FELIPE
Estávamos no carro quando a Luiza me perguntou:
— O que tu queria conversar comigo?
— Tem uma coisa sobre a casa noturna que eu não te contei.
— O que?
— Eu acho que o tal Lobo matou ou mandou matar o Chefe.
— Por que tu acha isso?
— Porque ele me disse que faria, assim que eu tirasse você de lá.
— Ele morreu por minha causa?
— Não! Ele morreu porque estava traficando mulheres no estabelecimento do Lobo, sem o consentimento dele — falei enquanto parava no sinal vermelho. — E para falar a verdade, eu nem sei se ele realmente está morto. Ele me disse que só iria esperar eu tirar você de lá, e que no dia seguinte o Chefe seria um homem morto.
— Sendo muito sincera, eu não queria vê ninguém morto, mas não tem como dizer que eu sinto muito. Aquele cara é, ou era, não sei ainda, muito do mal.
— Verdade!
— A Nanda, uma das gurias que eu me aproximei, apanhou e ficou dois dias trancada em uma sala escura a pão e água por tentar fugir — falou aparentemente nervosa. — Poderia ser comigo