O telefone tremia nas mãos de Alex enquanto discava o número de Cora. O peito subia e descia com a respiração acelerada, a raiva e o desespero misturando-se em cada batida do seu coração. Não conseguia entender o porque sua mãe havia cruzado aquela linha, porque ela insistia naquela maldita ideia. Era tão difícil assim aceitar suas escolhas? Tão difícil assim aceitar que tinha um neto?Claire estava ao seu lado, os olhos arregalados e úmidos, segurando seu braço como se aquilo fosse impedir que ele desmoronasse.Ainda estavam na sala de segurança do resort, a equipe de segurança tentava encontrar novas informações sobre o carro, mas Alex tinha esperança de conseguir resolver aquilo com um telefonema.A ligação chamou uma vez. Duas. Três.Nada."Droga! Atende, atende!" Alex rosnou, os dedos apertando o celular com tanta força que parecia que o esmagaria.A quarta chamada começou, e ele já estava prestes a jogar o telefone contra a parede quando, enfim, a voz dela surgiu do outro lado
Alexander mal conseguia segurar o telefone nas mãos. Seus dedos estavam trêmulos, o peito subia e descia em respirações descompassadas, e sua mente girava entre o medo e a raiva. Sem perder mais tempo, discou rapidamente o número da polícia e levou o celular ao ouvido."Emergência, qual a sua ocorrência?""Meu filho foi sequestrado!", respondeu sem rodeios, sua voz cheia de desespero. "Precisamos de ajuda imediatamente."Claire estava ao seu lado, abraçando o próprio corpo, o rosto pálido e os olhos cheios de lágrimas. Não conseguia falar, apenas ouvia a conversa com o coração apertado, se sentia culpada, poderia perder seu filho por que insistiu em acreditar que podia vgiver aquele amor. "Senhor, preciso que me forneça detalhes. Onde aconteceu? Nome da criança? Alguma descrição do suspeito?"Alexander respirou fundo, tentando organizar os pensamentos. "O nome dele é Theo Blake, cinco anos, cabelos castanhos claros, olhos azuis. Ele estava na praia com a gente quando desapareceu. Con
Elanor caminhava de um lado para o outro no quarto luxuoso da mansão, pegando algumas roupas e jogando dentro da mala sem muita organização. Seus dedos voavam pelo celular enquanto digitavam uma mensagem para Sarah, de quem havia ficado bem mais proxima nos últimos dias."Vou para as Maldivas no jatinho. Claire e Alex precisam de ajuda. Quer vir comigo?"Ela enviou a mensagem e soltou um suspiro pesado. O ar no quarto parecia sufocante, mesmo com a temperatura agradável do ar-condicionado. O que sua mãe havia feito era inacreditável, até mesmo para os padrões de Cora. Sabia que tinha responsabilidade naquilo também, que ela mesmo alimentou as tendencias loucas da mãe no começo, mas agora percebia que estavam sendo loucas com todos aqueles planos para separar seu irmão de Claire a troco de nada. Se envergonhava muito de tudo o que havia feito.Enquanto esperava a resposta de Sarah, pegou um casaco leve e jogou sobre os ombros, sentindo a urgência queimando dentro de si. Não podia acred
O celular escorregava nas mãos suadas de Elanor enquanto ela andava de um lado pro outro no escritório da mansão. Os olhos estavam arregalados, o rosto sem cor, a cada segundo que passava, a ansiedade parecia apertar mais seu peito.Depois que Cora desligou, a primeira coisa que fez foi ligar para Sarah, não sabia o que fazer, estava desesperada. "Atende logo, Sarah... atende...", murmurava, com o telefone colado na orelha.Quando a chamada finalmente conectou, ela praticamente gritou:"Sarah?! Você tá onde? Pelo amor de Deus, diz que tá vindo!""Tô, tô chegando, Ella! Já tô quase chegando aí! O que tá acontecendo? Você tá me assustando! Eles deram notícias?""Minha mãe me ligou! Ela com certeza tá louca! Não sei o que pode acontecer, disse que todo mundo tinha traído ela e que vai resolver tudo… Tô desesperada.""Meu Deus...", a voz de Sarah veio baixa. "Eu tô chegando, tá? Fica calma.""O Alex ligou desesperado, a Claire tava chorando. E o Theo... meu Deus, o Theo... ele só tem cin
