Meu Reino Em Suas Mãos
Meu Reino Em Suas Mãos
Por: Mya Candelabro
Reino De Asborj

Noruega, 845 D.C

Reino de Ásbjorn, um dos  poucos poderosos Rei Viking a resistir ás intensas tomadas de bens pela guerra sanguinária. Sua região, muito produtiva na pesca, madeira e na confecção de armas, foi o maior fornecedor de adagas, espadas, escudos, capacete. Suas mulheres trabalhavam na confecção de artesanatos feitos com palha, barro. Essas mulheres eram muito boas artesãs. Elim, sua esposa, foi uma das últimas Elfas vivendo no meio de humanos. Ela tinha aproximadamente 135 anos com aparência jovial; sendo uma característica primordial: sua longevidade.

A elfa  Elim, abdicou da imortalidade por amor ao humano, Ásbjorn. Sua beleza era incomum; sua pele era clara e os longos cabelos brancos caíam como uma cascata. Possuía olhos acinzentados, mãos e pés delicados. Sua voz num tom sempre baixo e serena. Já sua filha Petra, tinha muitas características físicas do seu pai. Era uma bela jovem de 15 anos ruiva de olhos azuis, estatura mediana; delicada, passiva e amante da natureza, parecia que tudo se movia ao seu comando.  Habilidosa com plantas, bastava um olhar amoroso e as mesmas desabrochavam. Mesmo aquelas aparentemente mortas reavivavam ao toque suave dos seus dedos. Seus poderes de mística  ainda eram sutís, mas lidava bem com a cura ao se deparar com anciãos e animais, logo mostravam melhoras. Seu pai, ainda como um dos poucos reis da era Viking, preservava a família, cultuava seus deuses mitológicos para que suas negociações e  batalhas sempre fossem vencedoras. Ele possuía barcos e escravos ao seu dispor. Tinha um faro para lidar com a pesca, madeira de boa qualidade, ferro. Era um excelente negociante. Soube fazer bons aliados na Inglaterra e  Dinamarca mas havia um lugar ainda a ser conquistado: O Reinado de Àxteron, rei próspero e possuidor de vasto campo de plantio de uvas. Mas o trigo e cevada era o que ele mais ambicionava. Não havia uma aliança amigável entre eles.

O Rei estava viúvo já alguns  anos. Sua comunidade era uma das mais organizadas. Ele treinava seu filho Leif para ser seu substituto um dia, já que sua esposa morreu  no parto algumas horas depois.  O médico e curandeiros nada puderam fazer por sua vida . O Rei Sentiu-se  impotente reservando toda as suas forças para que seu único filho lhe desse orgulho. Leif tinha dezenove anos, possuía uma beleza como poucos. Cabelos louro acinzentado sobre os ombros. Sua pele era morena devido o sol que castigava nos exaustivos treinamentos ao ar livre. Era forte, de semblante sério possuindo algumas cicatrizes, mas sua beleza máscula era encantadora com olhos profundos em tom castanhos; raramente sorria, a não ser quando estava a sós com seu fiel cavalo Husper. Leif estava sendo preparado para lutar como um Rei e tornar-se  um bom pai de família. Foi o único até o momento que aprendera ler na escola da Inteligência sob a supervisão da Sacerdotisa Irsa, responsável por ensinar ao Jovem Leif como se portar diante de autoridades.  Irsa, além de sua mestra, era sua aliada e confidente.

Petra, era uma joia a ser conquistada.  Mas os rumores na Inglaterra se espalhava, fazendo-a ser vista como mais um ser mitológico como a sua mãe. Por isso, Elim tratou de manter seus poderes ocultos até o desabrochar do primeiro amor. Assim teria de volta tudo de maneira segura.

 Para a igreja cristã que se expandia naquele condado os cultos pagãs dos Vikings, não seriam mais aceitas no seu ambiente por ser consideradas trevosos. A igreja se expandia e a cada dia suprimia seus costumes.

