu rei é Damis, mas quem realmente detém o poder é o grão-vizir Soleran, que tem uma extensa rede de corrupçãoo-vizir Soleran, que tem uma rede de corrupçropical e vive basicamente da pesca e do com[ede bravamente a entrada das tropas de que abrange os lucros do metal mais comercializado em Akma, o cobre.

            Akma é mais isolada dos outros reinos, por isto, Soleran e Damis nunca se preocuparam muito com Rarion. A única medida tomada foi a diminuição dos preços das tarifas com a Ukrania (o que Rarion desconhecia até pouco tempo atrás) e, às vezes, Soleran enviou tropas para ajudar o Reino do Deserto.

            O Oceano de Jades, onde as águas são mais frias, fica ao leste do rio Danilo e norte do rio Caral. Ao sul do rio Caral e ao oeste do rio Danilo fica o Oceano de Amis, onde as águas são mais quentes e os ventos favorecem o transporte marítimo.

            Essa é a Era dos Homens, o único povo que sobreviveu a todos os milênios que se passaram. Os elfos e anões se extinguiram, após tantas guerras, e agora fazem parte da História, como dito. Os dragões foram mortos, depois de tanto tempo de um império dominando as raças. As poucas sereias que existiam perto de Akma definharam, esquecidas, perdendo sua magia. Os ogros foram massacrados por todos os povos há mil anos. Só os homens sobreviveram. Alguns dizem que, na verdade, os homens foram a causa da morte de todos os outros povos. A verdade, é claro, não importa.

            Os humanos então viviam sua era em equilíbrio, sem nenhuma ameaça iminente até que Rarion, mago conselheiro de Nichol VI, rebelou-se. Ele tinha o dom da palavra e facilmente domou um povo bárbaro, os Sax, marchando com eles até o palácio de Nichol VI. Rarion matou toda a família real e tomou o controle do reino, nomeando-se Rei.

Um breve relato, anterior ao início da história, da noite que iniciou tudo:

            A noite estava estrelada em Thalian, com o ar levemente frígido. As ruas da capital de Nascar estavam calmas, com algumas carruagens paradas. Uma neve fina começou a cair. O silêncio pairava em Thalian. Já eram dez horas. A maioria das pessoas já estava dormindo. Poucos ainda caminhavam pelas ruas e os bares começavam a fechar. Algumas poucas casas ainda tinham suas luzes acesas.

            Contudo, havia um grande movimento àquela hora em Thalian e apenas poderia ser em um lugar. Só poderia ser no Palácio do Rei Nichol VI e o movimento era sinal de mais um de seus bailes.

            O Palácio Real era lindo, uma construção-base de mármore com inúmeras torres. De longe, parecia todo dourado. O grande salão de festas, de onde vinha o som, tinha uma cúpula de mármore sustentada por colunas altas. Em seu interior, havia vários detalhes em ouro e prata contando a história do reino de Nascar.

            O salão de festas tinha piso de madeira envernizada. Havia grandes janelas de vidro, separadas por pilastras. As cortinas eram da cor vinho e todas estavam amarradas, permitindo a vista de quase toda a cidade, que começava a ir dormir, silenciosamente.

            Grandes portas de carvalho eram a entrada do salão. Na extremidade oposta da porta havia um patamar elevado, com um trono vazio sobre ele. Na parede, acima do trono, um escudo com o brasão do reino reluzia. Perto do patamar, havia uma orquestra.

            O restante do salão estava preenchido com casais dançando alegremente a música que a orquestra tocava. Nobres, pessoas da alta sociedade e os grandes ricaços, trajando vestidos finos e roupas das mais elegantes, dançavam a valsa. A música era melodiosa. Não muito triste, mas com certeza não era muito alegre. Era uma valsa... Um pouco mais acelerada.

            Três passos para lá, três passos para cá, em sintonia todos valsavam. A música terminou. As pessoas cumprimentaram seus pares.

            Um tilintar pôde ser escutado. Todos olharam para o trono, agora ocupado por um homem. Lá estava o rei, Nichol VI. Com seus cabelos, barba e bigode castanhos e uma coroa fina e discreta, vestia roupas elegantes, parecidas com um terno num tom claro de amarelo com calças na cor vinho. O rei também tinha um sapato bem fino, luvas brancas e uma expressão séria.

            Nichol estendeu sua mão para uma mulher junto aos demais. A dama, que estava usando um vestido azul-escuro, brincos e colares de diamantes e um diadema em sua cabeça, caminhou para perto do rei. Pousou sua mão sobre a mão do rei. Ela era sua esposa, a Rainha Lorraine.

            — Esta é uma noite especial — pronunciou-se o rei, com sua voz profunda. — Este é um baile especial. Estamos aqui para celebrar o nascimento de nossa primeira filha, Juliette, irmã de Daniel, nosso primogênito. Devemos comemorar, pois a Família Real ganhou esta semana mais uma integrante.

