A ex do meu noivo apareceu na nossa cerimônia de acasalamento com uma criança pela mão e interrompendo tudo. Meu noivo escolheu me abandonar e marcar a ex no lugar. Mas quando descobriu que eu me vinculei ao meu amigo de infância, um Alfa, ele simplesmente perdeu o controle.
Sou a curandeira-chefe da Alcateia Silvermoon, com um salário de cem mil dólares por mês. Já Marcus, meu noivo, era apenas um guerreiro comum, cuja renda mal alcançava mil. Além de bancar quase todas as nossas despesas, casa, carro e custos diários. — Eu ainda ajudava a sustentar os pais aposentados dele. Mas, achando que estávamos prestes a nos tornar companheiros, nunca me importei com esses sacrifícios.
Foi então que, no meio da nossa cerimônia de acasalamento, um garotinho de cabelos castanhos tropeçou e entrou correndo, interrompendo todo o ritual. Ele se agarrou à perna de Marcus e disse, com aquela vozinha doce de criança:
— Papai!
Achei que fosse algum tipo de armação. Mas, ao ver a mãe do menino, o rosto de Marcus empalideceu. Em seguida, surgiu uma expressão que eu jamais tinha visto antes, pura adoração, enquanto ele pegava o garoto no colo.
Serena era sua ex. Quando Marcus entrou em crise financeira, foi Serena quem o abandonou. Fui eu quem o ajudou a pagar todas as dívidas.
Ele tentou me explicar:
— Serena foi para os territórios do oeste. Só voltou agora. Eu não fazia ideia de que ela estava grávida. O menino já tem sete anos.
Enquanto eu permanecia imóvel, chocada, Serena se aproximou.
Meu noivo entrelaçou os dedos aos dela, com um olhar completamente encantado.
Perguntei com calma:
— E agora?
Ele respondeu:
— Serena acabou de voltar para a Alcateia Silvermoon. Uma Ômega solteira com uma criança vai enfrentar fofocas e julgamentos do bando. Preciso dar um status oficial a eles, para que o filhote tenha seu lugar garantido aqui.
Fez uma pausa e continuou:
— Vamos cancelar a cerimônia. Preciso marcar Serena primeiro e criar a criança com ela.
E ainda tentou me consolar:
— Não se preocupe. Mesmo marcando Serena, meu coração ainda é seu. Estou tratando a ela como família. Ficar com ela é só uma forma de cumprir meu dever como pai.
— Afinal, a criança é inocente. Se não tiver uma família completa, vai sofrer hostilidade e bullying dos colegas. Isso seria cruel demais. Não quero que ele tenha traumas de infância.
— Quando ele for maior, quando mãe e filho já estiverem estabelecidos na alcateia, posso quebrar o vínculo de companheiros com Serena e ficar com você de novo. Prometo lhe dar uma cerimônia ainda mais grandiosa.
Depois de dizer isso, ele e Serena começaram a se marcar ali mesmo, no local da cerimônia que eu havia passado um ano inteiro planejando e decorando com tanto cuidado. E ainda começaram a se beijar, como se eu nem estivesse ali.
Todos os meus convidados eram membros importantes da Alcateia Silvermoon. Considerando minha posição e contribuições como curandeira-chefe, até o Alfa e a Luna aceitaram o convite para presenciar meu ritual de acasalamento. Agora tudo estava destruído.
Acalmei os convidados e contornei o caos com a serenidade de quem já estava além da dor. Em seguida, peguei o celular e liguei para Dominic, meu amigo de infância, e Alfa.
— A cerimônia está pronta, só falta o protagonista. Você viria me marcar?
— Minha curandeira favorita... Estou te perseguindo há dez anos. Por que aceitou agora, tão de repente? Estou nos territórios do norte resolvendo conflitos de alcateia... — Respondeu Dominic, com uma voz confusa e aflita do outro lado da linha.
Hesitei por um instante.
— Ah, então deixa pra lá.
Dominic, que até então parecia calmo e racional, entrou em pânico:
— Espera! Não desliga! Eu chego aí em uma hora.