A estrada passava rápido pelos vidros do carro enquanto Alexander dirigia como se cada segundo fosse decisivo, e na verdade era mesmo. Claire, no banco do passageiro, olhava em volta com os olhos arregalados, tentando reconhecer qualquer pista, qualquer carro suspeito, seu coração estava disparado."Você viu alguma coisa?" Alex perguntou, apertando o volante com força."Não... nada ainda. Mas e se eles já tiverem passado daqui? E se a gente estiver indo na direção errada?""A polícia tá rastreando, Claire. Eles vão encontrar alguma coisa, mas a gente precisa continuar procurando. Eu não vou parar até achar nosso filho."Claire assentiu, mordendo o lábio. A tensão entre os dois era palpável, o silêncio só era quebrado pelo som do motor e das respirações aceleradas deles. Até que o celular de Alex começou a tocar."Atende!" ele disse de imediato, sem nem olhar para a tela, os olhos fixos na estrada.Claire pegou o telefone e colocou no viva-voz."Alô?""Alex? Claire? É a Elanor! Escutem
O calor do dia não parecia incomodar Cora nem um pouco enquanto ela caminhava rápido pela área restrita do aeroporto. Um boné preto escondia parte do rosto e os óculos escuros cobriam os olhos frios. Ela segurava Theo com força nos braços, abafando qualquer som que ele tentava fazer."Quieto! Fica quieto, seu pirralho!", rosnou entre os dentes, enquanto o menino se debatia, com lágrimas escorrendo pelo rosto."Eu quero minha mamaaaaa! Me solta! Eu quero meu papaaaaai!", Theo gritava, a voz embargada pelo choro.Cora apertou ainda mais o menino contra o peito. "Se você não calar essa boca, eu juro que faço você se arrepender. Ninguém vai te ouvir aqui, entendeu? Ninguém!"Ela olhou em volta, tensa, mas segura. Aquele caminho pelos fundos, entre hangares e carros de manutenção, era pouco movimentado. O jatinho particular da família Blake já estava ali, reluzente sob o sol, com a escada aberta e o motor ligado, tudo estava pronto."Vamos embora daqui. Pra bem longe. E ninguém nunca mais
Ela ria. Um riso completamente desconectado da realidade. "Vocês acham que eu sou burra? Acham que eu não sei o que vai acontecer se eu soltar ele? Vão me prender! Vão me jogar numa cela! Eu não vou deixar isso acontecer!""Você não precisa fugir, mãe!", Alexander insistiu, com a voz alta. "Mas se fizer alguma coisa com o meu filho, eu juro por Deus que você vai pagar!"Theo gritava agora. "Não quero ir com ela, papai!”Claire caiu de joelhos, chorando, com as mãos pra cima. "Cora, olha pra mim... por favor... é uma criança, Cora. Você sabe disso. Ele não tem culpa de nada. Você não precisa fazer isso. Olha o estado que você tá... por favor... solta ele."As viaturas aumentavam ao redor. Mais policiais, mais tensão.Cora tremia, segurando a arma firmemente..Theo chorava ainda mais.E o tempo parecia congelar.O tempo parecia preso num looping estranho, onde tudo acontecia rápido demais e ao mesmo tempo se arrastava. O som das sirenes havia parado, mas a voz do policial ecoava pelo me
O som do disparo ainda pairava no ar quando Cora caiu de joelhos, o corpo tremendo antes de desabar nos degraus da escada. Sangue escorria de seu peito, manchando o tecido elegante do blazer, agora tingido de vermelho vivo. O grito de Theo cortou o silêncio como uma lâmina.“Mamãeee!”O garotinho se soltou dos braços da avó, que agora não tinha forças para segurá-lo, e correu o mais rápido que suas perninhas permitiam, soluçando alto. Claire abriu os braços, o coração batendo tão forte que parecia querer escapar do peito. Quando o filho se jogou contra ela, Claire o envolveu em um abraço apertado, afundando o rosto nos cabelos bagunçados de Theo, aliviada por ter seu menininho nos braços novamente.“Meu amor… meu bebê… tá tudo bem, mamãe tá aqui…” sussurrou, as lágrimas escorrendo livremente enquanto ela o apertava contra si.“Eu fiquei com medo, mamãe… ela ia me levar… Por que a vovó fez isso com Theo?” Theo soluçava, agarrado ao pescoço dela como se nunca mais fosse soltar.“Eu sei