 O rei Àsborjn teria que vencer urgente mais reinos para se manter no poder e não ser expulso. Foi assim que ele tramou uma batalha num mosteiro para dizimar os freis que queriam atrapalhar seus planos.

[...]

Ásbjorn...

 —Minha doce Elim, sairei em batalha para atacar o monsteiro, eles querem nos destruir com suas ameaças, mas não terão essa chance. Cuida da nossa Petra, ela é nosso bem maior.

—Não devias fazer isso! São homens à serviço de sua fé. Não contrarie o vosso Deus.

—Um Deus que persegue uma alma como a sua?

—Não é o Deus dele que me persegue amado esposo, mas suas convicções os levam a crer que sou uma feiticeira.

—Pois que padeçam com vossas convicções. Partimos esta madrugada vamos surpreendê-los. Retorno assim que eliminar esses vermes!

O Rei se despediu de sua filha. Pediu a ela que estivesse sempre perto da sua mãe caso houvesse alguma invasão surpresa. Ele embarcou com sua tripulação de guerreiros para atacar o tal mosteiro. E assim o fez. Foi um ataque desigual, já que os pobres homens só tinham força na língua para falar o que não lhes cabia. Aquele lugar ficou conhecido como campo de sangue dos justos. O Rei voltou para seu casa. Soube que tropas inimigas logo apareceriam para uma revanche.

Uma grande batalha estava por vir. O Rei Axteron, pai do jovem e obstinado Leif, estava se preparando para uma luta sangrenta que poria fim no reino de Àsborjn . Ele soube do atentado ao Mosteiro e quis ganhar posição com a igreja também. Só estavam esperando o momento certo de atacar. Prepararam os guerreiros e vieram de surpresa para a cidade durante a madrugada. 

O Rei Axteron que liderava sabiamente sua tropa de guerreiros, iniciou a guerra implacável destruindo casas e famílias inteiras.                           Elim, mãe de Petra, usou de seus poderes para  envolver seu marido num manto de proteção das lanças e flechas que vinham em sua direção. Ela se mantinha a uma certa distância com sua filha dentro uma esfera luminosa que as protegia de ataques inimigos. A batalha avançava para os depósitos de madeira, armas, e para os campos de plantio.  Ásbjorn era muito bom com as flechas, num descuido do seu opositor, ele  atingi o Rei Axteron com uma flecha em cheio nas costas atingindo seu pulmão e coração de uma só vez.  Imediatamente alguns homens recuaram ficando apenas seu filho Leif e alguns bons guerreiros.  A Elfa Elim, saiu da sua proteção correndo para a floresta com sua filha, Leif a viu correndo , teve impulso de se vingar com uma flechada, mas sentiu seu peito bater mais forte pela imagem do  anjo a correr com seus cabelos ruivos  como o pôr do sol e uma pele alva como o algodão. Olhou para o Rei Àsborjn com ódio mortal mas nada fez. Um dos seus guerreiros lançou uma flecha que atingiu Elim na perna atingindo uma artéria. Ela perde muito sangue mas consegui arrastar-se com ajuda de sua filha que gritava por socorro.  Conseguiram chegar até sua casa. Àsborjn não enxergava mais nada a não ser a imagem de sua esposa tentando se proteger perdendo as forças. -Leif  grita para ele:

 

—ASBORJN! SUA GUERRA JÁ ESTÁ VENCIDA. – SOU O NOVO REI. PEGA O POUCO QUE LHE RESTA E DEIXA ESSAS TERRAS. RETORNAREI  EMATÉ TRÊS LUAS. VOU SEPULTAR MEU PAI E VIREI TOMAR O QUE É MEU. SÓ ESPERAREI PASSAR O LUTO.

 

Leif, monta em seu cavalo olhando para a bela Petra ajoelhada aos pés da sua mãe na entrada da casa . Ele leva seu pai morto no lombo do outro cavalo, sumindo com sua tropa pela floresta.