            Uma fumaça verde surgiu perto da porta, atrás dos convidados, que prestavam atenção no rei. O rei foi o único que viu a fumaça e seu rosto empalideceu.

            — Nichol! Por que não diz para seus convidados que vocês estão celebrando o nascimento da futura rainha? — disse uma voz, que ecoou pelo salão, seguida por um silêncio. Todos se viraram para contemplar a fonte da voz.

            A voz vinha de um homem alto, muito magro, com uma extensa barba negra que se estendia até depois da cintura. Vestia um manto marrom. Seu rosto era esquelético, resultado de uma longa viagem onde comera muito pouco. Seus dentes, amarelados, esboçavam um sorriso. Trazia consigo um cajado negro, com um orbe verde. O macabro homem fez uma mesura para o rei.

            — Rarion, você não é bem-vindo nestes salões! — disse o rei. Os convidados, assustados, não sabiam para onde olhar. — Saia daqui imediatamente!

            — Meu rei continua amável como sempre! Mas, se não quer avisar aos convidados o verdadeiro motivo de tamanha alegria, eu aviso — falou ele, caminhando entre os convidados que foram se afastando e se aproximando das paredes. — Ilustríssimos senhores e senhoras: Nasceu a futura rainha do reino de Nascar!

            Os convidados não entenderam bem, afinal, Daniel seria o herdeiro do trono.

            — Juliette não será rainha — disse a rainha, tentando negar. — Daniel será o rei! Não sei do que está falando!

            — Até Daniel atingir a idade para se tornar rei, ele já estará morto devido à doença que o aflige, certo? — disse Rarion. Muitos convidados ficaram boquiabertos. A rainha quase explodia de raiva por Rarion estar revelando à maioria dos nobres um dos maiores segredos da família real de Nascar. — Mas, esperem! Se vocês tivessem contratado alguém para cuidar dele, talvez ele não venha a morrer! Ah… Agora me lembro! Vocês expulsaram o mago que cuidava de Daniel! Vocês ME expulsaram do Palácio, portanto Daniel morrerá sem meus unguentos — disse ele, gargalhando.

            Estava revelado a todos os nobres. Poucos sabiam que Daniel tinha uma séria doença e quase ninguém sabia que era Rarion quem o tratava antes de ser expulso. Agora, não era mais um segredo.

            — Você, Rarion, deveria ser preso por assédio! Se não fosse Nichol, em sua consideração, eu mesma teria assassinado você! — disse Lorraine.

            Lorraine referia-se às tentativas do mago Rarion de relacionar-se com ela. Por causa deste e outros abusos que o mago cometera dentro da Corte Real, Nichol expulsara Rarion, que cuidava da doença de seu filho. Ressentido, após alguns meses, o mago negro, que já pretendia formar um levante popular contra Nichol e dar um golpe, tramava tirar Nichol de vez do trono.

            — E qual o problema, doçura, de querer algo que posso ter?

            — Você nunca me terá! — exclamou a rainha.

            — Não banque a difícil! Vocês não são nada sem mim. — disse ele, ferinamente.

            — GUARDAS! — urrou o rei. Um grupo de seis guardas entrou pela porta principal do salão. — Prendam este homem! Prendam este traidor! — gritou Nichol enfurecido.

            Rarion sorriu, pensando “finalmente”, chegara o momento de mostrar seu poder. Empunhou seu cajado na frente dos guardas que vinham na direção dele pela direita e esquerda. Apontou o cajado na direção dos quatro guardas que vinham pela direita, e todos desapareceram em um fogo verde. Mal ouviram seus gritos. Depois, virou seu cajado na direção dos outros dois guardas e ambos foram lançados pelas janelas, caindo a uma grande altura. Muitas pessoas levaram suas mãos para proteger seus rostos dos cacos do vidro partido. 

            — Está vendo meu poder? — perguntou sarcasticamente. — Eu ordeno que você se ajoelhe, Nichol VI, e passe o trono para mim.

            O rei gargalhou. Gargalhou bem alto, humilhando Rarion.

            — Você acha que só porque ganhou algumas habilidadezinhas novas pode me fazer curvar a você? Não me ajoelharei diante de ninguém! Eu sou o rei, por direito! E ninguém me tirará desta posição, muito menos um velho decrépito que acredita que, só porque está com um novo bastão; pode fazer qualquer coisa!

            Um silêncio. Os olhos do mago ardiam em ódio. Ele deu um passo à frente.

— Talvez você não tenha entendido a extensão de meus poderes! — vociferou Rarion, balançando seu cajado.

Uma ruiva gorda com vestes cor de limão atirou-se ao chão. Rapidamente, ela estava queimada naquela chama verde. Até seus ossos estavam carbonizados.

— Ajoelhe-se e poupo sua família. Do contrário, todos morrerão como a Baronesa Laetitia! — ameaçou o mago negro.

