Meu CEO Inoportuno
Meu CEO Inoportuno
Por: Deolie_m
#Prólogo

O dia era vinte de novembro de dois mil e vinte e um. Os raios do pôr do sol pouco intenso refletiam nas nuvens, dando uma beleza extraordinária ao céu. Combinando com a decoração em tons amarelo torrado minha cor e preto a cor favorita de Bráulio, o que deixavam o ambiente ainda mais sereno e lindo. O jardim em volta do altar, tinha duas arvores frondosas plantadas estrategicamente onde estavam, as raízes sobressaiam do subsolo e entrelaçavam-se umas nas outras, estava tudo tão lindo.

Da janela vidrada do quarto presenciava o entusiasmo a determinação e o empenho com que todos trabalhavam para que tudo saísse como planejado, quem recepcionava os convidados era a minha tia Victoria e minha mãe, essa eu já não via fazia algum tempinho.

— Então meu bem, estás pronta? — Perguntou mamãe minutos depois adentrando no quarto, com os olhos brilhando, caminhou até a mim. — Você está parecendo uma princesa minha filha — disse ao me afastar e me fazer dar uma volta.

— Estava pensando em você agora mesmo, estou nervosa, com medo de cair quando estiver caminhando até ao altar — falei preocupada.

— É, isso é capaz de acontecer, — falou sorrindo sem mostrar os dentes. — Mas tudo bem o importante é se levantar, não é mesmo?! Vamos lá são só os nervos é normal, não te preocupes vai correr tudo bem — assinto.

Mamãe estava muito feliz por estar casando sua primogénita, mas ainda assim eu notei preocupação em seu olhar que naquele momento estava marejado.

— Ei, minha mariposa rainha, não chores, se não estragas a maquiagem — disse limpando com a ponta dos dedos as lágrimas que se formava nos cantos dos seus olhos castanhos. — Eu sei que alguma coisa te preocupa me diz, o que é, por favor.

Mamãe abriu a boca, mas acabou por não dizer nada e quase comemorou pelas batidas que ouvimos do outro lado da porta.

— Está conversa ainda não acabou — falei soltando suas mãos das minhas.

— Podemos entrar? — Indagou Quezia espreitando pela porta, junto de Nilza minha melhor amiga.

— Entrem filhas — permitiu mamãe se retirando do recinto, onde me preparava para o meu casamento.

— Ahhh como você está..., — Nilza me olhou de cima a baixo, enquanto Quieza ficou estática com a boca em Ó. — Uau, que vestido lindo, como você está linda.

— Jura que vocês gostaram? Olha, combinou?

Com um sorriso de satisfação estiquei meu pé esquerdo para fora do vestido mostrando a elas a bota coturno de salto fino na cor azul, que tanto desejei, até aquele momento nenhuma das duas tinha visto o look que fiz questão de escolher sozinha, não sabia lidar com tantos palpites diferentes sobre o que escolher e queria deixá-las surpreendidas e, parece que consegui, ao julgar pela reação que as duas tiveram.

— Você não podia ter escolhido melhor, esse vestido branco com rendas ombro a ombro manga comprida, detalhes de borboletas bordadas na grinalda e esses sapatos..., — fez uma pausa posando cada uma das mãos na lateral do rosto. — Deu um toque final, com certeza a noiva mais linda que já vi na minha vida, Quezia confirma?

— É, minha irmã você está inacredíntivel — falou esboçando um grande sorriso, que deixou evidente o brilho do seu olhar.

— Pronto parem de me bajular, vamos está na hora, eu prometi ao Bráulio que não o deixaria esperando por muito tempo.

— Ainda tens tempo de desistir dessa ideia — disse Nilza com o olhar travesso.

Ela nunca gostou da ideia do meu namoro com o Bráulio, e nunca me disse porquê?

— Ah para com isso — falei dando-lhe um empurrãozinho a impulsionado para andar.

***

Caminhei de braços dados com meu irmão mais velho até ao altar, «infelizmente meu pai não conseguiu despesas do trabalho», com as atenções virada para mim, quando chegamos ao altar ele entregou-me ao meu futuro marido que esbanjava um grande sorriso ao me receber. Sorri de volta para ele com os olhos marejados e notei que seus olhos castanhos amarelados, também estavam molhados.

— Estamos aqui, para celebrar o amor entre esse jovem casal..., — começou o padre —, que de livre e espontânea vontade manifestou o desejo de contrair o matrimónio — Bráulio me olhava com ternura, e eu estava ansiosa para me tornar a Sra. Torres.

