Assim que me sento na minha mesa, ponho-me a verificar o meu portátil, hoje trouxe-o comigo, costumo fazê-lo alguns dias. Eu não escrevo há muito tempo; eu tive os momentos mais terríveis, uma montanha-russa da qual eu não desço. Releio o rascunho tantas vezes que meus olhos queimam, afundo nas linhas e entendo mais, não quero continuar com isso, é estúpido.
- O que fazes?
Levantou os olhos de repente.
Michael e suas aparições esporádicas um dia destes vai me matar de susto. Eu levo uma palma ao meu peito e o matei com o olhar. Ele sorri como se nada, curvando-se na minha mesa.
- Porque é que és tão odiosa? - inquire.
- Porque és um idiota, Michael. Todas essas semanas eu evito e rejeito você, mas você continua com a mesma coisa. Tenha um pouco de dignidade.
- Dignidade? Olha quem fala de dignidade-emite com zombaria e volta a erguer-se, não entendo sua atitude zombeteira.
- Deixa-me trabalhar.
- Sabes o que quero dizer, Aryanna. Eu vejo isso em seus olhos, Eu não sou o único