            Todos estavam espantados. Um homem se aproximou dos ossos da mulher, murmurando algo como “Minha baronesa!”. Três gritinhos abafados, duas mulheres desmaiaram, até os homens ali tentavam se esconder para que o mago não os olhasse.

            Lorraine estava apavorada. Apenas Nichol se mantinha impassível.

            — Você acha mesmo que pode atingir minha família? Não me ajoelharei! Pode ter matado sete pessoas hoje, mas você não pode contra meu exército!

            — Seu tolo! Seu exército? O que é o exército de Nascar contra os Sax? Eu unifiquei as tribos dos Sax e todos me obedecem agora. Estão todos ao redor da cidade e ao meu sinal entrarão em Thalian e invadirão o castelo, matando sua guarda pessoal, seus “seguranças” e, depois, toda a sua família. 

            — Então ficou louco também, Rarion! Não vejo exército algum! Não blefe! O trono de Nascar não é algo para você! Quando você entrou neste salão, pensei que você estivesse poderoso, mas continua fraco como sempre! Um sonhador!

            O mago tinha vontade de matar o rei.

            — A névoa deve estar cegando-o! Assim como sempre foi cego! Eu controlei este reino! Eu cuidei e preservei a família real! Eu lhe dei detalhes da Ukrania para que pudéssemos controlá-la e você negou a proposta! Eu sempre fiz tudo por Nascar e está na hora de eu conseguir algo com isto! Você, Nichol, com seus bailes e festas, viagens e tudo mais, não compreendeu a verdadeira política. Nunca dominou ou entendeu o povo! Mas eu não! Eu tenho os exércitos Sax em minhas mãos. Tenho o povo fervilhando de ira com tantos problemas que você arrumou. Eu tenho tudo! — disse triunfante.

            — Só não tem o trono. Nem um exército. — disse Nichol, triunfante.

            — Então contemple a sua derrota e a minha glória! — disse.

Realmente, nos arredores de Thalian, havia uma incomum névoa. E a névoa foi abaixando, se dissipando, dando lugar a fileiras e fileiras de homens armados. O exército que Rarion dominara, empunhando suas espadas, clavas, maças, machados e todas as armas que pudessem provocar dor.

— Este cajado é o símbolo da minha liderança dos Sax. — declarou Rarion. — Você é estúpido demais, Nichol, para compreender que seus dias acabaram.

            Logo, na sala, adentrou um jovem guarda.

            — Senhor! Exércitos! Venha sua Majestade, a família real deve se esconder!

            Nichol fez menção de responder, mas Rarion interpelou-o:

            — Pretende mesmo fugir? Detesto ser estraga prazeres, mas ninguém sairá deste salão até eu ordenar o contrário! — disse Rarion. Movimentou seu cajado e o jovem guarda foi jogado pela janela quebrada. — Antes que eu perca a calma, Nichol, analise a situação. Se você se ajoelhar e me saudar como governante, sua família será poupada.

            Lorraine balançava negativamente a cabeça, mas Nichol queria salvá-la. Ele estava finalmente cedendo à ameaça de Rarion. Foi como uma espada lhe rasgando o peito quando o mago mencionou sua família. Ele nunca a colocaria em perigo. Lentamente, o rei se ajoelhou:

            — Sua Majestade, o que deseja? — disse, de modo submisso.

            — Perfeito! Agora você, meu amor — disse o mago à Lorraine. Esta, por sua vez, caminhou lentamente, desceu o patamar, se aproximou de Rarion e cuspiu em sua cara.

            Rarion esbofeteou a rainha no rosto, num golpe tão forte que ela caiu no chão.

            — Você pagará por isto, Lorraine, sua vagabunda! — disse ele, limpando seu rosto. Levantou seus braços e começou a entoar um cântico. Ao redor dele, um círculo de fogo se formou. — Enquanto eu viver, sustento uma maldição! Das trevas ela vem e para as trevas ela irá! Pois a morte você encontrará!

            — Você disse que pouparia minha família! — esbravejou Nichol.

            — E vou poupar mesmo — disse o mago. Ele estalou os dedos e um pergaminho apareceu em sua frente pairando no ar. Rarion escreveu algumas coisas, assinou, pegou o pergaminho e atirou em Nichol. — Pronto, aí está! Você está poupado de vinte anos de impostos e tributos! Sinta-se feliz, muita gente mataria por este documento! Agora, já que o próprio Rei Nichol VI ajoelhou-se ao meu poder, vou-me embora e deixo vocês todos aqui. Adeusinho! — falou sarcástico, e desfez-se em fumaça.

No mesmo instante, todas as pessoas começaram a pegar fogo. Era um fogo verde, sinistro e macabro. Nichol ainda teve tempo de segurar na mão de Lorraine, sua amada rainha. E então ela veio, fria e solitária, e nenhum dos nobres no salão teve como hesitar, afinal, ninguém escapa dela. Era a morte.

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