Adrielle Hale
— Adie… — Os olhos azuis me encaram buscando por algum indício de que tudo está bem.
Mas não estou bem.
Seus braços ainda me envolvem, me prendendo a ele como se eu fosse escapar a qualquer momento. E realmente quero escapar. Permaneço em silêncio. O quarto - o ambiente ao nosso redor - está mudo, silenciado pela tensão assustadora que toma conta de nós. Meus lábios tremem e eu ainda não consigo controlar minha respiração. Não consigo controlar as lágrimas.
— Adie… me desculpe. Eu sinto muito. Por favor… — Seu tom é sutil, leve. Mas sinto a sua preocupação explicita em sua voz. — Eu não deveria gritar com você, isso não é culpa sua.
— Não gosto que grite comigo, Pedro. — Minha voz é chorosa. — Isso me leva a reviver tudo outra vez.
Sua mão acaricia minha bochecha, como se tentasse demonstrar que tudo está bem.
— Me perdoe por gritar. Por favor. — Sua voz é falha, como se ele também se desse conta de como me destrói viver isso outra vez. — Eu disse que seria um amor