Pedro Hernandez
Abby caminha e para ao lado de Adrielle, sem sequer mover seus olhos para mim. Sinto que minha filha tem uma enorme carga de medo direcionada a mim, como se eu fosse machucá-la a qualquer momento. Respiro fundo, levando a mão ao peito. O incomodo ainda está aqui, apertando meu peito como uma corda comprida e bem amarrada. Imagino que seja decorrência da ansiedade, meu corpo parece que vai perecer a qualquer instante, como alguém que perde a força e cai no chão.
— Vamos para casa? — Adrielle mantém um tom manso enquanto fala com Abby.
Seu tom é cuidadoso, como seus olhos mostram. Abby alterna seus olhos azuis em minha direção, arregalados e assustados. Pressiono os lábios em um sorriso reconfortante, mas ela não devolve. Seus olhos voltam a focar na mãe.
— Aham… — Fala, em um murmúrio. — Tchau, doutora Angela.
— Tchau, Abby. — Angela a responde, com um pequeno sorriso e um aceno.
— Obrigada por não a recusar. — A voz de Adrielle carrega honestidade.
— Nenhum psico