Capítulo Um: Um arranjo do destino

Capítulo Um

Um arranjo do destino

Dez anos se passaram sem os laços de amizade que os mantinham juntos se afrouxarem. Na verdade, com o terrível acidente, eles se apertaram mais e qualquer um daquele grupo diria que tinha os sete melhores amigos do mundo inteiro.

O medo os acompanhou. E a loucura beirou cada um deles, mas foram Raquel e Arthur os que mais sofreram. Arthur, aos poucos, se curou da culpa de ter levado a todos para aquele lugar e ter tido a ideia daquela brincadeira idiota. Raquel, por outro lado, sofreu muito mais que os outros por ter sido o seu irmão e porque ele só estivera com eles àquele dia porque tinha que cuidar dela. A garota ainda tinha medo de qualquer coisa e passara por momentos complicados na adolescência, mas eles nunca a haviam abandonado. Ela era fazia acompanhamento com profissionais e Luís começara a cursar a psicologia para poder ajudá-la.

Fato que os oito eram quatro casais. Toda e qualquer pessoa podia enxergar isso — menos eles próprios, era claro. Enrolando desde que aprenderam o que era um namoro de verdade, covardes demais para falar um para o outro, beijando-se quando bebiam e fazendo com que o dia seguinte fosse o mais constrangedor possível... E, no fim, tudo voltava ao inicial.

Mas, naquela viagem, Léa estava determinada a mudar isso com Arthur. Estava suando nervosamente, enquanto via o carro prateado fazer uma curva fechada, dando a ela a visão dos outros três carros atrás deles, aonde seus amigos estavam.

Aquela viagem à casa de campo de Arthur foi uma ideia da mãe de Raquel. A garota estivera tendo mais problemas que o normal com a aproximação do aniversário de dez anos da morte do irmão, então eles acharam que ia ser bom para ela, e para todos eles, estarem juntos naquele momento.

A garota olhou para trás e encarou o carro abarrotado de malas. Por que ela levava tudo aquilo mesmo?

— O que foi? — Arthur perguntou, olhando para ela com um sorriso.

Era agora. Ela tinha que usas esse momento para serpentear a conversa para o rumo que ela queria. Mas, contrariando tudo que as amigas lhe falaram, apenas negou com a cabeça, fazendo o sorriso do garoto aumentar. Ela não entendeu o porquê.

Você tem que deixar ele com ciúmes. A voz de Catarina soou em sua cabeça.

Por que eu deveria ouvir você? Você está tão mal quanto eu! E riu ao se lembrar que a garota havia colocado a língua para fora para provocá-la.

Por via das dúvidas, resolveu tentar.

— Estou pensando se eu vou conhecer alguém legal nessa viagem — murmurou. Olhou para ele de rabo de olho esperando alguma reação, mas, se ele a teve, escondeu.

— ... Alguém legal? — Repetiu em tom de pergunta.

A garota respirou fundo. Agora ela já tinha começado, certo?

— É... Sabe? — Ela se embolou. — Um garoto...

Ela mordeu o lábio inferior, esperando conseguir o que queria. Arthur franziu uma das sobrancelhas e olhou para ela, deixando de encarar a estrada por alguns milésimos de segundo.

— Um garoto? — A voz dele soou uma oitava mais alta.

Ela sorriu internamente, tentando conter a felicidade e não transpassar para o rosto.

— É... Eu ando cansando de ficar sozinha — Deu de ombros para enfatizar o que dizia. Suspirou e encostou a cabeça no vidro da janela do carro.

— Eu achei que você já conhecesse todos os garotos que deveria conhecer... — murmurou, meio exasperado.

Ela riu. Desencostou a cabeça da janela e olhou para ele. Arthur tinha as mãos apertando o volante e a cara amarrada de quem não estava gostando nem um pouco da conversa, mas que tinha que continuá-la para impedir algum erro fatal.

— Quem, por exemplo? — Ela disse.

A resposta veio com mais rapidez que o necessário.

— E...Eu! — Quase gritou.

E não era que a Catarina estava certa?

— Não é exatamente a mesma coisa... — Ela sorriu de lado, sem se conter.

O garoto parecia prestes a soltar fogo pelo nariz.

— Por quê? — Foi o que ele conseguiu dizer.

E o sorriso dela se alargou.