 

—VAMOS, ME AJUDEM A LEVÁ-LA PARA DENTRO.-Grita o Rei, aflito.

 

—Papai, é grave? Ela está perdendo muito sangue.

 

—Você não pode fazer nada Petra, onde está os poderes que usa nas nos animais e plantas?! Corre! Ponha em prática tudo o que Elim te ensinou. Precisa fazer algo para estancar o sangue.

 

—Mais a mamãe me disse que eu não poderia usar poder algum por um tempo. Ela me protegeu por causa dos monges. Não tenho como ajudá-la. Se ao menos ela acordasse...

 

—Mas você tem  conhecimento das plantas, faça unguentos, alguma beberagem, mas não fique aí parada olhando!

 

Petra nunca tinha visto seu pai ríspido assim. Correu para o plantio, mas os guerreiros do rei haviam posto fogo em quase tudo. Se entrara na floresta poderia ser pega por algum inimigo

 Mas era sua mãe que precisava de ajuda. Se aventurou na mata cerrada. Sabia onde encontrar folhas para evitar que necrosasse a ferida e algo para beber. Ela vê algo se mexer por entre as folhagens. Uma luz verde muito forte preenche o local. Ela vê  Elim através delas. Não entende como podia ser possível isso?!

 

—Minha amada Petra, estou partindo. Não se apresse mais, não vai adiantar. Ao escolher a mortalidade por amor ao seu pai, eu seria como vocês, humanos. Morreria em algum momento. Essa foi uma opção minha. Vou está com você através de minha alma conectada. Você terá uma evolução gradativa, não será fácil.  Use-a em prol do bem maior. Ajude ao seu pai e acate tudo o que ele pedir. Seu pai ama, mas sofrerá com minha partida. Agora me resta só algumas horas. Volte para casa e não conte nada do que houve aqui. Eu te amo, Petra

 

A jovem viu a luz desaparecer, correu para casa com as folhagens. Preparou o unguento e aplicou na perna. Deu para sua mãe beber algumas gotas do preparado com muita dificuldade.

 

—Petra, onde foi buscar essas folhas que demorou tanto? Não está adiantando nada!

 

—Estava tudo queimado senhor meu pai.  Tive que adentrar na mata. Não está adiantando porque a flecha atingiu uma artéria muito importante que faz ligação com o coração.

 

—Como sabe disso, não é médica?

 

—Não sei explicar, mas é isso que está acontecendo.

   —E esse médico que não chega! Por mil demônios, vão ver se ele não foi capturado.

Os homens saíram para ver se havia acontecido algo com o médico, voltaram sem resposta. Petra não parava de trocar as bandagens com um preparado para febre que subia rapidamente. Elim estava com a respiração agitada, parecia está numa luta interna para ir ou ficar. O médico finalmente apareceu com um cheiro forte de bebida. A examinou e disse que não havia muito mais o que fazer. Ela havia sido atingida na artéria femural. Logo iria partir. O Rei põe as duas mãos sob a cabeça e anda de um lado para o outro. Não poderia perder o amor da sua vida. Ele vai até o altar de Odim e implora que não a deixe partir.

 Elim Morre Durante A Madrugada

O Rei se desespera ao ver sua doce Elfa partir. Ele quebra tudo que havia dentro da casa; havia muitas peças de escultura feita pelas próprias mãos da sua esposa. Não havia graça em mais nada!               O funeral seguiu de acordo com os costumes. Àsborj acendeu a pira vendo o corpo da sua amada ser incinerado.  Petra chorava a uma certa distância. Seu pai não a encarava mais.

Duas luas depois...

Petra está cuidando da casa. Ela não tinha mais ajuda das mulheres. Algumas haviam morrido no confronto. Seu pai a mantinha trabalhando nos afazeres domésticos. Ele voltava a vida normal mas não era mais o mesmo, estava arredio e as vezes agressivo a tendo batido na face algumas vezes por não ter feito sua refeição como queria. Ela não questionava, sentia sua mãe por perto, como uma luz a envolvendo.