Olhei para minhas mariposas quando o padre anunciou os votos, minha irmã e minha melhor amiga ajudaram-me com os meus, apesar de não gostar do Bráulio Nilza foi bastante carinhosa nas suas sugestões.

Quezia estava pálida, tremendo, olhando atenta para alguma coisa no telefone. Apesar de ficar preocupada, Bráulio chamou minha atenção com seus votos.

— Sempre pensei que o amor fosse para fracos, até ao dia que meus olhos olharam os seus, — fez uma pausa e segurou minhas mãos, e num átomo de segundo vimos Quezia vir às pressas em nossa direção, com o rosto fechado, fumegando de raiva, nunca tinha visto minha irmã daquele jeito, o que a deixou assim? Me questionei.

Os convidados cochichavam entre si sem entender nada e os burburinhos se intensificaram assim que ela chegou no altar me deu um empurrãozinho para o lado e em seguida deu uma bofetada forte do lado esquerdo do rosto do meu noivo todos ficaram paralisados tentando entender o que tinham acabado de presenciar.

— Minha filha, fique calma as coisas não se resolvem com violência – pediu o padre segurando-a pelo braço.

— Chê, você ficou maluca, porque fez isso? — Indagou Bráulio furioso acariciando o seu rosto.

— Ei maninha o que aconteceu? O que Bráulio te fez? — Perguntei ainda não acreditando na cena que acabava de ver. Minha maninha é bem pacífica é do tipo que resolve sempre as coisas no diálogo.

— Ele sabe muito bem, o que se passa, cara de pau, o que você pensou? — gritou tentando se desvencilhar dos braços do padre que a segurava firme —, que podia fazer minha irmã de idiota? Pensou mesmo que não seria descoberto?

Nilza olhava-o com nojo e deixou claro que nunca gostou dele.

— Descobrir o quê? — Alternei o olhar entre os dois confusas, aguardando uma resposta ao mesmo tempo em que pedia internamente para não sei o que eu pensava.

— Não faço ideia do que você está falando, mulher, Nihara eu juro que não sei do que se trata tudo isso — protestou ao se aproximar de mim e segurar minhas mãos.

— Minha irmã lamento muito, mas você não vai querer continuar com esse casamento depois que vir a traição deste filho da put... — interceptou sua própria fala.

Entregou-me o telefone, tremendo segurei-o na altura dos olhos hesitante pois já desconfiava do que podia ser, desbloqueei e logo vi duas fotos lado a lado, em uma apareceu ele beijando uma mulher que não consegui ver quem é, e na outra ele estava a sorrir abraçando a mesma mulher por trás segurando na sua barriga e a legenda dizia: "o fruto do nosso amor está a caminho, papai e mamãe estão ansiosos demais"

Naquele momento as lágrimas irromperam sem permissão, deixando minha visão embaçada, fiquei pálida e sem reação, o telefone já estava no chão e nem tinha dado por isso. Olhei para o Bráulio com raiva, ódio só queria derruba-lo daquele altar, me senti humilhada, idiota e burra por não ter enxergado os sinais de sua traição.

Ele tirou minha irmã da minha frente e tentou me tocar pedindo para deixa-lo explicar, o empurrei para longe de mim.

Meu coração batia desenfreado dentro de mim, levei a mão ao peito aflita pois respirar se tornava cada vez mais difícil, só me falta agora ter um ataque de pânico no meio dessa gente toda, pensei me esforçado para regularizar minha respiração.

— Nihara por favor me deixe explicar, as coisas não são assim, — insiste se aproximando.

— Não me toque, — gritei com a respiração entrecortada.

— Vem cá minha filha vamos sair daqui, por favor inspire e expire devagar, vai ficar tudo bem — disse mamãe me tirando do altar me levando para outro lugar mais calmo. Nitidamente assustada com meu estado, não era a primeira vez que acontecia, mas para ela nunca era fácil me ver naquelas condições.

***

Minha cabeça estava latejando, meus pensamentos confusos, tudo que queria era desaparecer não merecia aquilo, ele não podia fazer essa canalhice comigo, até onde e quando ele pretendia esconder essa traição? As lágrimas não paravam de cair em meu rosto que estava pálido de tanto chorar, minhas mariposas consentiram com relutância em me deixar sozinha escrevendo compulsivamente no diário, não queria ver ninguém.

A tristeza e a dor tomaram conta de mim de tal maneira que não acreditava que um dia me recuperaria, e nem que voltaria a amar de novo, porque acreditei em nós, acreditei que o amor era verdadeiro e leal. Fui ingénua e errada em acreditar nas palavras bonitas e sem significado que ele me dizia!

Mas não vou me deixar enganar de novo.

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