— Bom, primeiro, você não... Hum... Me beija! — Ela soltou sem pensar, realmente, no que estava dizendo.

— Eu poderia te beijar, se você quisesse! — E os dedos dele se apertaram com mais força no volante.

— Então por que não beija? — Ela disse, em reflexo.

E o fervor da vergonha a fez corar e ela arregalou os olhos, voltando a olhar pela janela. Ele apenas deu uma risadinha baixa e freou o carro em frente a uma casa imponente, um pouco afastada da cidade, saindo do carro, batendo a porta com força. A garota balançou a cabeça para sair do transe e pegou sua mochila de coisas essenciais e o seguiu até o hall, olhando para trás e não encontrando nenhum sinal dos carros dos amigos. Deu de ombros, apenas. Arthur havia acelerado demais quando ela o provocara.

Entrou na casa, encarando a escada a sua frente. As pequenas malas que Arthur havia carregado para dentro estavam no pé dela. Deu de ombros, não tendo o garoto a vista e resolveu subir para escolher o melhor quarto para si primeiro, antes que o pessoal chegasse e começasse a guerra.

Ela mal chegou ao segundo degrau.

Espera! — A voz de Arthur surgiu do além e então ele apareceu, vindo da esquerda e parou decidido, os dois degraus abaixo dela.

— O que foi? — Ela perguntou, rabugenta apenas por ter falado mais do que devia minutos antes.

O sorriso dele quase a derrubou no chão. Foi um sorriso que ele nunca havia dado a ela... Era irresistível, charmoso, tentador e conquistador. Ela apenas esperou o que viria a seguir, com o estômago revirando de sensações que não saberia descrever.

— Seu quarto é o segundo a direita — sussurrou, subindo um degrau, o rosto dele ficando da altura do dela. — É em frente ao meu — aproximou o rosto do dela e capturou os seus lábios por milésimos de segundos. — Não quero você saindo à noite para se encontrar com garotos legais que te beijam.

Os lábios vieram mais fortes aos dela e ela quase caiu para trás, então resolveu passar os dedos pelo cabelo do rapaz e arranhou sua nuca levemente. Ele sorriu, entre beijos, e aprofundou mais ainda o que já era intenso, apertando a cintura da garota e trazendo-a mais para a perto dele. Ela arfou mais forte e ele encerrou o beijo, mordiscando o lábio inferior. E ficou apenas encarando a face abobalhada dela com um sorriso que era dividido entre se gabar e se admirar.

— Eu acho... — sussurrou, abrindo os olhos devagar e encarando o sorriso duvidoso e idiota dele, e este se refletiu em sua face. Ela dedilhou a mão da nuca até a bochecha dele, fazendo-o se demorar mais no piscar, deliciado. — Eu acho que eu não preciso mais encontrar garotos legais que me beijam — quase soprou, entorpecida com a volta do ar aos pulmões. — Eu já achei um.

O sorriso dele se alargou.

— É — concordou. — Segundo a direita — repetiu.

Ela riu e ele desfez o abraço dela e apontou para a escada. E ela subiu, ouvindo a porta de entrada se abrir e a zoeira dos seus amigos entrando na casa. Estava feliz, havia conseguido sua meta para essas férias.

— Que cara é essa, Arthur? — Fabrício perguntou.

O garoto só riu e deu de ombros, pegando as malas que ele tinha abandonado ao pé da escada e subiu, deixando os outros sem entender.

— Eu hein, que maluco — Catarina soltou. — Alguém viu o Pedro e a Belinda?

Os outros deram de ombros, sem saber o que responder.

— Devem ter se perdido — Fabrício murmurou.

Luís riu abafado, mas negou rapidamente.

— Eles estavam bem atrás da gente, devem estar chegando — disse.

Fabrício abanou o ar.

— Que seja. Vamos subir? — Perguntou.

Catarina, prontamente, foi até suas malas e estava a recolhê-las.

— Nós vamos dar uma passada na cozinha — Luís disse, o braço displicentemente por cima dos ombros de Raquel, mais como proteção que qualquer outra coisa. — Vamos aproveitar e ligar para os dois retardados desaparecidos e saber o que aconteceu.

Fabrício levantou o polegar, indicando que estava tudo bem.

— Okay — respondeu. Pegou as malas que Catarina carregava (enquanto ela tentava resmungar com ele que podia fazer isso sozinha) e empurrou-a para subir as escadas na frente dele, para ampará-la se ela tropeçasse nos próprios pés.