 Um guerreiro do Rei Leif, chega lhe trazendo uma mensagem direta:

 Rei Ásbjorn. O Rei Leif manda lhe dizer que está destituído de seus poderes nestas regiões. Se quiser permanecer com vida e não ser banido como havia previsto, o Rei  aceita algumas ofertas em troca de sua permanência nas terras. Terá que devolver setenta por cento de tudo o que obtiver com as vendas de seus produtos. As terras serão apenas para Usus Frutos enquanto aqui permanecer.

O Rei Àsborjn  não pensou duas vezes aceitando . Tratou de cumprir com o acordo.  O Rei Leif  crecia  em poder por ter se aliado a dois amigos de um Monsenhor muito influente na Inglaterra, provisoriamente fingia ter-se rendido a igreja  abandonando o culto pagã.                           

Ásbjorn estava arruinado. Ninguém o convidava para nada mais. Estava começando a ter prejuízos na pesca. Após 2 anos submetido aos desmandos do Rei, ele lhe faz uma proposta: oferecia sua filha em troca de acabar com o acordo que só o  prejudicava. Também lhe  daria espadas, arcos de boa qualidade e uma boa quantidade de madeira como dote da noiva.

Algumas Luas depois...

Petra está limpando o chão da grande sala.  Está agora com 17 anos. Seu pai se aproxima bem à sua frente, pede que se levante. A jovem espera que sua pesada mão venha sob seu delicado rosto. Mas ele faz uma proposta:

—Arrume rápido o que ainda possui de trapos. A comitiva do Rei Leif está aí fora para lhe buscar. Será sua esposa. Não me interessa o que vai lhe acontecer, mas se quiser ver seu pai de volta como era antes, trata de matá-lo na primeira oportunidade.

Petra nada lhe respondeu. Virou-se e pegou seus pertences e os levou sem olhar para trás. Nada podia ser pior que ter a indiferença de seu pai .

Reino De Leif :“ O Imbatível”

—Ora -ora,mas é a filha abandonada do Ásbjorn. Seja bem vinda ao meu reino. Deixo claro que não a quero perto de mim. Seus afazeres serão realizados por si mesma. Vai lavar, cozinhar se quiser permanecer aqui como qualquer mulher; não precisarei de você para nada.

—Meu senhor, posso lhe pedir algo?

Ele sente seu corpo tremer com o doce som da sua voz. Como uma pessoa tão sofrida podia permanecer ainda mais bela e gentil; então, concorda em ouvir:

—Peco-lhe que permita viver fora da vossa residência, pode ser  numa casa simples, prometo que não fugirei.

—Não há como fugir mesmo. Pois que viva numa das casas aos arredores. Mas não pegue nada sem pedir as mais velhas. Não tem regalias aqui.

—Sim senhor. Eu lhe agradeço.

—Ah, deixe-me apresentar minha noiva Sacerdotisa,- Irsa chega em silêncio. – seu nome é Petra. Quero que lhe dê o tratamento adequado para está apta a ser minha esposa. A cerimônia será em duas semanas. Irsa não vê com bons olhos essa união.

 

A Cerimônia

 

A celebração simples foi dentro das normas cristãs, já que o Rei havia decidido optar em mudar suas crenças para obter prestígio e poder.  Petra estava bela com uma lindo vestido perolado marcado acima da cintura, tendo um lírio nas mãos simbolizando a pureza. Seus cabelos ruivos ostentava uma bela trança lateral cobertas com minúsculas flores do campo.                              Após a cerimônia cada um foi para seu lado. Leif se agarra bêbado à duas mulheres, levando-as ao seu aposento. Petra vê tudo de longe.                   .

A vida seguiu para a jovem Rainha; ela se esforçava nas aulas de que o Rei determinara para que se tornasse no futuro uma possível aliada na guerra. Aprendeu ser boa anfitriã, esposa como toda rainha deveria ser. Mas o coração do indomável Leif continuava intransponível.

...

 

 

 

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