Ninguém além de mim
Ninguém além de mim
Por: João Santos
Capítulo 0001
Assim que a festa terminou, Sílvia Nunes foi buscar Marcos.

Assim que abriu a porta do quarto particular, encontrou uma jovem.

A menina era branca, com olhos brilhantes e dentes brancos, e tinha uma aparência amável.

Sílvia se lembrou dela, a nova estagiária da Secretaria, Juliana Simões.

Juliana olhou para cima e viu Sílvia, um pânico momentâneo passou por seu rosto e ela disse baixa: - Sílvia.

Sílvia havia acabado de chegar e ainda estava acompanhada por algum ar frio. Era uma mulher bonita e parecia distante, porque não sorria com frequência.

Ela acenou com a cabeça levemente e passou os olhos pela sala antes de voltar para Juliana, perguntou com a voz fria: - Onde está Marcos Correia?

Ao ouvir o nome de Marcos, Juliana ficou visivelmente um pouco nervosa.

Ela levantou a cabeça com nervosidade e olhou novamente para Sílvia, disse com a voz tão fina e suave que quase estava encobridora pelo som da cabine: - O Pr. Correia foi buscar uma bebida para mim.

As sobrancelhas de Sílvia se contraíram e ela olhou para Juliana com mais atenção.

Em todos os anos em que tinha seguido Marcos, ela nunca pediu a ele para que fizesse algo por ela.

No mês passado, Sílvia teve uma entorse no pulso esquerdo depois de um acidente de viação enquanto dirigia, e ficou desconveniente para fazer qualquer coisa, mas Marcos nem lhe deu um copo de água naquele tempo.

Juliana ficou ainda mais nervosa com o olhar de Sílvia e agarrou a ponta do casaco, disse com nervosidade: - O Pr. Correia deve voltar logo.

Sílvia não disse nada.

Ela havia ido à Cidade H para uma reunião improvisada na semana passada e estava de volta a tempo para o jantar da Família Correia hoje.

Marcos não tinha boas relações com a família, então Sílvia sempre ia a jantares familiares como esse em seu lugar.

As duas na porta chamaram a atenção dos outros na sala, as luzes estavam fracas e as pessoas não viram o rosto de Sílvia.

Eles disseram a Juliana: - Sec. Simões, seu Pr. Correia já saiu há pouco, já está na porta e espera por ele?

A voz estava alta o suficiente para que Sílvia a ouvisse claramente.

Juliana retesou e explicou: - Sílvia, eles só estavam brincando, o Pr. Correia me levou pela primeira vez a aqui, então ela cuidou um pouco de mim.

Não sabia se Juliana estava mentindo ou não, mas as pessoas que podiam aparecer nesta sala eram todos os amigos de Marcos.

Sílvia ergueu os olhos para olhar para o homem que falou.

Só de ouvir as piadas em seu tom de voz, percebeu o quanto ele conhecia e aceitava Juliana.

A primeira vez que Marcos levou Sílvia para se reunir com essas pessoas, ela não foi tratada tão bem e foi jogada de lado, ficando sozinha por muito tempo.

Os jovens ricos da Cidade J sempre desprezavam as pessoas, se Marcos não tivesse explicado com eles, como eles podiam ser tão amigáveis com Juliana?

Sílvia, inevitavelmente, riu de si mesma, ela estava com Marcos havia tantos anos, mas nunca recebeu tantas bênçãos quanto Juliana, uma estagiária.

Ela desviou o olhar e decidiu esperar por Marcos no estacionamento.

Assim que se virou, viu Marcos se aproximando à distância.

Alguns botões da camisa preta dele estavam abertos e as mangas estavam puxadas até os cotovelos, revelando a linha perfeita de seus braços.

Na atmosfera confusa do bar, ele mostrava um ar inabalável de pureza e nobreza.

A única coisa incongruente era provavelmente a caixa de leite puro que ele carregava na mão.

A sensação de incongruência era forte.

Os olhos de Sílvia caíram sobre a caixa de leite, depois seguiram-na até Juliana.

Ela ouviu a voz clara de Marcos, - O que você está fazendo aqui fora? Eu não lhe disse para brincar um pouco com eles?

Juliana aceitou o leite, sussurrou com as orelhas tingidas de rosa: - Eu queria ir ao banheiro, e encontrei com Sílvia.

Marcos aparentou vir Sílvia até agora e rapidamente se voltou para Juliana e entregou-a um doce de leite, - Eu peguei quando comprei o leite.

Juliana ficou surpresa e pegou o doce.

Só então Marcos teve tempo de perguntar a Sílvia: -Você veio de carro?

Sílvia queria dizer: - Não foi você que me pediu para se buscar?

Mas engoliu as palavras e acenou com a cabeça.

- Leve Juliana de volta primeiro.

*

A casa de Juliana ficava nos apartamentos de jovens no norte da cidade, era completamente diferente do bairro de classe alta onde Sílvia e Marcos moravam.

Sílvia teve de dirigir até a metade da cidade, e ela estava cansada quando dirigia depois de voltar de sua viagem de negócios.

Mas Marcos voltou para casa com ela e ela entendeu o que isso significava.

Apesar de morar no mesmo prédio, Marcos nunca entrava na casa de Sílvia quando não tinha necessidade sexual.

Quando sua cintura fina foi envolvida por trás, Sílvia olhou para baixo e viu os ossos finos do carpo dos pulsos de Marcos e os seus dedos longos bonitos.

...

A voz de Sílvia estava rouca depois de fazer sexo, e ela olhou para Marcos, que acabou de tomar banho e estava se trocando.

Ele nunca passava a noite na casa dela.

Foi por isso que Marcos comprou uma casa para Sílvia.

Sílvia estreitou os olhos preguiçosamente, - Você tem interesse naquela estagiária?

Marcos disse levemente: - Ela é uma boa menina.

Sílvia bufou.

Havia muitas boas meninas, e nunca o viu se interessar por nenhuma delas.

Os olhos dela se moveram para o músculo do abdome de Marcos, e ela disse em uma voz brincalhona, - Se ela era tão boa, por que você ainda não a apeteceu por tanto tempo?

Os movimentos de Marcos pararam, seus olhos escuros olharam para Sílvia por um momento antes de ele franzir a testa lentamente.

- Boa demais para se apetecer.

O sorriso no rosto de Sílvia congelou lentamente.

Oh, não era que Marcos não tivesse coragem, era que ele não queria.
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