E então, os dois pararam ao topo, admirados com a cena que viam. Era fato que eles já tinham visto cenas parecidas, mas devido às circunstancias de sobriedade, era quase impossível. Começaram a achar que estavam bêbados e não estavam vendo direito. Não era exatamente todo dia que se via dois de seus amigos se beijando no corredor de casa. E sóbrios, só para reforçar.

— Ei, Arthur! — Fabrício gritou, tampando os olhos de Catarina. — Tem criança aqui, sabia?

O barulho de uma tapa fora ouvido enquanto Catarina tentava se desvencilhar dos braços de Fabrício, que impediam a sua visão. Arthur não fez menção de encerrar o beijo, mas tirou o braço da cintura da garota e esticou em direção ao amigo, levantando apenas o dedo do meio, arrancando risadas quando Fabrício finalmente soltara Catarina e ela vira.

Envergonhada com as risadas, Léa encerrou o beijo e escondeu o rosto no peito de Arthur, que riu, abaixando o braço e a abraçou-a mais apertado, o que ela correspondeu com vigor.

— Porra, cara — Arthur reclamou. — Meio século pra acontecer isso e você ainda me interrompe? — Disse. Léa resmungou e tentou esconder mais ainda o rosto, com vergonha.

— Desculpa, eu só me assustei — Fabrício riu. — Mas, nossa, hein?

Arthur gargalhou com a expressão que Léa soltou. Ela parecia querer cavar um buraco para se esconder, o que não seria tecnicamente possível visto que eles estavam no segundo andar, mas era realmente o que ela queria.

— Viado — Arthur reclamou, mais pela timidez que havia provocado na garota que pelas declarações do amigo. — Desculpa, Catarina, mas quando for a sua vez, vou me vingar.

A pequena garota corou, ficando mais vermelha que os cabelos ruivos em dia de sol, mas, como sempre, preferia se fazer de desentendida quando o assunto era Fabrício.

— Minha vez que quê, Arthur? — Ela perguntou. — Você está louco?

O garoto riu com gosto e o rumo da conversa deu segurança suficiente para Léa parar de se esconder e falar.

— Sua vez de testar sua teoria, é claro — Léa falou.

Catarina arregalou os olhos.

— Deu certo? — Ela perguntou.

Léa confirmou com a cabeça. Arthur e Fabrício encaravam-nas, sem entender nada.

— Do que vocês estão falando? — Arthur perguntou.

Léa negou com a cabeça.

— Depois eu te explico, tá bom? — Sussurrou para ele.

Ele deu um sorriso e lhe deu um selinho rápido, arrancando risadinhas inconvenientes de Catarina e Fabrício que fizeram Léa corar e se esconder de novo. Arthur apenas riu e levantou a cabeça, vendo mais um casal surgir por detrás dos amigos.

— Aí está mais um que já passou do ponto! — Arthur disse.

Léa levantou o rosto para olhar e cutucou Arthur, repreendendo-o.

— Passamos do ponto pra quê? — Luís perguntou.

Ele estava com o braço em volta da cintura de Raquel, mas não era bem uma demonstração de carinho, era mais uma proteção para a garota. Como se ela precisasse constantemente que ele interviesse por ela.

— O Arthur acha que só porque ele e a Léa estão juntos, todo mundo tem que ficar — Fabrício revirou os olhos.

Arthur gargalhou.

— Mas os dois parecem tão mais um casal, olhe pra eles — Arthur apontou, Léa lhe deu um soco. — Ai, que foi, garota? Eles deviam ficar juntos, sério.

— Ah — Raquel disse. Ela olhou para cima, encarando Luís como se a resposta dele valesse mais que a dela própria.

Luís apertou o abraço da garota e sorriu.

— Nós dois não estamos prontos pra isso, certo? — Ele murmurou. A garota, meio decepcionada, concordou com a cabeça. — Bom, nós vamos escolher um quarto.

Fabrício e Catarina se entreolharam e saíram correndo na frente (e se batendo) para pegar o melhor quarto antes dos outros. Luís e Raquel nem se abalaram, continuaram seguindo tranquilamente pelo corredor.

— E você, mocinha? — Arthur riu, beijando a pontinha do nariz da garota. — Tem que parar de ficar envergonhada quando eu beijar você — ela sorriu, as bochechas ganhando cor novamente. — É sério — ele riu do tom de rosa que ela estava.

— Eu só tenho que me acostumar com isso — disse.

Ele deu um lindo sorriso de canto de lábio que a fez suspirar levemente.

— Você vai ter um bom tempo pra se acostumar — Foi o que ele disse antes de grudar os lábios nos dela, urgentes, enquanto suas mãos avançavam perigosamente pelo corpo da garota.

— Eita! Arrumem um quarto! — A voz de Pedro encheu a casa, forte como um trovão, enquanto Belinda, ao seu lado, só fazia rir.

— Arrumem um vocês — Arthur disse. — Todos já têm um quarto, só vocês retardados que não. O que estavam fazendo que demoraram tanto, hein?

A suspeita estava nítida na voz do garoto e isso fez Belinda ficar rosada e Pedro sorrir, safado.

— Nada do que eu gostaria — Ele disse.

Belinda ficou mais vermelha ainda.

— Ahn... Er... — Ela deu dois passos incertos — Vou ver que quarto sobrou para mim.

Ela saiu de fininho e Pedro apenas ajeitou o cabelo antes de segui-la com as malas.

Arthur acompanhou os dois com o olhar, até que eles entrassem em seus respectivos quartos. E quando aconteceu, ele abriu um sorriso imenso.

— Enfim sós — disse.

Léa cerrou os olhos para ele e o empurrou levemente com as mãos.

— Acho melhor a gente ir assistir TV, senhor-eu-quero-tirar-o-atraso-de-dezoito-anos-com-você.

Ela o ouviu bufar impacientemente atrás dela e isso a fez rir.

Meia hora depois, estavam todos na sala, assistindo TV. Fabrício estava inquieto e foi ele que quebrou o silencio sepulcral entre os amigos. Mas o que ele disse foi tão absurdo que todos eles o olharam abismados com a atrocidade.

— Vamos jogar uma rodada de verdade ou consequência? — Ele perguntou.

Pouco faltou para alguém pegar o telefone e ligar para o manicômio.

— Uma rodada, Fabrício? — Catarina perguntou, colocando a mão na testa do garoto para ver se ele estava com febre. — Ele parece bem, gente.

Fabrício empurrou a mão dela rindo.

— Ah, gente, a gente pega um azarado e depois sai, que tal? — Ele disse, e olhou ameaçadoramente pra Arthur e Léa, então o resto dos amigos entendeu.

Arthur revirou os olhos.

— Ta, né? — Belinda disse, se aproximando e sentando no chão.

Os oito formaram uma roda torta e Fabrício roubou o chinelo de Arthur (Depois de uma briga de tapas entre os dois) para girar no meio. Fabrício, então, se posicionou pronto para fazer com que o chinelo pouco girasse e entregasse o casal nas mãos dele.

— Espera — Belinda pediu — A frente pergunta e atrás responde? — Fabrício concordou — Eu giro, você é muito lerdo!

Belinda deu um tapa nas mãos do garoto e, antes que ele pudesse pegar de volta, ela girou. Fabrício tentou disfarçar a cara de desesperado, mas o chinelo quase parou na posição que ele queria.

Na verdade, mais meia volta e seria perfeito. Deu que Léa perguntaria para Catarina.

Arthur riu e sussurrou algo no ouvido de Léa que também riu e concordou. A garota olhou pra Catarina e depois olhou de rabo-de-olho pra Fabrício, fazendo-a ficar assustada.

— Verdade ou consequência? — Léa perguntou, a ameaça entoando na voz.

Catarina respirou fundo. Se pedisse verdade, Léa perguntaria se ela era apaixonada por Fabrício e ela teria que dizer a verdade. Se pedisse consequência, ela mandaria beija-lo, mas não se comprometeria com nada.

— Consequência — a garota disse, certa de que era a melhor escolha.

Arthur sorriu e sussurrou mais alguma coisa no ouvido de Léa, que o olhou, revoltada.

— Quem o seu chinelo escolheu, eu ou você? — Ela soltou. Os outros amigos fizeram coro de ‘uuuuhhh’. — Então, Catarina... — Catarina fechou os olhos, fazendo a garota rir — Ah, uma bem fácil pra você, tá bom? Que tal você de declarar para o... — Léa olhou em volta como se fosse escolher alguém aleatório. — Fabrício — apontou para o garoto.

Foi fácil ler nos lábios de Catarina a frase vou matar você.

Arthur gargalhou e se recostou nas pernas do sofá, recolhendo o chinelo com o pé. Fabrício e Catarina estavam corados.

— Bom... — Catarina começou olhando pra baixo.

— Nã-nã — Léa interrompeu-a. — Melhor olhar pra ele. — Catarina lançou-a um olhar mortal. — Ah, vamos, será fácil. Você tem as palavras dentro de você.

Arthur riu e segurou Léa, tampando sua boca.

— Você não quer morrer, certo? — Ele perguntou para ela.

Raquel deu um pulo, quase que como não estivesse prestando atenção antes e sorriu no abraço de Luís, olhando para a vergonha de Catarina.

Catarina virou o corpo pra Fabrício e levantou os olhos, envergonhada. Fabrício sorriu e pegou as mãos dela, entrelaçando nas dele.

— Tá tudo bem — sussurrou.

Ela concordou com a cabeça.

— Eu não sei quando me apaixonei por você. Eu não sei se foram seus olhos ou se foi o modo que seu cabelo fica quando o vento bate ou suas bochechas quando você sai no frio... Eu só sei que foi uma coisa que aconteceu e que eu não tive como negar — suspirou fundo e fechou os olhos pra não ver o sorriso deliciado dele. — Então a gente foi crescendo e... Eu fui ficando com ciúmes das outras garotas com quem você ficava e... Bom, é isso — corou e sussurrou. — Eu amo você.

O garoto olhava completamente admirado para ela. Eles não viam mais ninguém a volta deles — e realmente não tinha, porque os amigos foram saindo de fininho e se esconderam próximos ao hall, onde podiam ouvir e ver sem serem vistos.

— Se... Eu te fizer uma pergunta, você não mente pra mim? — O garoto perguntou, pausadamente. Catarina concordou com a cabeça, vermelha demais para fazer qualquer outra coisa. — Isso que você disse... É verdade?

A garota olhou para longe dos olhos dele, vendo que a sala estava vazia, as bochechas corando mais do que já estavam.

— É — sussurrou.

O garoto mordeu o lábio, tentando conter a explosão que estava tendo dentro dele.

— Catarina? — Chamou.

— Que é? — A garota estava de mau-humor agora. Ele iria magoá-la e era tudo culpa de Léa. Maldita, ela iria se vingar.

— Você pode olhar pra mim, por favor? — Pediu. Ela suspirou fundo e olhou para ele e, então, o garoto sorriu — A recíproca é verdadeira. — Foi o que ele disse antes de grudar os lábios no dela, assustando-a.

Mas antes que eles pudessem aproveitar, um cheiro horrível invadiu o ambiente.

— Minha forra nunca foi tão rápida — Arthur disse, sacudindo a meia de Pedro entre os dois.

— Eca! — Os dois pularam para longe da meia (e um para longe do outro), enojados, arrancando risadas dos amigos.

Arthur rolou no chão de rir e Fabrício quase foi matá-lo, mas Léa, rindo um pouco menos, arrastou-o para longe deles.

— Então! — Luís pediu atenção, por cima das risadas — Vocês vão à cidade ou não?

— Eu não vou — Arthur disse, passando o braço pelo ombro de Léa. — E a Léa vai ficar comigo, né?

A garota revirou os olhos, mas concordou.

— Bom, a gente tem que ir à farmácia — Luís disse, apontando para si e Raquel — então decidam se vão ou não.

Pedro deu de ombros e empurrou Belinda porta afora, atrás de Luís e Raquel. Fabrício, sem jeito, entrelaçou sua mão na de Catarina e acabaram por seguir os quatro.

Arthur sorriu malicioso pra Léa quando a porta se fechou, deixando-os sozinhos. Ela o ignorou e mudou os canais da TV.

— Larga isso — pediu, tentando beijar o pescoço da garota pra fazê-la se render.

Ela estremeceu e o braço que segurava o controle afrouxou um pouco, mas ela estava tentando resistir.

— Arthur, eu não quero transar com você, ok? — Ela foi direta. Ele parou o que estava fazendo e se afastou, arqueando a sobrancelha.

— E quem falou em sexo? — Ele perguntou, rindo, antes de grudar os lábios nos dela.

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